Não conheço Farioli. Quero acreditar que é a escolha certa.
Mas há muita coisa que me preocupa. Eu não tenho insides, não conheço vasos comunicantes para dentro do clube.
O que sei é o que vejo.
Vejo coisas que vão além da falta de qualidade no plantel.
Vejo um Fcporto amorfo, sem espírito de combate, sem capacidade de agregação.
Vejo um grupo de trabalho com indícios claros de disciplina negligente, de exigência mediana, de falta de compromisso.
Vejo um grupo de trabalho pouco intenso, pouco rápido, pouco empenhado, com um trabalho táctico e físico deplorável.
Vejo treinadores sem capacidade para estar no clube perdidos perante o grupo.
Vejo uma estrutura do Fcporto que passou da melhor do mundo para inexistente, a anterior estava enferma de parasitismo mas nem que fosse por razões históricas o peso da camisola e do nome do clube ainda continuava a encostar os grupos de trabalho à parede.
Vejo um Presidente a precipitar-se nas declarações, não me esqueço do ano zero de Rui Pedroto, vejo um Presidente a ir vezes a mais ao balneário e fico cada vez mais com a impressão que quem falha primeiro ao Presidente é logo na equipa dele.
De facto é difícil elogiar uma única coisa nz gestão desportiva. Uma única.
Para mim fazia todo o sentido que viesse um treinador português, experiente, identificado com o futebol português, acho que seria a forma de ajudar a estruturar e agregar o clube no seu todo.
Seria o mais sensato a todos os níveis.
Nós não precisamos do novo Mourinho ou dum treinador arrojado e moderno, precisamos dum treinador que garanta a estabilidade desportiva e competitiva de forma a que o Presidente possa continuar o trabalho de recuperação sem pressão exterior a cada jogo, sem que vá apagar fogos todas as semanas.
Mas aparentemente não foi este o caminho escolhido.