Senhores, permitam-me que vos diga, com a clareza que o momento exige: o futuro do nosso clube não pode esperar! Devemos, desde já, erguer os olhos para a época de 26/27, pois duvido – e digo-o com a gravidade que a razão me impõe – que o vasto trabalho que nos aguarda, tanto no plantel como na alma desta instituição, possa ser cumprido numa mera pré-temporada. Não nos iludamos: o tempo é nosso aliado apenas se o dominarmos agora.
Diante de mim, vejo um plantel onde apenas três jovens brilham com o fulgor digno do nosso emblema: Martim, Samu e Mora. São eles os únicos que carregam, nas veias, o perfil de quem pode honrar esta casa. Mas não basta! Precisamos de uma reestruturação total, um renascimento forjado com audácia e visão. Não há lugar, nem por um instante, para hesitações.
Jogadores como Zaidu ou Grujic? Não podem, nem devem, fazer parte deste caminho. Outros – Moura, João Mário, Eustáquio, Pepê – poderão, eventualmente, ser-nos úteis, aqui e ali, como suplentes, mas projetar uma temporada com eles como titulares seria trair a grandeza que nos define. Em Tomás Perez e Willian, vejo neles centelhas de promessa, mas estão ainda verdes, demasiado frágeis para a batalha imediata. Um empréstimo, talvez, possa temperar-lhes o carácter e afiar-lhes o talento.
E se o mercado nos trouxer propostas justas por Varela ou Diogo Costa? Que sigam! Que o vento os leve, e que o lucro nos fortaleça. Quanto aos restantes, sem excepção, digo-vos com a frontalidade que o dever me obriga: não possuem as condições mínimas para vestir esta camisola. Lamento, mas a verdade não se curva perante sentimentos.
Espero – e exijo – que haja coragem, que haja meios, que haja vontade para fazer o que tem de ser feito. Mas não me engano: uma só pré-época não bastará para erguer este colosso das cinzas. Contudo, se me dissessem hoje que, em 25/26, o título nos escaparia, mas que a entrada na Champions seria certa, eu assinaria de imediato, com o punho firme e o coração tranquilo.
Sei, no mais profundo da minha alma, que esta fase negra não é o nosso fim. Nós, os invictos, havemos de ressurgir, mais fortes, mais temidos, mais gloriosos do que nunca! Mas para isso, devemos agarrar-nos aos pilares que sempre nos sustentaram: Exigência, Entrega e o Espírito de Luta. Estes não são meros lemas – são o sangue que corre nas veias deste clube, são a chama que nunca se apagará.
Não nos curvemos ao desalento! Ergamo-nos e juntos faremos deste Porto, o Nosso Porto!