Actualidade Nacional

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Hoje usa-se o rótulo infamante de "extrema-direita" como nos anos 70 se usava o rótulo de "fascista" para qualquer partido à direita do PS, ou como ainda hoje nos EUA se usa o rótulo de "comunista" para quem defenda um serviço de saúde ao estilo europeu.
Qualquer partido que seja anti-europeista e tenha como prioridade a defesa da soberania nacional é logo rotulado como de extrema-direita. Nesses termos, o ADN seria tão de extrema-direita como o PCP.
Não vou nessa conversa. Isso para mim é atirar areia para os olhos das pessoas.
O ADN não é um partido facilmente rotulável. Em certos aspectos são tão ou mais liberais do que a IL (defesa da liberdade e dos direitos individuais), noutros aspectos são um partido conservador (defesa da família tradicional, etc.) e noutros são um partido de esquerda (muito do seu programa podia ser defendido pelo PCP, o PAN ou mesmo o BE).
 
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bluemonday

Tribuna
4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
Que tesourinho maravilhoso!!!
Quando era puto, usava aquele tipo de camisas para ir à Praia da Baía e pensava que as gajas iam achar-me todo bom. O Prata Roque não ultrapassou essa fase.

Tem voz de rockeiro, parece o Chris Cornell. Aliás, até acho que o Cornell ficou tão comovido com a voz do Prata Roque que decidiu ir desta para melhor. Eu faria o mesmo.

NOTA: Além disso, o futuro SG do PS (nos meus sonhos) tem ar de gajo que, no meio das festas, começar a cantar e a tocar Wonderwall sem ninguém lhe pedir.
 
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Hendrix

Bancada central
31 Março 2025
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É engraçado que dás como exemplo uma pobre (de espírito e do resto) que recolhe os abonos. Quantos euros são ao fim do mês?
Preocupas-te com os grandes grupos económicos, os grandes fundos imobiliários, os Bancos?
A fuga diária de milhões para offshores e paraísos fiscais, a fuga aos impostos, a economia paralela?
Em 2025, o Estado vai pagar quase tanto pelo RSI como pelos bancos falidos - BPN e os outros. Sim, continuamos a pagar pelos Bancos falidos.
1 dia de roubos dos ricos dava para pagar 1 ano de RSI. 1 dia.
Claro que este não era o teu ponto, nem isto é para ti, mas foi o exemplo que deste.
Respira fundo, Louçã. Era só um exemplo no seguimento do que se estava a falar.
 
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Moradona

Bancada central
18 Maio 2025
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Sociedades geradas de baixo para cima são uma aspiração nobre e justa, mas na práctica isso só existiu em comunidades primitivas de caçadores-recolectores ou em comunidades agrícolas isoladas do poder central, como Vilarinho das Furnas ou o Corvo no século XIX.

As sociedades complexas, desde a Mesopotâmia aos nossos dias, geram sempre estruturas de poder, e dificilmente podem existir sem hierarquias rígidas e sem serem organizadas de cima para baixo.

Concordo absolutamente que caminhamos para sociedades tecnocráticas muito mais autoritárias, seguindo o modelo chinês.
Não necessariamente, tens alguns exemplos de sociedades que se organizaram 'bottom-up'. Talvez o caso mais famoso e paradigmático seja o da Catalunha durante a Guerra Civil, que levou George Orwell a escrever o livro "Homenagem à Catalunha". É um exemplo paradigmático porque as pessoas se organizaram e tomaram conta das suas vidas, viveram de forma próspera durante um bom tempo. Só a forma como organizaram a educação com ênfase na autonomia, na curiosidade intrínseca das crianças, pensamento crítica e coeducação deveria ser um exemplo para as nossas sociedades. As pessoas liam, participavam diretamente na vida política, iam ao teatro, eram atividades praticadas de forma generalizada pelas populações.

Pena ter sido naquele contexto de guerra, mas houve outros casos em Espanha durante o mesmo período. Acredito que o período o contexto impediram que se seguissem mais exemplos.

Aliás, eu gosto sempre de dar o exemplo do que acontece quando ocorrem grandes catástrofes naturais. Por exemplo, as cheias do ano passado em Valência, o que foi que aconteceu? As pessoas rapidamente se organizaram e deram conta do recado, muito antes de receberam ajuda das instituições governamentais. Igual durante as cheias no Rio Grande do Sul. As pessoas rapidamente se organizam e cooperam, mas depois cria-se a ideia de que o povo é burro e precisa de uma classe de 'inteligentes' que os governem. É uma ideia bastante conveniente, até porque a estupidificação das massas é sempre uma prioridade de quem tem o controlo do poder e é necessário fazer acreditar que o povinho é todo burro e que precisam de um grupo privilegiado de iluminados para os liderar.
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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A Joana Amaral Dias fundou um dos blogues históricos da Esquerda, o 5 Dias, no qual eu também comecei.
Um blogue onde à direita do Bloco ninguém entrava. Quando deixaram entrar a troupe da Fernanda Câncio e do João Galamba, o blogue acabou.
Gosto da Joana Amaral Dias e, também por isso, tenho pena de vê-la fazer estas figuras num Partido de extrema-direita. O seu pai também teria pena se fosse vivo.
Claro que, se tivesse continuado na Esquerda, nunca teria tanto mediatismo como tem agora.
Ela é muito inteligente, a tocar até o brilhantismo, isto dito por um amigo comum. It goes without sayin, porque é visível a todos, mas fritou a pipoca, isto dito pela mesma pessoa que me disse a primeira frase.
 
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Hendrix

Bancada central
31 Março 2025
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A Joana Amaral Dias fundou um dos blogues históricos da Esquerda, o 5 Dias, no qual eu também comecei.
Um blogue onde à direita do Bloco ninguém entrava. Quando deixaram entrar a troupe da Fernanda Câncio e do João Galamba, o blogue acabou.
Gosto da Joana Amaral Dias e, também por isso, tenho pena de vê-la fazer estas figuras num Partido de extrema-direita. O seu pai também teria pena se fosse vivo.
Claro que, se tivesse continuado na Esquerda, nunca teria tanto mediatismo como tem agora.
Pedro Nuno Santos? És tu?
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
11,658
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Hoje usa-se o rótulo infamante de "extrema-direita" como nos anos 70 se usava o rótulo de "fascista" para qualquer partido à direita do PS, ou como ainda hoje nos EUA se usa o rótulo de "comunista" para quem defenda um serviço de saúde ao estilo europeu.
Qualquer partido que seja anti-europeista e tenha como prioridade a defesa da soberania nacional é logo rotulado como de extrema-direita. Nesses termos, o ADN seria tão de extrema-direita como o PCP.
Não vou nessa conversa. Isso para mim é atirar areia para os olhos das pessoas.
O ADN não é um partido facilmente rotulável. Em certos aspectos são tão ou mais liberais do que a IL (defesa da liberdade e dos direitos individuais), noutros aspectos são um partido conservador (defesa da família tradicional, etc.) e noutros são um partido de esquerda (muito do seu programa podia ser defendido pelo PCP, o PAN ou mesmo o BE).
Os partidos dos extremos têm algumas coisas em que se confundem mas concordo contigo que aquilo não é fácil de catalogar. De qualquer forma ver uma ex trostkista a ir à Fátima agradecer já não sei o quê e a atacar a imigração com uma conversa nacionalista era algo que ninguém imaginava que fosse acontecer há uns 10 anos atrás
 
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Moradona

Bancada central
18 Maio 2025
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O apagamento do eu e a instrumentalização da pessoa não é uma percepção, é mesmo uma consequência lógica do comunismo, seja no papel, seja na prática (ver, acerca disso, o meu comentário anterior a este que agora escrevo.

Essa é uma das grandes incoerências de Marx. A (extrema) atenção às desigualdades materiais das pessoas e a indiferença, senão mesmo repulsa, face às diferenças de outro tipo.

Para Marx, abolir o capitalismo seria sempre necessário, ontem ou hoje. Concebia-o como um sistema condenável e condenado, fadado à morte.

"Ah, mas vendo hoje o progresso da social-democracia e de outras correntes derivadas, Marx moderar-se-ia" - não. Já existiam os rebentos na altura e Marx acusava os seus autores de serem cobardes, porquanto rejeitavam a necessidade de uma revolução proletária.

Diga-se, aliás, que o alemão projetava a revolução proletária como sanguinária, não era nada pacífica. E o que se seguia? A ditadura do proletariado, usando e abusando o Estado do seu aparelho coativo para impor os princípios, valores e fins do comunismo.

Marx nunca concretizou como se passaria dessa ditadura do proletariado para a sua utópica sociedade comunista sem classes nem Estado.

Individualidade? Marx condenou certas etnias (judeus), incentivou a perseguição à religião, achava a instituição da família uma aberração (indo beber certas ideias nesse âmbito a Platão), repugnava a liberdade nas suas mais diversas formas e rejeitava interesses próprios dos trabalhadores.

Já agora: és a favor de sociedades de baixo para cima, e eu também sou, mas Marx defendia uma centralização do poder.
Não concordo com parte do teu comentário, mas não vale a pena irmos mais fundo senão ficaríamos aqui por horas, não porque não quisesse discutir sobre isto, mas num fórum de futebol e a escrever torna-se cansativo.

Eu não sou Marxista, reconheço muito valor à sua obra e ao seu génio. Estamos a falar de uma pessoa bem à frente do seu tempo, assim como outros da sua época como o próprio Charles Darwin, que desenvolveu a sua teoria sobre a evolução das espécies sensivelmente durante o mesmo período e naturalmente, não acertou em tudo à primeira. Depois de Darwin seguiram-se muitos que foram corrigindo e acrescentando valor à sua elegante teoria. Não podemos olhar para a teoria de Marx como a receita perfeita para o sistema económico e político das sociedades humanas, mas não tenho a menor dúvida que Marx, nos dias de hoje, faria diversas correções e reconheceria erros na sua própria teoria depois de vários terem tentado aplicá-la. Tenho também a certeza que faria críticas brutais ao que foi feito na União Soviética ou na China de Mao. Basta olharmos para o exemplo das religiões, como o Cristianismo, apesar dos ensinamentos e filosofia de Jesus Cristo, muitos subverteram-nos para criar uma estrutura de poder. É uma parte significativa da história das civilizações humanas.

E aproveitando o gancho das religiões, já fui, quando era mais jovem, um ateísta acérrimo. Hoje, à medida com que fui amadurecendo fui percebendo a importância da religião na vida das outras pessoas. Quando amadurecemos começamos a colocar-nos no lugar dos outros. Para mim a religião pode não fazer sentido, mas isso é porque consigo encontrar significado noutras coisas à minha volta. Para outras pessoas, muita gente, a religião ajuda a aliviar as frustrações e o sofrimento inerentes à experiência humana nesta vida. Sim, há o problema dos fundamentalismos e extremismos, mas esses, infelizmente, não são apenas inerentes à religião, além de que apesar uns serem religiosos e outros nãos, o sistemas de pensamento simbólico profundo, são comuns a todos nós e a todas as culturas e civilizações.