Há uma diferença muito substancial entre antissemitismo e criticar as ações de Israel em Gaza.
Desde logo, os palestinianos são semitas e, portanto, não há nada mais antissemita do que aquilo que Israel tem feito ao longo deste último ano e meio.
Depois, há milhares de judeus que são constantemente acusados de associações ligadas e financiadas pelo lobby sionista e pelo governo de Israel. Há inclusive diversos grupos de judeus ultraortodoxos que se têm manifestado contra as ações do atual governo e da IDF em gaza.
Nos EUA, supostamente a terra da liberdade de expressão quase absoluta, vários estados até introduziram leis para impedir que as pessoas boicotassem Israel.
No meio disto tudo é evidente que existe uma minoria que expressa afirmações de ódio a judeus. No entanto, aquilo que se está a passar é uma instrumentalização clara e um uso abusivo da expressão "antissemitismo" para de alguma forma desviar atenções dos crimes de Israel em Gaza.
Por exemplo, para Israel, um post em solidariedade a Gaza é considerado antissemitismo. Não só em Israel, até porque nos EUA e em vários países europeus, fruto das ramificações do lobby sionista, já reprimiram diversas manifestações de solidariedade para com o povo de Gaza, incluindo manifestações organizadas por médicos, etc., e perseguiram e detiveram jornalistas, tudo a sob a acusação de antissemitismo, um termo que tem sido instrumentalizado e usado de forma abusivo para defender os interesses do governo extremista de Israel e dos seus crimes de guerra e crimes contra a humanidade.