Não sou especial adepto do anarquismo, é inorgânico à natureza humana. A autogestão não passa de um sonho lindo, idealista, contemporâneo e parvo mas completamente impossível em cenários macro.
Bons para gerir o Reino do Pineal no máximo...e e e...há de alguém acabar por estabelecer uma ordem para os males dos sonhos utópicos Proudhonianos.
Isso de ser inorgânico ou não à natureza humana é perfeitamente irrelevante e o pior argumento possível. A violência é algo que faz parte da natureza humana, matar faz parte da natureza humana, violar faz parte da natureza humana, escravizar outros seres humanos faz parte da natureza humana, são todos comportamentos perfeitamente humanos, no entanto, desenvolvemos mecanismos para reprimir e punir este tipo de comportamentos de forma a vivermos em sociedade. O que não falta nas nossas sociedades são instrumentos de repressão da natureza humana. Também não faz parte da natureza humana viver ao ritmo do desenvolvimento tecnológico dos nossos tempos e no entanto vivemos. Portanto, é um argumento falacioso e facilmente refutado.
Mas acima de tudo isto dizer que o anarquismo é inorgânico à natureza humana é que é o principal erro. A nossa espécie tem sensivelmente 300 000 anos e as civilizações e sociedades com elevado grau de estratificação e estruturas de poder centralizadas começaram há cerca 10 000 anos. Durante o resto do tempo os seres humanos viveram em sociedades com modos descentralizados, igualitários e fortemente baseados na cooperação. Portanto, novamente o argumento da natureza humana, que é bastante raso, cai completamente por terra.
Um outro problema é o desconhecimento do que é realmente o anarquismo. Não tem rigorosamente nada a ver com o Reino do Pineal, ou com o Wild Wild Country. De forma bastante resumida, não é a negação de toda autoridade ou abolição completa do estado, mas sim o questionamento de toda a autoridade que não possa ser justificada. Além disso, dentro do próprio anarquismo existem diversas propostas e formas possíveis de organização social, todas baseadas na autonomia, na cooperação e na horizontalidade das relações.
Eu não sou a favor de mudanças revolucionárias e totalmente diruptivas como a abolição do capitalismo, mas da adaptação de determinados princípios do anarquismo.