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Tribuna
10 Março 2012
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  • André Villas-Boas
  • Alfredo Quintana
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O que dizem de Fernando Araújo ?
Cabeça de lista pelo Porto, já não quer ser deputado.
Arrisco mais, nunca quis ser deputado, querer, queria ser ministro.
PS continua a dar tiros nos pezinhos...
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Os partidos dos extremos têm algumas coisas em que se confundem mas concordo contigo que aquilo não é fácil de catalogar. De qualquer forma ver uma ex trostkista a ir à Fátima agradecer já não sei o quê e a atacar a imigração com uma conversa nacionalista era algo que ninguém imaginava que fosse acontecer há uns 10 anos atrás
Essa de a Joaninha ter ido a Fátima agradecer passou-me ao lado. PQP, já me estragaste o fim de semana.
No programa do partido não vejo nenhum ataque à imigração, apenas à imigração ilegal. Falam de deportar imigrantes que tenham cometido crimes, mas isso até o governo canadiano faz, nomeadamente com açorianos que se mudaram para lá aos três anos de idade. E o Canadá nunca foi governado pela extrema-direita.
A maior viragem que veja na JAD, além de se ter convertido aparentemente ao catolicismo (!!!), é a questão do aborto, da qual há 20 anos era uma defensora absoluta, e hoje já só o admite em casos de violação e de malformações do feto. Mas esta viragem não me choca. Eu votei a favor no referendo sobre o aborto, mas se fosse hoje abstinha-me, porque se sou contra a pena de morte, é contraditório defender o aborto a pedido.
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Não necessariamente, tens alguns exemplos de sociedades que se organizaram 'bottom-up'. Talvez o caso mais famoso e paradigmático seja o da Catalunha durante a Guerra Civil, que levou George Orwell a escrever o livro "Homenagem à Catalunha". É um exemplo paradigmático porque as pessoas se organizaram e tomaram conta das suas vidas, viveram de forma próspera durante um bom tempo. Só a forma como organizaram a educação com ênfase na autonomia, na curiosidade intrínseca das crianças, pensamento crítica e coeducação deveria ser um exemplo para as nossas sociedades. As pessoas liam, participavam diretamente na vida política, iam ao teatro, eram atividades praticadas de forma generalizada pelas populações.

Pena ter sido naquele contexto de guerra, mas houve outros casos em Espanha durante o mesmo período. Acredito que o período o contexto impediram que se seguissem mais exemplos.

Aliás, eu gosto sempre de dar o exemplo do que acontece quando ocorrem grandes catástrofes naturais. Por exemplo, as cheias do ano passado em Valência, o que foi que aconteceu? As pessoas rapidamente se organizaram e deram conta do recado, muito antes de receberam ajuda das instituições governamentais. Igual durante as cheias no Rio Grande do Sul. As pessoas rapidamente se organizam e cooperam, mas depois cria-se a ideia de que o povo é burro e precisa de uma classe de 'inteligentes' que os governem. É uma ideia bastante conveniente, até porque a estupidificação das massas é sempre uma prioridade de quem tem o controlo do poder e é necessário fazer acreditar que o povinho é todo burro e que precisam de um grupo privilegiado de iluminados para os liderar.
Curiosamente, pensei em juntar aos meus exemplos de comunitarismo a experiência anarquista na Espanha dos anos 30, que conheço muito bem.
Mas essa experiência surgiu numa conjuntura muito especial, se calhar única na história, e não creio que aquilo pudesse durar mesmo que os republicanos tivessem vencido a guerra. Teriam sido rapidamente esmagados pelas forças republicanas, apoiadas pelos comunistas, como aliás foram de qualquer modo.

É verdade que em momentos de crise as pessoas têm capacidade de se organizar e trabalhar em conjunto, mas só o fazem quando sabem que não podem contar com o estado. E hoje as pessoas estão demasiado passivas, demasiado habituadas a depender do estado, até porque foram condicionadas para isso.
Então, esse espírito comunitário de entreajuda só existe em países pobres, onde sabes que não vai chegar ajuda da polícia, dos bombeiros ou da protecção civil.
Um exemplo disso são os incêndios, quando eu era puto, há 40 anos, se havia um incêndio na terra, os vizinhos todos juntavam-se para o apagar, mesmo que o pinhal não fosse deles. Hoje ligam para os bombeiros e ficam a assistir ao trabalho dos profissionais.
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Devenish

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11 Outubro 2006
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Porto
  • Reinaldo Teles
  • Março/19
Sobre a frase que coloquei aqui e que era falsa e comprovada pelo @Portoallez2 ficam as minhas desculpas e alertei o autor dela que fez um post novo o que só o enobrece.
Fakes news jamais, odeio isso.
Aqui está o post de retificação dele.

Carlos Esperança está com Rui Devenish.
Favoritos · 5 h ·
Da série: Obrigado, Marcelo – A FRASE:
Caros leitores: avisado por Rui Devenish, a quem agradeço a vigilância crítica, retiro a frase que de boa fé julgava ter sido dita pelo execrável deputado Pedro Frazão. Deixo-lhes o monopólio da mentira, reiterando os agradecimentos ao leitor de há muitos anos, com pedido de desculpas a todos os leitores pelo erro.
 
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Moradona

Bancada central
18 Maio 2025
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Curiosamente, pensei em juntar aos meus exemplos de comunitarismo a experiência anarquista na Espanha dos anos 30, que conheço muito bem.
Mas essa experiência surgiu numa conjuntura muito especial, se calhar única na história, e não creio que aquilo pudesse durar mesmo que os republicanos tivessem vencido a guerra. Teriam sido rapidamente esmagados pelas forças republicanas, apoiadas pelos comunistas, como aliás foram de qualquer modo.

É verdade que em momentos de crise as pessoas têm capacidade de se organizar e trabalhar em conjunto, mas só o fazem quando sabem que não podem contar com o estado. E hoje as pessoas estão demasiado passivas, demasiado habituadas a depender do estado, até porque foram condicionadas para isso.
Então, esse espírito comunitário de entreajuda só existe em países pobres, onde sabes que não vai chegar ajuda da polícia, dos bombeiros ou da protecção civil.
Um exemplo disso são os incêndios, quando eu era puto, há 40 anos, se havia um incêndio na terra, os vizinhos todos juntavam-se para o apagar, mesmo que o pinhal não fosse deles. Hoje ligam para os bombeiros e ficam a assistir ao trabalho dos profissionais.
A própria União Soviética via este brotar de sociedades anárquicas com sucesso na Espanha como uma ameaça ao próprio comunismo e ao poder central. Como forneciam armas à República, fartaram-se de fazer pressão e impor obediência ao poder central. Inclusive chegou a haver confrontos armados entre anarquistas e comunistas em 1937, o que acabou por enfraquecer a frente antifascista. Do outro lado, com a ajuda dos nazis, dos fascistas italianos e da própria igreja católica esmagaram as forças revolucionárias. E depois tinhas as próprias democracias ocidentais que também viam os anarquistas como ameaça ao poder central e não prestaram qualquer auxílio. Independente do vigor e prosperidade daquelas sociedades, estavam, de facto, condenadas ao fracasso fruto de diversos fatores externos e do contexto da época.

Infelizmente, nos manuais do história isto nunca é abordado. Fala-se por alto da Guerra Civil Espanhola e ignora-se por completo uma das experiências mais autêntica e prometedora da história revolucionária moderna.
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Essa de a Joaninha ter ido a Fátima agradecer passou-me ao lado. PQP, já me estragaste o fim de semana.
No programa do partido não vejo nenhum ataque à imigração, apenas à imigração ilegal. Falam de deportar imigrantes que tenham cometido crimes, mas isso até o governo canadiano faz, nomeadamente com açorianos que se mudaram para lá aos três anos de idade. E o Canadá nunca foi governado pela extrema-direita.
A maior viragem que veja na JAD, além de se ter convertido aparentemente ao catolicismo (!!!), é a questão do aborto, da qual há 20 anos era uma defensora absoluta, e hoje já só o admite em casos de violação e de malformações do feto. Mas esta viragem não me choca. Eu votei a favor no referendo sobre o aborto, mas se fosse hoje abstinha-me, porque se sou contra a pena de morte, é contraditório defender o aborto a pedido.
braggadocio de redes sociais, o paleio do costume, os nossos emigrantes são bons, quem vem para cá é mt mau e vem viver dos nossos subsídios sem respeito nenhum pela nossa cultura. como sabemos a Joanoca nunca foi propriamente uma defensora dos nossos valores patriotas.
Enfim, “o estes são os meus valores mas se não gostar não faz mal, que tenho outros” primeiro era uma piada, agora é um modo de vida. Sdds dos fachos seminais, do pinto Coelho, do “estou aqui porque sou português” e do “li na internet que 90% dos maricas são pedófilos”. Pelo menos essa malta acreditava no que dizia.
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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E mais uma medalha para mim porque se achas algo estúpido é porque na realidade está certo. A lógica dos extremistas comunistas é para entender ao contrário.
“Metade dos imigrantes que entram em Portugal são criminosos” é estúpido até para o nível geral de estupidez que normalmente demonstras. Mas pronto, leva lá essa medalha. Usa com orgulho.
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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A própria União Soviética via este brotar de sociedades anárquicas com sucesso na Espanha como uma ameaça ao próprio comunismo e ao poder central. Como forneciam armas à República, fartaram-se de fazer pressão e impor obediência ao poder central. Inclusive chegou a haver confrontos armados entre anarquistas e comunistas em 1937, o que acabou por enfraquecer a frente antifascista. Do outro lado, com a ajuda dos nazis, dos fascistas italianos e da própria igreja católica esmagaram as forças revolucionárias. E depois tinhas as próprias democracias ocidentais que também viam os anarquistas como ameaça ao poder central e não prestaram qualquer auxílio. Independente do vigor e prosperidade daquelas sociedades, estavam, de facto, condenadas ao fracasso fruto de diversos fatores externos e do contexto da época.

Infelizmente, nos manuais do história isto nunca é abordado. Fala-se por alto da Guerra Civil Espanhola e ignora-se por completo uma das experiências mais autêntica e prometedora da história revolucionária moderna.
Nos manuais de história (sobretudo história do século XIX para cá) nunca se contextualiza nem aprofunda nada. Podiam ter sido todos escritos pelo José Rodrigues dos Santos.

"Homenagem à Catalunha" de Orwell e "O Curto Verão da Anarquia" de H.M. Enzensberger foram se calhar os dois livros que mais contribuíram para que eu nunca tenha simpatizado com o ideário comunista. E a experiência anarquista em Espanha foi uma coisa muito bela, mas também muito irrealista. Talvez tivesse resultado melhor cem ou duzentos anos antes, quando o poder do estado ainda não era avassalador. Além de que nos anos 30 o impulso geral ia todo no sentido do fortalecimento do estado, e portanto os anarquistas estavam completamente em contra-ciclo. Não tinham hipóteses nenhumas. Olha, mas pelo menos deixaram um herói popular, Durruti, e algumas das canções revolucionárias mais bonitas de sempre. Nem tudo se perdeu!
 
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Dagerman

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1 Abril 2015
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braggadocio de redes sociais, o paleio do costume, os nossos emigrantes são bons, quem vem para cá é mt mau e vem viver dos nossos subsídios sem respeito nenhum pela nossa cultura. como sabemos a Joanoca nunca foi propriamente uma defensora dos nossos valores patriotas.
Enfim, “o estes são os meus valores mas se não gostar não faz mal, que tenho outros” primeiro era uma piada, agora é um modo de vida. Sdds dos fachos seminais, do pinto Coelho, do “estou aqui porque sou português” e do “li na internet que 90% dos maricas são pedófilos”. Pelo menos essa malta acreditava no que dizia.
Como raramente ligo a televisão e nunca frequentei redes sociais, não posso dizer que estou 100% informado sobre o que pensa ou diz a JAD, mas acho que estás enganado quando dizes que o ADN é igual ao Chega ou ao Ergue-te. Nunca ouvi da JAD nenhuma declaração que me soasse racista ou xenófoba, ao contrário do que li ou ouvi de tipos destes dois partidos. Mostra-me aí um vídeo dela a dizer morte aos hindus (se puder ser em topless melhor).
 

Moradona

Bancada central
18 Maio 2025
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Nos manuais de história (sobretudo história do século XIX para cá) nunca se contextualiza nem aprofunda nada. Podiam ter sido todos escritos pelo José Rodrigues dos Santos.

"Homenagem à Catalunha" de Orwell e "O Curto Verão da Anarquia" de H.M. Enzensberger foram se calhar os dois livros que mais contribuíram para que eu nunca tenha simpatizado com o ideário comunista. E a experiência anarquista em Espanha foi uma coisa muito bela, mas também muito irrealista. Talvez tivesse resultado melhor cem ou duzentos anos antes, quando o poder do estado ainda não era avassalador. Além de que nos 30 o impulso geral ia todo no sentido do fortalecimento do estado, e portanto os anarquistas estavam completamente em contra-ciclo. Não tinham hipóteses nenhumas. Olha, mas pelo menos deixaram um herói popular, Durruti, e algumas das canções revolucionárias mais bonitas de sempre. Nem tudo se perdeu!
Eu não lhes chamaria irrealistas, foram experiências bem realistas e bem sucedidas, mas entendo perfeitamente o ponto de vista e concordo no geral.