JMPedroto disse:
Gostei da intervenção, a necessidade de impérios acho que está associada à necessidade de hierarquias, de classes sociais, da existência de subordinante e subordinado, de patrão e colaborador para manter a ordem da sociedade. É necessário uma entidade que domine as restantes e lidere de forma mais ou menos consensual os destinos do mundo, desde o tempo do homo sapiens que existe um alfa que domina o grupo. Uma coisa tenho a certeza, prefiro ser liderado por uma nação onde impera a liberdade de expressão e liberdade do indivíduo do que uma nação conhecida por vigiar os seus cidadãos, explorar trabalhadores de forma subhumana e controlar as acções de cada cidadão com sistemas de video-vigilância em todos os cantos das cidades como é o caso da China.
As hierarquias, gostemos ou não delas, são inevitáveis. Concordo. Não pode haver ordem sem hierarquia, sem subordinados e subordinantes, etc.
Podemos é desejar que as hierarquias nas sociedades humanas se baseassem mais no mérito do que no sangue (família, cunhas, etc.). Mas mesmo isto é muito difícil de conseguir, porque está na natureza humana pôr a sua família e a sua nação à frente da família do vizinho/ nação vizinha.
Agora defenderes a potência americana com base na "liberdade de expressão", desculpa lá, é duma grande ingenuidade. Em privado, nos EUA podes dizer o que quiseres, mas em público só falas se disseres aquilo que os dono da informação querem que se diga. Mas, também neste aspecto, nos EUA só se faz aquilo que qualquer império faz: controlar a informação.
Nos EUA, quem dita os conteúdos televisivos ou jornalísticos são os anunciantes e os proprietários do meios de comunicação. Os anunciantes são grandes empresas (capitalistas) e os proprietários são grandes empresários (capitalistas), ou seja, ambos têm interesses em comum. Hoje toda a CS americana está nas mãos de quatro grandes conglomerados de informação. Portanto, a liberdade de expressão e informação só existe em teoria. Tens liberdade de expressão se tiveres 100 ou 500 M de dólares para comprar um grande órgão de informação, ou seja, se tiveres a fortuna dum R. Murdoch. De facto, numa economia capitalista avançada, os milionários são os únicos que têm verdadeiramente liberdade de expressão. Nós, os cidadãos comuns, o máximo que temos é liberdade para protestar, e já não é mau (na China nem isso!)
Quanto à vigilância dos seus próprios cidadãos, a China nisso dá cartas, é verdade, mas os EUA não andam muito atrás, já que monitorizam todas as comunicações electrónicas, dentro e fora do país.
Dá-me a impressão, sem ter perdido muito tempo a investigar o assunto, que os líderes chineses apostaram mais na vigilância da plebe, ao passo que o deep state americano confia o controlo das massas a um misto de vigilância e militarização das forças políciais (onde estão muito à frente dos chinocas).
Mas se pões as coisas na base de Qual preferes, a pata americana ou a pata chinesa?, acho que qualquer ocidental optaria pelos americanos. Se tem de haver um império mundial (e infelizmente acho que é inevitável), antes americano do que chinês.
O que não signifca que para mim o Trump não seja um louco perigoso, um psicopata da pior espécie, capaz de dormir descansado com milhares ou milhões de mortes na consciência. Mas nisso ele não é diferente do Obama, do W. Bush, do Clinton, etc, etc. São todos uns psicopatas.
Mas mais importante do que a figura do presidente americano, acho eu, é a presença invisível do deep state, que é quem está verdadeiramente "in charge". E o deep state é formado pela casta militar, pela casta dos serviços secretos e, claro, pela dos banqueiros (que indirectamente controla as finanças públicas dos países, a CS e as grandes empresas).