A minha madrinha vendeu este mês uma casinha completamente degrada que foi casa dos meus bisavós e primeira casa dos meus avós. Isto lá nos confins de trás os montes. O único interessado foi um empreiteiro que tem o monopólio de tudo o que é obras lá aqueles lados. Praticamente não existe mais ninguém. O sujeito não precisava daquilo para nada, mas ofereceu cerca de 3 mil e dada a completa escassez de interessados, eles lá aceitaram o valor. Aquilo foi dado. É um valor irrisório. No entanto, vai ser para o empreiteiro futuramente dar um jeito aquilo e meter para Alojamento Local.Percebo a ideia e concordo. Eu ia por outro lado, quem tem uma casa ao abandono devia ser obrigado a vendê-la. Só na minha rua há três casas cujos donos estão em França há décadas e não querem saber delas para nada, nunca cá vêm, e que se fossem postas no mercado facilmente seriam vendidas por 70 ou cem mil euros. Só que os herdeiros pôem-se a fazer contas, concluem que se as vendessem só iriam receber uns dez mil euros por cabeça, e como não estão a precisar do dinheiro, deixam andar. Entretanto as casas vão-se degradando, e casas que hoje seriam perfeitamente recuperáveis, daqui a quinze anos só servirão para demolir. Isto faz sentido? Para mim, não.
Este tipo de negócios de baixo valor, só iria ser agravado com um hipotético aumento de impostos. Obrigar por lei ou por outro capricho, uma geração de reformados, com baixos rendimentos a fazer obras de restauro também é a meu ver o Estado a usar o seu poder de forma abusiva.
As medidas pensadas para f*der uma minoria com muito capital, acabam a prejudicar a maioria que não tem dinheiro para os medicamentos ou para o lar, quanto mais para as obras.