Rafa.
Acho que a obsessão de termos que ser obrigatoriamente campeões, depois de uma época negativa, corre o risco de atrasar a reafirmação do clube. Eu não teria problemas em admitir que fosse assumido um ano de profunda reorganização, a começar pelo lançamento de jovens na equipa principal, no qual o Rafa se enquadraria perfeitamente.
Mas isto implica uma retrospetiva para cada adepto: se seriam capazes de assumir o «ano zero», preparando uma base verdadeiramente sólida para o futuro, ou se querem continuar nesse jogo de «este ano é que é, é obrigatório».
Eu, pessoalmente, não acredito neste momento que o FC Porto vá ser campeão em 2016-17. Tal como não acreditava que Portugal ia ganhar o Euro2016 - e a cada empate na fase de grupos acreditava ainda menos! Isso não implica que se deixe de apoiar em todos os momentos e acompanhar a equipa durante toda a época. É simplesmente um definir de expetativas frio e racional, de reconhecer que neste momento partimos como a 3ª equipa na luta pelo título de 2016-17.
Se temos um treinador novo (cujo perfil não concordei como sendo o ideal para esta época), voltamos a dispensar mais de uma dúzia de jogadores, trazemos mais uma dúzia de caras novas (calma que o defeso ainda vai curto), temos uma época sob enormíssima pressão financeira (basta o azar de falhar o play-off da Champions), e com isto ainda acham que o FC Porto vai ser campeão, porque é «obrigatório».... Não vejo isto a correr bem.