Infelizmente, os maus tratos a idosos em contexto institucional são mais comuns que publicitado, e variam desde a negligência pura (como este caso) até ao sobredoseamento de relaxantes/hipnóticos sem prescrição por auxiliares/enfermeiros porque "assim ficam calminhos". Muitas destas instituições não são inspeccionadas pelo seu estatuto ilegal ou pela ausência de meios. A maioria está a trabalhar no limite ou acima das suas capacidades, até porque a institucionalização através da segurança social é pouco rentável. Nas raras situações em que é detectada uma irregularidade, a pressão para as manter a funcionar é muito alta dada a quantidade significativa de população dependente. Neste caso específico, mesmo reconhecida a situação, pode não haver meios económicos para colocar a utente noutro sítio. A figura de cuidador também desapareceu fruto de ambos os membros dos casais trabalharem. Finalmente, existe uma pequena franja da população que simplesmente não se quer dar ao trabalho de cuidar dos seus dependentes e não quer/não pode pagar lares, agravando o problema. Isto reflete-se nos tempos de internamento hospitalar sem necessidade, que em Portugal são elevadíssimos .