Ivo Rodrigues, conhecedor do nosso Porto, por aqui ter feito a sua formação das camadas mais jovens até a B e que partilhou o balneário e o campo no Famalicão com o Ivan Jaime sobre o Ivan:
"A expetativa era muito alta, porque tinha sido o melhor jovem do Campeonato, havia sido decisivo nos últimos seis meses, onde libertou várias qualidades, não só as técnicas, mas também a finalização com golos de belo efeito. Era um jovem com imagem e personalidade mas o futebol vai muito com fases e momentos de forma. Talvez não se tenha adaptado muito bem, apesar do bom arranque esta época.
O mais difícil para um jogador é a consistência e a exigência no FC Porto subiu muito em relação ao Famalicão. Exige-se ao jogador que esteja a um nível diferenciado em todos os jogos. Eventualmente, nesse aspeto pode sair a perder para outros. Os momentos de forma ditam alternâncias. Tenho pena que não esteja a correr tão bem como se imaginava. Acho que passa tudo pela consistência.
O talento está com ele, aliás todo o plantel do Famalicão tinha gente de muita qualidade. Acho que lhe faltava demonstrar consistência nos jogos, faltavam-lhe números, apesar dos pormenores fantásticos. Ganhou isso nos últimos seis meses e esse foi o bilhete para chegar ao FC Porto por verba bem alta. Foi um salto natural.
As receções orientadas e a capacidade de finalização são os pontos fortes, além da personalidade de assumir o jogo.
A nossa sintonia veio com a maré da equipa. O treinador encontrou a melhor forma, pois antes ele jogava por dentro e eu mais na linha. Ele mudou isso, praticamente inverteu mas deixando-nos próximos um do outro. Com um quadro muito móvel no meio-campo, deu-nos responsabilidades que não tínhamos e esse foi o segredo, pois conseguimos complementarmo-nos otimamente.
Veio um conhecimento mais profundo, proximidade e intimidade no campo, que nos fazia encontrar espaços para qualquer um dos dois aproveitar, fruto das competências técnicas e da criatividade."