"André André: Viagem ao mundo do «motor do Porto»
Cativado desde cedo pelo azul e branco, cores que ainda menino começou a ver no pai - quando António André enchia o meio-campo do FC Porto, naquela equipa que tinha também Madjer, Semedo e Jaime Magalhães, entre outros - o paraíso da Antas prendeu-lhe o olhar. Eram as primeiras memórias do pequeno André sobre um FC Porto de passo firme. Hoje, é ele que vai dando firmeza ao meio-campo e mostrando que, afinal, isto do futebol é mesmo coisa de estar no sangue e na alma. Esta é a sua história.
Quando naquele dia 26 de agosto de 1989 nasceu o pequeno André, longe estavam os portistas de imaginar que anos mais tarde voltariam a ter um médio de nome André; com os mesmos genes a pautar o ritmo do seu meio-campo, com o mesmo perfume de André pai, o eterno carregador de pianos das Antas.
Filho de um dragão
Mas a vida (e o relvado que foca o nosso olhar) é mesmo assim e reserva estas surpresas. Aos 26 anos, André André herdou do pai muito mais que o sentimento portista. Dele também foi buscar a confiança para pegar no jogo e gerir ritmos.
André André começou no Varzim, aos oito de idade, e chegaria ao FC Porto dez anos depois, aos 18, para cumprir o segundo ano de juniores, por empréstimo do emblema da Póvoa. No fim da época, acabou por regressar ao Varzim. Na estrada do futebol, Porto não era destino, naquela altura. Regressou, pois, à Póvoa, onde foi quase sempre (para não dizer sempre) feliz.
A intensidade que ia dando ao jogo dos poveiros despertou a cobiça do Deportivo e, em 2010, foi para a Corunha. Vestia de azul e branco, sim, mas não eram as listas verticais, com aquele dragão ao peito, que aprendera a ver no corpo do pai. Três jogos depois pela formação secundária do clube do Riazor, regressou à sua Póvoa, num clube que militava, então, na II Divisão B.
Na Póvoa "linda" e debaixo do "sol dos poveiros" esteve até que Rui Vitória, então treinador do Vitória de Guimarães, lhe abriu as portas do D. Afonso Henriques. A cidade berço embalou-o para o topo, aquele que lhe parecia destinado, como nos contou Luís Neto, jogador do Zenit, e seu amigo de sempre."
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