Quando digo "melhores" estou a pensar nos mísseis hipersónicos Zircon, que supostamente os EUA não têm. Se esse tipo de míssil faz uma real diferença no terreno, não faço ideia, não sou especialista em armamento. Há quem diga que são game changers, e há quem diga que nem por isso.
A Suécia e a Finlãndia entraram para a NATO, mas num contexto em que a Rússia já estava envolvida numa guerra. E se há coisa que não interessa á Rússia agora é abrir mais frentes de batalha. Mas se a NATO instalasse mísseis na Suécia e na Finlândia, não tenho dúvidas de que esses países seriam atacados.
Mas não me parece que vá acontecer nem uma coisa nem outra. Nem a Europa nem os Estados Unidos nem a Rússia têm hoje condições para fazer uma guerra em grande escala, nem seria do interesse de ninguém. Então, até prova em contrário, acho que o espectro duma "terceira guerra mundial" não passa de propaganda.
Por fim, dizes que a Rússia não conseguiu sequer tomar toda a Ucrânia. Mas estás-te a esquecer que para conseguir issoeles teriam de cair em força sobre o país e arrasar tudo, e de mobilizar para aí um milhão de soldados para uma ocupação permanente. Isso não é do interesse da Rússia. É muito mais sensato para eles ocupar os territórios que são importantes para eles (Crimeia, Donbass, por razões culturais, económicas e estratégicas) e tentar fazer cair o governo de Zelenski.
Além de que fazer uma guerra total à Ucrãnia iria cair mal dentro da própria Rússia, já que os russos consideram os ucranianos um "povo irmão", ao qual esteve ligado umbilicalmente durante centenas de anos. Daí que os russos tenham optado por uma estratégia de atrito e desgaste, que os analistas ocidentais interpretam como "sinal de fraqueza". Não creio que seja, e não me parece que se estejam a dar mal com essa estratégia, se até o Zelenski já admite a possibilidade de renunciar aos territórios anexados pela Rússia.