Culpa do governo de esquerda, certamente.
Trabalhei no Reino Unido entre 2013 e 2015 (como já disse, vivia em Leeds, trabalhava em Bradford, mas andei por quase todo o país — de Northampton e MK até ao Somerset, South East, Eastbourne, Sheffield, Glasgow, Liverpool, Manchester, com algumas passagens por outros locais) e já naquela altura o país parecia, em grande parte, um “shithole”: as mesmas pessoas, as mesmas casas, o mesmo tipo de comércio, a mesma paisagem por todo o lado.
Voltei em 2019, para a zona de Londres e Reading (a terra do festival, do Ricky Gervais e do Danny Namaso) mas o covid estragou-me os planos.
Estás a dizer que ainda está pior?
Infelizmente, a questão das redes de violadores é um problema transversal. Quando envolve comunidades inteiras, religiosas ou étnicas, há sempre a tentação de encobrir, de disfarçar — veja-se o caso dos abusos na Igreja Católica, que demorou décadas até ser publicamente conhecida, e ainda sabemos muito pouco - não por motivos do politicamente correcto mas para evitar roturas insanáveis na sociedade. Como se revela, esconder ainda piora as coisas.
Não duvido que muito do Raja Miah diz seja verdade (não foi ele que esteve envolvido num escândalo qualquer de desvio de fundos públicos dados a associações de beneficência que iam parar a empresas do próprio?) mas depois é amplificado por redes sociais e podcasts, e tudo parece muito pior do que o ponto de partida verdadeiro. A questão dos votos do Paquistão em cidades tipo Oldham (onde o labour governa há um cento de anos) e Bradford (onde têm a maioria há mais de uma dezena de anos) parece-me claramente exagerada.