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Cheue

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12 Maio 2016
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Essas ideias desse "europeu médio que detesta os EUA" por exemplo, sinto-me um alien porque nunca fui nem pensei assim.
Curioso diria que quase ninguém na minha família próxima pensa assim, e amigos talvez só mesmo os que militam em partidos à esquerda do PS, e nem todos.

Sou um europeu "anormal" pelos vistos, pelo menos nas palavras aí desse douto Luciano.
é a táctica já mais que usada, inventar as pessoas que se quer criticar.

ele está basicamente a descrever tankies/comunistas e diz que é a "esquerda europeia" que pensa assim, o que é um delírio total.

é exactamente a mesma lógica de quem chama facho a qualquer pessoa até de centro direita.
 
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wolfheart

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30 Novembro 2015
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2000 a 2024 foi-se alargando nestes cerca de 25 anos. as tarifas só daqui a um ano ou anos se verá o efeito - isto se não forem revogadas.
Mas já viste os números da China ? Biliões a mais o que exporta que o que importa.... Mas muitos milhares de milhão... O balanço comercial tem de ser mais justo. So vivem eles daqui a nada
 

J | [Ka!s3r^].

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7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
O mérito do artigo, fazendo por encontrá-lo, consiste na defesa de maior autonomia europeia, ainda que secundarizada por um chorrilho de infantilidades. O autor poderia facilmente sustentar uma posição razoável sem ceder à tricazinha facciosa.

Os Estados Unidos gozaram de opiniões favoráveis por parte dos seus parceiros europeus e não-europeus durante muito tempo. Exemplo, 2022:

International public opinion of the U.S. remains positive | Pew Research Center

Essa visão positiva degrada-se agora com o regresso de Trump e das suas políticas hostis, tal como se havia degradado durante o seu primeiro mandato. O sentimento dos europeus relaciona-se estreitamente com a radicalização política da administração norte-americana, não advém de um imaginário anti-americanismo generalizado.

European favourability of the USA falls following the return of Donald Trump | YouGov
Transatlantic twilight: European public opinion and the long shadow of Trump | ECFR

Mais do que posições benévolas da generalidades das populações, contaram com opções políticas, diplomáticas e económicas de suporte e apoio à ordem criada pelos norte-americanos. Os europeus posicionaram-se ao lado dos americanos inclusive em matéria militar, apoiando-os na única vez em que o artigo 5º da NATO foi invocado. Desonesto é também sugerir que, em contraponto com o fabulado anti-americanismo, os europeus descobriram-se enamorados pela China. A popularidade do regime chinês encontra-se muito abaixo da favorabilidade pelos Estados Unidos, mesmo que em perda:

Views of China and Xi Jinping in 35 countries | Pew Research Center
Views of the US around the world | Pew Research Center (para comparação)

... mas algo deve ser dito quanto à desconfiança relativamente aos Estados Unidos, que, é certo, tem mais longa tradição entre as esquerdas. Vivemos num sistema com um viés natural pró-cultura norte-americana e pró-sistema económico capitalista, invariavelmente ligado ao país. Fomos ensinados e treinados sobretudo para detectar a propaganda de outros regimes, das suas fórmulas políticas e económicas. Compreender as formas de propaganda nas quais fomos socializados será tarefa mais difícil. Ou julgar-se-á que as estruturas socialistas, comunistas, autoritárias, ... possuem mecanismos de controlo e reprodução e as nossas formas de organização não? Desconfiar do poder hegemónico é absolutamente necessário. O que é o mesmo que afirmar a necessidade de ter uma visão crítica acerca dos Estados Unidos.

Agora, ninguém se surpreenda que a desconfiança aumente exponencialmente com Trump. Trump expõe de alto a baixo os riscos do poder e o difícil alinhamento de interesses entre potência e aliados da potência num mundo em mudança.

A ordem mundial foi criada pelos americanos, tal como a sua acção deliberada acelerou o crescimento da China. Os chineses não passaram a perna a ninguém, não forçaram os países a lá produzir nem a aceitar os seus produtos e serviços (não significa isto que a China não tenha práticas comerciais contrárias aos acordos que assinou). Os défices da balança comercial norte-americana foram, em grande medida, uma escolha e o resultado de um determinado modelo económico. O país mais rico do mundo compra mais do que vende. E a sua população, também por não participar proporcionalmente nessa acumulação de riqueza, quer coisas baratas. Querem o quê? Balanças comerciais equilibradas por decreto? Julgavam que o país manter-se-ia como único líder mundial por séculos e séculos, indefinidamente?... Correm atrás do prejuízo. Mas a Europa não pode tomar como suas as dores americanas, até porque não lhe faltam dores próprias.
 
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14 Janeiro 2025
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Mas já viste os números da China ? Biliões a mais o que exporta que o que importa.... Mas muitos milhares de milhão... O balanço comercial tem de ser mais justo. So vivem eles daqui a nada
Mas a China não obriga ninguém a comprar os seus produtos. Nem são obrigados, por outro lado, a comprarem o que não querem comprar ao ocidente.
Quando tantas empresas europeias e americanas se deslocalizaram para a China, para terem maiores lucros à pala de salários e custos do trabalho baixos, é natural que a China cada vez exporte mais.
 

wolfheart

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30 Novembro 2015
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Pode inferir-se do que diz o Calimero Amaral, que Trump até é um gajo bastante sensato e justo e que os europeus é que são, afinal, uns grandes hipócritas e oportunistas.
Pronto, é a opinião dele. Ele também acha que o Sporting ganha sempre bem e está sempre a ser roubado.
Também podemos inferir que taças de 2,5% para os produtos para entrarem nos USA eram justos ? É isso ?
 

Panda Azul e Branco

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Também podemos inferir que taças de 2,5% para os produtos para entrarem nos USA eram justos ? É isso ?
Não sou economista, não estou a par desses pormenores, mas há produtos e produtos, taxas e taxas. Se as taxas aos produtos americanos na sua globalidade são superiores às taxas aos produtos europeus na sua globalidade, está claro que os americanos têm o direito de querer mudar isso e pôr equilíbrio nas taxas. Mas duvido muito que estejam a fazê-lo da forma mais correcta e equilibrada. Trump e colaboradores de equilibrados não têm nada.
 

wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança
Não sou economista, não estou a par desses pormenores, mas há produtos e produtos, taxas e taxas. Se as taxas aos produtos americanos na sua globalidade são superiores às taxas aos produtos europeus na sua globalidade, está claro que os americanos têm o direito de querer mudar isso e pôr equilíbrio nas taxas. Mas duvido muito que estejam a fazê-lo da forma mais correcta e equilibrada. Trump e colaboradores de equilibrados não têm nada.
Aceito perfeitamente o teu raciocínio. Isto não é bom, aparentemente para nos. MS a Europa tem de ser mais autónoma. Nalgumas coisas habituou-se ao parasitismo.... E isso tem consequências a longo termo...no covid a Europa nem máscaras tinha....nem como as fabricar
 

Devenish

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11 Outubro 2006
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  • Reinaldo Teles
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Mas já viste os números da China ? Biliões a mais o que exporta que o que importa.... Mas muitos milhares de milhão... O balanço comercial tem de ser mais justo. So vivem eles daqui a nada
O Ocidente, empresas, é que criaram o monstro, deslocaram-se para a China por causa dos baixos custos e chegamos aonde estamos.
 

J | [Ka!s3r^].

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7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
Mais: os Estados Unidos não podem, ou não deviam, empurrar os seus problemas internos para os ombros da comunidade internacional. Se não possuem regras para fixar a sua classe empresarial/empregadora e desencorajar a deslocalização da produção... não basta apontar o dedo à China como desculpa. Não podem usar o pretexto chinês para justificar o pântano dos direitos laborais dos trabalhadores nacionais e para a estagnação dos salários reais da população norte-americana. Ou melhor, podem, mas fá-lo-ão para que, internamente, pouco ou nada mude. Os Estados Unidos gastam com as forças militares mais do que o conjunto dos oito países que lhes seguem. Gastam, em saúde, mais do dobro de vários países desenvolvidos, obtendo com isso muito piores resultados. Esta rebelião contra o sistema internacional é também uma cortina de fumo, um subterfúgio para evitar a resolução dos problemas da sociedade americana.

... o orçamento desmesurado em defesa, acrescente-se, é financiado pelo défice comercial dos Estados Unidos. Os Estados Unidos dão-se ao luxo de emitir dívida despreocupadamente pois os países com superávit comercial usam os seus dólares para comprar títulos do tesouro (e para investir nas empresas norte-americanas). O actual arranjo mantém os Estados Unidos no centro financeiro do planeta e preserva o valor da moeda americana. Não vale a pena fingir que dele não retiram benefícios. ... ou Trump descobriu agora que o país é vilipendiado pelo resto do mundo? Os Estados Unidos não têm um sistema social mais justo e uma população mais próspera e menos insatisfeita porque não fazem por isso. Não têm desculpa, possuem o maior PIB do planeta, com ou sem concorrência chinesa.
 

tocoolant

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Ya o segundo ponto continua a ser legal. Não é proibido. Tu não podes é obrigar mulheres a competir com homens se elas não quiserem. O mesmo serve para uso de casas de banho e balneários. A maioria das mulheres não quer homens, nesses locais...não importa se estão no início, a meio ou no fim da transição... não se sentem confortáveis com isso. Elas que demoraram tanto tempo a poderem decidir, aquilo que queriam, agora uma minoria barulhenta de alguns 0,5 por cento da população e acho que são números exagerados, queria contra a vontade da maioria das mulheres, retirar-lhe isso.
Dentro das questões Trans eu não tenho uma posição progressista nem conservadora em tudo. Depende da questão. Mas há um princípio primordial do qual eu parto que é este:

O que é que se pode fazer numa sociedade que quer queiramos quer não ostraciza os Trans para que eles se possam sentir melhores consigo próprios e minimizarmos a discriminação que possam sofrer?

Tendo este enunciado como ponto de partida, o que quer que seja que não me lese em nada e que possa ajudá-los a sentirem-se melhores por serem diferentes terão a minha benção. Mas infelizmente parece que este não é o ponto de partida da maioria das pessoas. Parece que o ponto de partida da maioria das pessoas será:

Qual é a questiuncula legal, leve incómodo e caso rebuscado que acontece um em mil que possa justificar a minha embirrância com "eles"? E agora?! Sou o Hitler qués ver??

wolfheart, não me leves a mal. Acredito que não estejas a 100% nesta última categoria de pessoas do "até nem tenho nada contra eles mas...". Aconselho-te apenas a concentrar esforços em coisas que possam valer a pena. Não em questões de WC que sinceramente, é tentar ver um "perigo" onde ele não existe.
 
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tocoolant

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7 Abril 2016
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A normalização é sexo não gênero.
Sexo só existem 2: masculino ou feminino.
Podes ser homossexual, hétero, lésbica, bisexual, pansexual, assexual, transformista, dragqueen, não binário.
Podes ser o que quiseres ser e que a tua consciência quiser professar.

Institucionalmente baseado na ciência e na biologia tens sexo masculino ou feminino.
Há casos raros de hermafroditismo( ter os 2 sexos) mas mesmo aí continuam a ser só 2
Normativizar/definir o que é o sexo é inquestionavelmente mais simples e directo do que aquilo que possamos entender o que é o género.

Mas mesmo aceitando que o critério de definição de género não possa ser apenas baseado no "levantei o braço e disse..." também não consigo entrar no extremo relativismo que como é tudo relativo é impossível definir. Nestas questões como em tudo tem que haver uma averiguação baseada no bom senso e em alguma jurisprudência.
 

SUPERMLY

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14 Setembro 2017
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Mais: os Estados Unidos não podem, ou não deviam, empurrar os seus problemas internos para os ombros da comunidade internacional. Se não possuem regras para fixar a sua classe empresarial/empregadora e desencorajar a deslocalização da produção... não basta apontar o dedo à China como desculpa. Não podem usar o pretexto chinês para justificar o pântano dos direitos laborais dos trabalhadores nacionais e para a estagnação dos salários reais da população norte-americana. Ou melhor, podem, mas fá-lo-ão para que, internamente, pouco ou nada mude. Os Estados Unidos gastam com as forças militares mais do que o conjunto dos oito países que lhes seguem. Gastam, em saúde, mais do dobro de vários países desenvolvidos, obtendo com isso muito piores resultados. Esta rebelião contra o sistema internacional é também uma cortina de fumo, um subterfúgio para evitar a resolução dos problemas da sociedade americana.

... o orçamento desmesurado em defesa, acrescente-se, é financiado pelo défice comercial dos Estados Unidos. Os Estados Unidos dão-se ao luxo de emitir dívida despreocupadamente pois os países com superávit comercial usam os seus dólares para comprar títulos do tesouro (e para investir nas empresas norte-americanas). O actual arranjo mantém os Estados Unidos no centro financeiro do planeta e preserva o valor da moeda americana. Não vale a pena fingir que dele não retiram benefícios. ... ou Trump descobriu agora que o país é vilipendiado pelo resto do mundo? Os Estados Unidos não têm um sistema social mais justo e uma população mais próspera e menos insatisfeita porque não fazem por isso. Não têm desculpa, possuem o maior PIB do planeta, com ou sem concorrência chinesa.
Tocas em vários pontos que são verdade mas como já tinhamos falado sobre a génese dos EUA há situações que identificas como problemas que eles acham que é normal por uma questão ideológica.
Mas falando da UE fez o mesmo( deslocalizar produção por questões de lucro) mas uma proporção superior mas aí ninguém critica.
Critica se agora o Trump porque é um palerma mas a Europa está cheia de palermas mas não aparecem.
Ainda há 15 anos a Merkel era tida como um exemplo se como tornar uma economia forte.
Hoje em dia está provado que só fez merda.
Já estou com Miguel Sousa Tavares a Europa responde a bombardeios com vardascadas de mata moscas...

Os EUA mantêm este status quo com emissão de dívida a UE fode os cidadãos com uma imensa carga fiscal.
Vamos agora emitir divida para pagar rearmamento mas é vê-los aí os puristas aos saltos.
Não deixa de ser impressionante que há agentes políticos na Europa que preferem manter a carga fiscal alta do emitir divida
 
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wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança
Dentro das questões Trans eu não tenho uma posição progressista nem conservadora em tudo. Depende da questão. Mas há um princípio primordial do qual eu parto que é este:

O que é que se pode fazer numa sociedade que quer queiramos quer não ostraciza os Trans para que eles se possam sentir melhores consigo próprios e minimizarmos a discriminação que possam sofrer?

Tendo este enunciado como ponto de partida, o que quer que seja que não me lese em nada e que possa ajudá-los a sentirem-se melhores por serem diferentes terão a minha benção. Mas infelizmente parece que este não é o ponto de partida da maioria das pessoas. Parece que o ponto de partida da maioria das pessoas será:

Qual é a questiuncula legal, leve incómodo e caso rebuscado que acontece um em mil que possa justificar a minha embirrância com "eles"? E agora?! Sou o Hitler qués ver??

wolfheart, não me leves a mal. Acredito que não estejas a 100% nesta última categoria de pessoas do "até nem tenho nada contra eles mas...". Aconselho-te apenas a concentrar esforços em coisas que possam valer a pena. Não em questões de WC que sinceramente, é tentar ver um "perigo" onde ele não existe.
Para eles se sentirem melhor numa sociedade que não os compreende e ostraciza, não podemos por em causa direitos adquiridos por outros.
Não podes responder pelas mulheres, se aceitam, se querem ou se as incomoda.
Tu disseste em cima : "desde que não me lese"... Pois o problema é que há quem se sinta lesado.. e tens de olhar para isso... A Lia Thomas era a número 500 e tal no ranking de natação enquanto era homem...depois andou anos a ser a maior nas mulheres...
A mim um trans não me lesa, a sua existência entendo-a, nao me tira o sono, não me dá raiva... Mas cada coisa no seu lugar. Para atenuar um mal, não podes criar injustiças muito maiores
 
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tocoolant

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Para eles se sentirem melhor numa sociedade que nãos os compreende ostraciza, não podemos por em causa direitos adquiridos por outros.
Não podes responder pelas mulheres, se aceitam, se querem ou se as incomoda.
Tu disseste em cima : "desde que não me lese"... Pois o problema é que há quem se sinta lesado.. e tens de olhar para isso... A Lia Thomas era a número 500 e tal no ranking de natação enquanto era homem...depois andou anos a ser a maior nas mulheres...
A mim um trans não me lesa, a sua existência entendo-a, nao me tira o sono, não me dá raiva... Mas cada coisa no seu lugar. Para atenuar um mal, não podes criar injustiças muito maiores
Com já poderás ter entendido, no que toca ao desporto não me é simpática a ideia que haja alguém a competir com outrem com vantagens injustas. Acredito que não ter nenhuma divergência de opinião a esse respeito contigo como certamente terás depreendido do meu primeiro comentário (em que tive o cuidado de meter ponto 1 o que é legitimo no desporto, ponto 2 o que é legítimo na sua existência em sociedade).

E deixa-me concordar novamente contigo noutra coisa. "Não podes responder pelas mulheres, se aceitam, se querem ou se as incomoda.". Pois não, não posso. E acrescentaria o seguinte: nem tu. Mas tanto eu como tu podemos ter uma opinião mesmo que nenhum de nós esteja com a pretensão que "fala pelas mulheres".

Por fim e depois de tanta concordância deixa-me só terminar com uma nota de discordância. O possível "incomodo" de um homem ou de uma mulher a ver um Trans a entrar numa casa de banho não é nenhum "direito adquirido" de exclusão de um espaço público de outrem porque como disseste e bem "o atenuar de um mal" (neste caso o incomodo do homem ou da mulher) não é minimamente comparável à humilhação estares a dizer a um(a) adulto(a) onde pode fazer as necessidades como se fosse um animal doméstico.

Até me obrigas a utilizar "linguagem inclusiva" (que eu sinceramente detesto) para não excluir os Trans macho (sim existem) no meu raciocínio...
 

Cheue

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Até me obrigas a utilizar "linguagem inclusiva" (que eu sinceramente detesto) para não excluir os Trans macho (sim existem) no meu raciocínio...
não só existem como não são poucos.
cerca de 40% de Trans são mulheres que transitam para homem.

no entanto só se fala dos homens que transitam para mulher...
...o que é curioso...
 

sirmister

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não só existem como não são poucos.
cerca de 40% de Trans são mulheres que transitam para homem.

no entanto só se fala dos homens que transitam para mulher...
...o que é curioso...
Porque os homens são muito mais odiados que as mulheres..
 

Manageiro de futból

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Com já poderás ter entendido, no que toca ao desporto não me é simpática a ideia que haja alguém a competir com outrem com vantagens injustas. Acredito que não ter nenhuma divergência de opinião a esse respeito contigo como certamente terás depreendido do meu primeiro comentário (em que tive o cuidado de meter ponto 1 o que é legitimo no desporto, ponto 2 o que é legítimo na sua existência em sociedade).

E deixa-me concordar novamente contigo noutra coisa. "Não podes responder pelas mulheres, se aceitam, se querem ou se as incomoda.". Pois não, não posso. E acrescentaria o seguinte: nem tu. Mas tanto eu como tu podemos ter uma opinião mesmo que nenhum de nós esteja com a pretensão que "fala pelas mulheres".

Por fim e depois de tanta concordância deixa-me só terminar com uma nota de discordância. O possível "incomodo" de um homem ou de uma mulher a ver um Trans a entrar numa casa de banho não é nenhum "direito adquirido" de exclusão de um espaço público de outrem porque como disseste e bem "o atenuar de um mal" (neste caso o incomodo do homem ou da mulher) não é minimamente comparável à humilhação estares a dizer a um(a) adulto(a) onde pode fazer as necessidades como se fosse um animal doméstico.

Até me obrigas a utilizar "linguagem inclusiva" (que eu sinceramente detesto) para não excluir os Trans macho (sim existem) no meu raciocínio...
Curiosamente, eles estão sempre muito preocupados com as desvantagens das mulheres ao competir com uma mulher trans no desporto. Mas basta alguém mencionar as diferenças salariais entre homens e mulheres — especialmente no que toca a prémios e remunerações no desporto — e surgem logo mil argumentos para justificar essas desigualdades e o tão falado sentimento de justiça desaparece completamente.

Quanto à participação de mulheres trans no desporto, essa decisão deve caber às federações das modalidades em questão, com base em critérios científicos e técnicos. Não devia ser uma questão ideológica, decidida pela entourage do Trump.
 

Edgar Siska

Grande Capitão JC2#
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Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
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no entanto só se fala dos homens que transitam para mulher...
...o que é curioso...
Penso que isso esteja realizado na grande centralização dessa discussão na participação desportiva.
Uma vez que um homem trans em príncípio o que tem é uma grande desvantagem logo à partida se participasse em provas masculinas.

Logo daí veres as grandes indignações virem sobretudo cair sobre obviamente mulheres trans.
 
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tocoolant

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7 Abril 2016
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Curiosamente, eles estão sempre muito preocupados com as desvantagens das mulheres ao competir com uma mulher trans no desporto. Mas basta alguém mencionar as diferenças salariais entre homens e mulheres — especialmente no que toca a prémios e remunerações no desporto — e surgem logo mil argumentos para justificar essas desigualdades e o tão falado sentimento de justiça desaparece completamente.

Quanto à participação de mulheres trans no desporto, essa decisão deve caber às federações das modalidades em questão, com base em critérios científicos e técnicos. Não devia ser uma questão ideológica, decidida pela entourage do Trump.
Caro Manageiro de futból, concordo com o espírito da tua resposta. A necessidade da valorização da mulher no desporto (e por extensão em outros sectores mais importantes da sociedade). Assim como concordo com a reprovação daquilo que é a doutrina Trump nesta matéria. Apenas algumas reflexões que poderás concordar ou discordar. Estou curioso para saber a tua opinião.

Na questão das desigualdades salarias eu tenho sentimentos mistos no que ao desporto diz respeito. Sempre considerei que poderemos sempre culpar as discrepâncias nos rendimentos de homens e mulheres no desporto em maior ou menor medida a factores que são comuns à discrepância de rendimentos de género noutros sectores da sociedade mas sempre vi o caso do desporto como um caso muito particular em que mal ou bem considero "natural" que as haja. Não nesta ordem de grandeza mas é natural que as haja.

Não considero que as mulheres "devam" ganhar menos ou "devam" ganhar mais por uma estrita questão de que "elas jogam pior" e como tal têm "menos mérito" ou "menos produtividade". Acho de resto que esse tipo de argumentário é simplista e injusto para não dizer que me cria alguma repulsa. Principalmente quando vem de alguns trolls que gostam de usar um meme qualquer duma jogadora que teve um mau lance para esfregar na cara de feministas um bocadinho mais "over the top".

Simplesmente acho "normal" elas ganharem menos que os homens porque enquadro o desporto de alta competição num ramo de actividade mais amplo: a indústria do entretenimento. E na indústria do entretenimento há sectores em que a mulher ganha tanto ou mais que homem "naturalmente" porque o paradigma de avaliação no entretenimento é a atenção que se consegue captar e o valor que o espectador está disposto a pagar pelo entretenimento. E a esse respeito temos que dizer que é quase inescapável. O "produto" de entretenimento do futebol feminino pode não ter o mesmo "appeal" do futebol jogado por homens.

Dizendo isto compreendo também que haja alguns contrapontos a este meu raciocínio. Há uma maior publicitação do desporto masculino "by default" o que pode abafar alguns desportos femininos onde até poderia haver mais interesse e posso também entender que o desporto pode ser visto não apenas como entretenimento mas como um bem publico que pode operar numa lógica não puramente mercantilista. Neste âmbito não sou contrário ao encaminhamento de verbas de algum desporto masculino para o feminino como se faz na NBA.

Por fim e voltando ao desporto Trans. Sim, compete às federações e não aos governos estabelecer as regras do desporto competitivo. Mas infelizmente vivemos num mundo onde tudo é politico. Teria mais mil coisas para dizer neste ponto mas estou cansado... cheers..