Advogado de Sandra Madureira: «Não existiu qualquer plano delineado»
“Os episódios de violência abriram caminho a todos os outros. Como é que pode ter havido um plano, quando Fernando Madureira não se encontrava sequer no P1 ou no estádio, quando as testemunhas referiram que foram elementos dos SD quem acalmaram os ânimos iniciais junto das equipas da comunicação social? Sobre o clima de inquietação, a acusação diz que as pessoas foram obrigadas a percorrer um caminho sinuoso escuro. As imagens mostram que o caminho do P1 até ao Arena foi tranquilo e sem incidentes. Sobre o apoio financeiro aos Super Dragões, os estatutos não iam alterar o acordo que já existia entre o FC Porto e a claque. Sobre o alegado crime de coação, onde é que nós, pela prova produzida, temos que alguém foi ameaçado ou coagido? Onde foi aqui dito que Sandra Madureira ameaçou alguém? Mesmo que tivesse dito, como admitiu, como disse para não filmar e explicou porquê. “Não há direito a filmar nas AG. É uma reunião de família”, foi essa a ideia. O crime de coação exige um constrangimento diferente. Exige uso de violência ou ameaça e isso não ficou aqui provado. Sobre a co-autoria, segundo a lei, o co-autor tem de tomar parte direta no plano com partes específicas. Onde há prova sequer de uma divisão de tarefas? É fácil dizer que houve um plano, mas qual? Houve alteração do local da AG, eles não comunicaram durante a AG, como se podia ter realizado tal plano de co-autoria? Pela tese do MP como é que explicamos que Madureira teve o domínio funcional quando até foi tentar apaziguar? Quanto ao grupo no whatsapp, só cinco dos arguidos faziam parte, como é que podia haver um plano e uma decisão conjunta?", revelou Miguel Marques de Oliveira.
“A minha visão é que não houve co-autoria, seja do que for. Descreve-se Fernando como o homem atrás e os restantes os homens da frente, mas não basta afirmar-se que Fernando foi o mandante. Era em tribunal que tinha de se fazer essa prova. Não podemos escamotear que houve desorganização e desgoverno na AG, mas daí a tanto calma, porque havia duas fações. Conclusões: não existiu qualquer plano delineado, apenas circunstâncias pontuais conforme o clima de tensão crescente da AG. Não houve ordem ou premeditação de Fernando Madureira ou Sandra Madureira. O tribunal não pode virar costas à realidade. A dona Sandra Madureira, no seu relatório social, surge como alguém que tirou uma licenciatura em psicologia depois de ter uma vida construída. Neste quase ano e meio tive a possibilidade de lidar com os dois Madureiras e o que encontrei foram pessoas de família. Em qualquer decisão a primeira coisa que ambos pensaram foi nos filhos”, concluiu o advogado de Sandra Madureira.
“Os episódios de violência abriram caminho a todos os outros. Como é que pode ter havido um plano, quando Fernando Madureira não se encontrava sequer no P1 ou no estádio, quando as testemunhas referiram que foram elementos dos SD quem acalmaram os ânimos iniciais junto das equipas da comunicação social? Sobre o clima de inquietação, a acusação diz que as pessoas foram obrigadas a percorrer um caminho sinuoso escuro. As imagens mostram que o caminho do P1 até ao Arena foi tranquilo e sem incidentes. Sobre o apoio financeiro aos Super Dragões, os estatutos não iam alterar o acordo que já existia entre o FC Porto e a claque. Sobre o alegado crime de coação, onde é que nós, pela prova produzida, temos que alguém foi ameaçado ou coagido? Onde foi aqui dito que Sandra Madureira ameaçou alguém? Mesmo que tivesse dito, como admitiu, como disse para não filmar e explicou porquê. “Não há direito a filmar nas AG. É uma reunião de família”, foi essa a ideia. O crime de coação exige um constrangimento diferente. Exige uso de violência ou ameaça e isso não ficou aqui provado. Sobre a co-autoria, segundo a lei, o co-autor tem de tomar parte direta no plano com partes específicas. Onde há prova sequer de uma divisão de tarefas? É fácil dizer que houve um plano, mas qual? Houve alteração do local da AG, eles não comunicaram durante a AG, como se podia ter realizado tal plano de co-autoria? Pela tese do MP como é que explicamos que Madureira teve o domínio funcional quando até foi tentar apaziguar? Quanto ao grupo no whatsapp, só cinco dos arguidos faziam parte, como é que podia haver um plano e uma decisão conjunta?", revelou Miguel Marques de Oliveira.
“A minha visão é que não houve co-autoria, seja do que for. Descreve-se Fernando como o homem atrás e os restantes os homens da frente, mas não basta afirmar-se que Fernando foi o mandante. Era em tribunal que tinha de se fazer essa prova. Não podemos escamotear que houve desorganização e desgoverno na AG, mas daí a tanto calma, porque havia duas fações. Conclusões: não existiu qualquer plano delineado, apenas circunstâncias pontuais conforme o clima de tensão crescente da AG. Não houve ordem ou premeditação de Fernando Madureira ou Sandra Madureira. O tribunal não pode virar costas à realidade. A dona Sandra Madureira, no seu relatório social, surge como alguém que tirou uma licenciatura em psicologia depois de ter uma vida construída. Neste quase ano e meio tive a possibilidade de lidar com os dois Madureiras e o que encontrei foram pessoas de família. Em qualquer decisão a primeira coisa que ambos pensaram foi nos filhos”, concluiu o advogado de Sandra Madureira.