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7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
Já sabes como é.
De acordo com os dados disponíveis, cerca de 98% dos crimes sexuais denunciados têm homens como agressores. Mas se um gajo disser que essa tendência reflete um padrão global em que os crimes violentos e sexuais são predominantemente praticados por indivíduos do sexo masculino devido a fatores socioculturais, como normas de género, poder e papéis tradicionais na sociedade, leva reações de riso. Ninguém está preparado para essa conversa.

No entanto, basta que um desses crimes tenha cometido por um imigrante que ui, ui, temos logo problemas muito sérios com a imigração e generalizações sobre pessoas que vêm de países com culturas completamente incompatíveis com a nossa.

É uma dicotomia bastante divertida, admito.

Não será por acaso que as notícias partilhadas, acerca da criminalidade, tenham que ver com a imigração. Porque é isso que move muitos e não a segurança propriamente dita. Uma violação cometida por um... indostânico contra uma mulher é relevante, mas o homicídio de uma mulher pelo companheiro ou ex-companheiro, nacional, já não merece atenção. Admite-se a possibilidade de que factores supraindividuais, digamos assim, influenciem o comportamento da pessoa, como a cultura (de um modo geral) e a religião, mas nega-se explicações da mesma ordem para os mesmos (ou outros) fenómenos sociais caso o problema não combine com a ideologia do observador. E exclui-se da equação variáveis indesejadas, como as da qualidade da integração, situação económica, o próprio sexo (... qual é o perfil mais comum do agressor sexual? Por sexo... não é 50-50; aproxima-se muito mais de 100-0 do que de 50-50: Crimes sexuais representam quase 10% das investigações da PJ na última década – Observador )... nada disto é sério, em grande medida porque não se pretende discutir os problemas com seriedade. Somente marcar pontos.
 

wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança

Alguém sabe, como foi possível no Reino Unido haver durante décadas, mais de 20 Mil meninas abusadas, por gangues, sem que nada se soubesse nem ninguém tenha feito nada ?
Porque os políticos e chefes de policia, deixaram que se criassem zonas francas para o crime. Havia zonas no go, para evitar acusações de racismo.
Foi dado um grande passo, pelos que marcharam pela avenida abaixo outro dia....pelos que assinaram e subscreveram o "não nos encostem á parede" e por muita gente que anda por aqui,,,, que vão ser os primeiros a esconderem-se quando a shit atingir a fan.... Conseguiram que durante anos o Martim Moniz vá ser, o que irá ser.
A Alexandra Leitão e a Mariana, deviam ir visitar esta estudante.... e vamos ver, se o inicio, daquilo que se passou no UK, não estará já a acontecer... tempo ao tempo.
 

Manageiro de futból

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25 Julho 2007
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Esmoriz

Alguém sabe, como foi possível no Reino Unido haver durante décadas, mais de 20 Mil meninas abusadas, por gangues, sem que nada se soubesse nem ninguém tenha feito nada ?
Porque os políticos e chefes de policia, deixaram que se criassem zonas francas para o crime. Havia zonas no go, para evitar acusações de racismo.
Foi dado um grande passo, pelos que marcharam pela avenida abaixo outro dia....pelos que assinaram e subscreveram o "não nos encostem á parede" e por muita gente que anda por aqui,,,, que vão ser os primeiros a esconderem-se quando a shit atingir a fan.... Conseguiram que durante anos o Martim Moniz vá ser, o que irá ser.
A Alexandra Leitão e a Mariana, deviam ir visitar esta estudante.... e vamos ver, se o inicio, daquilo que se passou no UK, não estará já a acontecer... tempo ao tempo.
Desde que o Elon pegou nesse assunto que o argumento e o exemplo é sempre o mesmo.

Como aconteceu num shithole qualquer em UK, agora vai acontecer em todo o lado onde haja 2 indostânicos.

Pena que essa lógica não se aplique a instituições tipo igreja católica ou escuteiros, por exemplo. Também houve décadas e décadas de uma epidemia de abusos sexuais encobertos pelas autoridades e onde se priorizava a reputação das instituições em detrimento da segurança das vítimas.
 
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wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança
Desde que o Elon pegou nesse assunto que o argumento e o exemplo é sempre o mesmo.

Como aconteceu num shithole qualquer em UK, agora vai acontecer em todo o lado onde haja 2 indostânicos.

Pena que essa lógica não se aplique a instituições tipo igreja católica ou escuteiros, por exemplo. Também houve décadas e décadas de uma epidemia de abusos sexuais encobertos pelas autoridades e onde se priorizava a reputação das instituições em detrimento da segurança das vítimas.
A questão não é quem faz o crime... A questão é o porque, da indignação que houve, sobre uma operação Policial (é só ir umas 20 paginas atrás neste tópico e ler), numa zona que está visto, tem vindo a piorar e piorar em nível de criminalidade violenta, não uma qualquer criminalidade violenta.... São crimes contra as Pessoas...contra a vida.
Quem quiser falar de explosões em ATM de há 15 ou 20 anos para confundir, que o faça….
Ainda vou ler aqui alguns admitir, que aquela zona precisa de mais operações policiais...preventivas....antes que tenham de ser só repressivas (que também estão previstas na Lei).
 
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25 Julho 2007
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Esmoriz
A questão não é quem faz o crime... A questão é o porque, da indignação que houve, sobre uma operação Policial (é só ir umas 20 paginas atrás neste tópico e ler), numa zona que está visto, tem vindo a piorar e piorar em nível de criminalidade violenta, não uma qualquer criminalidade violenta.... São crimes contra as Pessoas...contra a vida.
Quem quiser falar de explosões em ATM de há 15 ou 20 anos para confundir, que o faça….
Ainda vou ler aqui alguns admitir, que aquela zona precisa de mais operações policiais...preventivas....antes que tenham de ser só repressivas (que também estão previstas na Lei).

Estás a misturar tudo, como de costume. Já foi explicado que aquela área sempre teve problemas, marcados pela pobreza e pelo tráfico de droga, e a situação não piorou por causa da chegada dos imigrantes.

Querem realmente melhorar as condições? Comecem por fiscalizar devidamente os motoristas de TVDEs e Bolts, oferecer melhores condições de trabalho nessas plataformas, avaliar a salubridade da zona, investir em policiamento comunitário e verificar quantas pessoas estão a viver em cada habitação. Estas são medidas mais complexas, mas que terão um impacto muito maior do que simplesmente colocar a polícia a abordar pessoas na rua para confiscar meia dúzia de facas. Os verdadeiros criminosos até se riem. Mas o que é preciso é show off para animar as hostes.
 
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7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
Então partilhas da indignação atual do povo contra o fluxo imigratório massivo de indostânicos (concordamos que é predominantemente inassimilável, pobre e masculino, ou não?), independentemente dos motivos?
Não, a indignação é uma emoção embrutecida que não se traduz necessariamente em actos políticos racionais. Longe disso até. Não devemos pretender viver numa sociedade gerida ao sabor de emoções e percepções. Precisamos de conhecer a realidade. Tão pouco colocaria a questão nesses termos da possibilidade ou impossibilidade de integração. Tudo é possível, ainda que existam diferenças explicadas por uma miríade de variáveis. Seria estapafúrdio contemplar a totalidade dos imigrantes indianos, bangladeshianos, nepaleses, ... e concluir que esses milhares de pessoas não se encontram integradas no tecido social e na economia portuguesa. Independentemente nas características dessa imigração, predominantemente masculina e pobre ( ...atributos que devem ser considerados e se relacionam com outras dimensões e problemas). Nem devemos ignorar a influência de todas as variáveis socioeconomicocult... de quem chega.

Nem descurar a influência dos processos de integração. É um erro não intervir na distribuição das pessoas pelo espaço geográfico, seja a nível nacional ou local... tal como o modelo da construção de bairros sociais é problemático.

Quanto à pobreza, pouco haverá a fazer, uma vez que os países desenvolvidos atraem pessoas em busca de melhores condições de vida. Não serão os nómadas digitais norte-americanos a trabalhar em explorações agrícolas no Algarve nem o pessoal dos antigos vistos gold a servir cafés na Brasileira (esse tipo de imigração também traz os seus problemas). E isto deveria alertar-nos para a necessidade de garantir direitos laborais aos imigrantes e criar um enquadramento sem subcontratações, exploração, tráfico, ... para preservar o valor do trabalho, mesmo aquele que é pior remunerado.

Posto isto, e considerando o actual modelo em que vivemos, o estado-nação, o sistema económico, ... parece-me legítimo estabelecer critérios quanto aos fluxos migratórios, principalmente aos económicos. O domínio da língua poderá ser uma questão relevante. O sexo depende... depende da área em que trabalham os imigrantes, entre outras coisas. Não há uma única explicação para questões desta natureza. Portugal tem uma relação distinta com os PALOP e o Brasil, e creio que deveria fortalecer os laços a essa comunidade, inclusive em matéria de circulação de pessoas.

... e, contudo, nada disto resolve os grandes problemas que enfrentamos. Não contribui para a diminuição das desigualdades, não ajuda a distribuir a riqueza e o rendimento de uma forma mais aproximada, e com isso não reduz o profundo mal-estar das nossas sociedades, é incerto que contribua para o aumento significativo dos padrões de vida e a diminuição do seu custo, não cria mais tempo livre para as populações (boa sorte em tentar impingir a necessidade de ter filhos)... as causas do mal-estar e da indignação continuarão no mesmo sítio, pois têm sobretudo que ver com o sentido e a felicidade que encontramos ou não nas nossas vidas. Neste modelo, tal não se poderá dissociar da condição material de cada um. Mais imigrante menos imigrante, mais indostânico menos indostânico... ficará tudo na mesma. Aliás, a incapacidade de encontrar mudança e de imaginá-la sequer é algo que nos trará de volta a estas coisas das migrações e dos crimes e tal... para grande felicidade de quem detém o poder.
 
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  • José Maria Pedroto
Ainda não percebi a associação entre situação socioeconómica e crimes de violação. Se aquela é relevante para a aferir a criminalidade num cômputo geral, no que concerne ao crime de violação torna-se praticamente inútil. Caso exista alguma relevância, será mínima.

A experiência permite verificar que o crime de violência transcende o património dos indivíduos. Os pobres violam. Os remediados violam. Os ricos (!) violam. Por isso é que países tão diferentes como a França ou a Índia possuem uma rape culture. Bem assim, certos setores que têm um problema nesse sentido (Hollywood).

Quais serão os verdadeiros critérios?

1. Baseado no sexo - os homens têm uma maior propensão à prática do crime de violação.

2. Religioso - certa doutrina religiosa poderá diminuir a lesão provocada por um crime de violação ou até vê-lo como uma não infração.

3. Cultural - a cultura pode desculpar ou até incentivar este ato. Como encara o papel da mulher? Como julga moralmente o ato de violar alguém? Como julga a vítima que reporta a violação? Como reagem os indivíduos da sociedade perante um crime desta natureza?

4. Jurídico - o crime de violação está previsto no ordenamento jurídico? Todas as formas de violação estão previstas? Como é aferida a essencialidade do bem jurídico? Como é punido o crime de violação? Qual a medida da pena na ordem jurídica em questão?

5. Médico - qual a propensão de doenças mentais numa dada sociedade? O acesso a cuidados de saúde é generalizado e de baixo custo? Qual a eficácia no tratamento de doenças mentais?

6. Institucional - como funcionam as instâncias formais de controlo de um Estado? Como encaram o crime de violação?

Mas eu já vi de tudo. Pude presenciar uma vez alguém a afirmar que o sistema capitalista aumenta a recorrência dos crimes de violação. É uma parvoíce, claro.

De todo o modo, fica o basilar: a condição socioeconómica intervém de um modo indireto, e a sua relevância é mínima no que toca aos crimes de violação em concreto.
 

Czarli9

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  • Alfredo Quintana
Ainda não percebi a associação entre situação socioeconómica e crimes de violação. Se aquela é relevante para a aferir a criminalidade num cômputo geral, no que concerne ao crime de violação torna-se praticamente inútil. Caso exista alguma relevância, será mínima.

A experiência permite verificar que o crime de violência transcende o património dos indivíduos. Os pobres violam. Os remediados violam. Os ricos (!) violam. Por isso é que países tão diferentes como a França ou a Índia possuem uma rape culture. Bem assim, certos setores que têm um problema nesse sentido (Hollywood).

Quais serão os verdadeiros critérios?

1. Baseado no sexo - os homens têm uma maior propensão à prática do crime de violação.

2. Religioso - certa doutrina religiosa poderá diminuir a lesão provocada por um crime de violação ou até vê-lo como uma não infração.

3. Cultural - a cultura pode desculpar ou até incentivar este ato. Como encara o papel da mulher? Como julga moralmente o ato de violar alguém? Como julga a vítima que reporta a violação? Como reagem os indivíduos da sociedade perante um crime desta natureza?

4. Jurídico - o crime de violação está previsto no ordenamento jurídico? Todas as formas de violação estão previstas? Como é aferida a essencialidade do bem jurídico? Como é punido o crime de violação? Qual a medida da pena na ordem jurídica em questão?

5. Médico - qual a propensão de doenças mentais numa dada sociedade? O acesso a cuidados de saúde é generalizado e de baixo custo? Qual a eficácia no tratamento de doenças mentais?

6. Institucional - como funcionam as instâncias formais de controlo de um Estado? Como encaram o crime de violação?

Mas eu já vi de tudo. Pude presenciar uma vez alguém a afirmar que o sistema capitalista aumenta a recorrência dos crimes de violação. É uma parvoíce, claro.

De todo o modo, fica o basilar: a condição socioeconómica intervém de um modo indireto, e a sua relevância é mínima no que toca aos crimes de violação em concreto.
... "Ainda não percebi a associação entre situação socioeconómica e crimes de violação", (...) "a condição socioeconómica intervém de um modo indireto, e a sua relevância é mínima no que toca aos crimes de violação em concreto". Palavras do colega.

Mas não minhas, pois não foi o que escrevi. Talvez não o tenha feito da forma mais feliz, que sempre é possível. Criticava a instrumentalização e as análise deliberadamente ínvias de muitas pessoas que usam temas polémicos para a obtenção de pretensos ou reais ganhos políticos e ideológicos. Para a sua causa pessoal. Como a dissonância entre o crime sexual cometido por imigrantes, de pronto assinalado e atribuído a explicações culturais e religiosas, e homicídios de companheiras e ex-companheiras por portugueses, essa realidade tão comum, porém ignorada por não servir a causa. Não será por acaso que se escolhe partilhar umas notícias e não outras. Ironizava essa selectiva defesa da condição feminina por muitos que se apressam a negar a existência de desigualdades baseadas no sexo e no género, como as salariais e as da violência. Ou somente admitem a existência de casos isolados e não de factores macrossociais de discriminação.

Quanto ao resto... a situação socioeconómica, e a fragilidade social em geral, têm influência no crime. O que é relevante na discussão da imigração e da criminalidade. Convém ter presente que a privação material contribui para um sem número de outras realidades, do potencial grau de escolaridade a atingir e respectivo nível de rendimento (não só da própria pessoa como da sua descendência) à capacidade para manter a condição de saúde... podendo ter um efeito mais ou menos directo, mais ou menos indirecto nas mais diversas dimensões da vida da pessoa.

Será ainda interessante contemplar as esferas mencionadas nas suas diversas combinações e interdependências, pois nenhuma delas existe de forma isolada. Até mesmo introduzir o substrato económico, político... e tentar perceber qual a sua influência sobre a expressão religiosa, a vivência do género, a construção do aparato institucional, etc. etc. etc.

E que relação entre pobreza, tráfico e exploração sexual? Entre pobreza e, em muitos países, abuso sexual de crianças? Ou turismo sexual... Qual o papel da pobreza em situações de assédio sexual sobre mulheres? Pobreza é sinónimo de falta de poder.

Nem a propósito: To tackle violence against women, we need to alleviate poverty | World Economic Forum
 
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wolfheart

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@Vlk ...anda cá ouvir este maluco... Agora, já diz que há problemas de segurança.....
Esta tentativa de ganhar votos ao chega... Há 15 dias andava a comparar a operação policial á deportação de Judeus para Birkenau....agora isto.
Todos sabemos que não há nenhum problema de insegurança ...nomeadamente no Martim Moniz, onde as operações de demonstração de estado de direito foram banidas.
 
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... "Ainda não percebi a associação entre situação socioeconómica e crimes de violação", (...) "a condição socioeconómica intervém de um modo indireto, e a sua relevância é mínima no que toca aos crimes de violação em concreto". Palavras do colega.

Mas não minhas, pois não foi o que escrevi. Talvez não o tenha feito da forma mais feliz, que sempre é possível. Criticava a instrumentalização e as análise deliberadamente ínvias de muitas pessoas que usam temas polémicos para a obtenção de pretensos ou reais ganhos políticos e ideológicos. Para a sua causa pessoal. Como a dissonância entre o crime sexual cometido por imigrantes, de pronto assinalado e atribuído a explicações culturais e religiosas, e homicídios de companheiras e ex-companheiras por portugueses, essa realidade tão comum, porém ignorada por não servir a causa. Não será por acaso que se escolhe partilhar umas notícias e não outras. Ironizava essa selectiva defesa da condição feminina por muitos que se apressam a negar a existência de desigualdades baseadas no sexo e no género, como as salariais e as da violência. Ou somente admitem a existência de casos isolados e não de factores macrossociais de discriminação.

Quanto ao resto... a situação socioeconómica, e a fragilidade social em geral, têm influência no crime. O que é relevante na discussão da imigração. Convém ter presente que a privação material contribui para um sem número de outras realidades, do potencial grau de escolaridade a atingir e respectivo nível de rendimento (não só da própria pessoa como da sua descendência) à capacidade para manter a condição de saúde... podendo ter um efeito mais ou menos directo, mais ou menos indirecto em inúmeras dimensões da vida da pessoa.

Será ainda interessante contemplar as esferas mencionadas nas suas diversas combinações e interdependências, pois nenhuma delas existe de forma isolada. Até mesmo introduzir o substrato económico, político... e tentar perceber qual a sua influência sobre a expressão religiosa, a vivência do género, a construção do aparato institucional, etc. etc. etc.

E que relação entre pobreza, tráfico e exploração sexual? Entre pobreza e, em muitos países, abuso sexual de crianças? Ou turismo sexual... Qual o papel da pobreza em situações de assédio sexual sobre mulheres? Pobreza é sinónimo de falta de poder.

Nem a propósito: To tackle violence against women, we need to alleviate poverty | World Economic Forum
As minhas palavras não entram em contradição. O meu caro atribui ao fator socioeconómico uma relevância enorme; eu discordo, e, no geral, os criminologistas também.

Criticava a instrumentalização e as análise deliberadamente ínvias de muitas pessoas que usam temas polémicos para a obtenção de pretensos ou reais ganhos políticos e ideológicos. Para a sua causa pessoal.
O colega prefere falar em abstrato, eu prefiro falar em concreto. Muita gente apontou neste fórum aquilo que foi dito sobre o problema dos crimes sexuais e uma eventual ligação com uma parte da imigração. Acredito piamente que a maior parte dessas pessoas o tivesse feito em prol dos direitos das mulheres. Se um partido ou uma parte de outros grupos de indivíduos o faz por motivos ideológicos, essa é outra questão.

Como a dissonância entre o crime sexual cometido por imigrantes, de pronto assinalado e atribuído a explicações culturais e religiosas, e homicídios de companheiras e ex-companheiras por portugueses, essa realidade tão comum, porém ignorada por não servir a causa.
Mas dissonância de quem? Das pessoas do fórum que tocaram no assunto? Dos portugueses em geral? Dos media? É que a violência doméstica é um grande tópico - e já o é há muito - entre nós. Não raro é denominado de crime mais preocupante em Portugal. Aliás, a esse respeito, eu até disse o seguinte: «Já não bastava o grande problema da violência doméstica entre os portugueses, um enorme atropelo aos direitos das mulheres...».

Ironizava essa selectiva defesa da condição feminina por muitos que se apressam a negar a existência de desigualdades baseadas no sexo e no género, como as salariais e as da violência.
É preciso concretizar. Seletiva defesa de quem? Conforme é dito coloquialmente, é necessário "chamar os bois pelos nomes". Como o meu amigo não indica concretamente quem faz essas coisas condenáveis, posso pressupor que se refere a quem, aqui do fórum, tocou no assunto da imigração. Ora, eu fui uma dessas pessoas, e garanto que não faço qualquer defesa seletiva. Por acaso mencionei o imbróglio da violência doméstica, porém, mesmo que não o tivesse feito, tal não constituiria uma defesa seletiva, pois o que estava em causa era uma notícia de um crime hediondo de violência grupal. São tipos de crimes distintos, que possuem a mesma consequência - a lesão prática dos direitos fundamentais das mulheres -, mas géneses diferentes.

Quanto ao resto... a situação socioeconómica, e a fragilidade social em geral, têm influência no crime.
Da criminalidade em geral? Sem dúvida. No entanto, certos tipos de crimes não sofrem a influência do fator socioeconómico. Os princípios possuem exceções. Caso contrário, diríamos que crimes de gravação ilícita de pessoas, ou crimes contra a honra de um modo geral, seriam afetados por esse fator só porque, em abstrato, o mesmo enforma um elemento essencial para explicar a razão do crime.

Convém ter presente que a privação material contribui para um sem número de outras realidades, do potencial grau de escolaridade a atingir e respectivo nível de rendimento (não só da própria pessoa como da sua descendência) à capacidade para manter a condição de saúde
Sem número de realidades, correto...uma delas não é o crime de violação, ou de assédio sexual. O problema dos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual transcende o estatuto do indivíduo. A defesa da maior propensão de crimes de violação por parte dos pobres tinha por base o seguinte: os mais pobres violam mais, pois têm menos a perder. Esta teoria está completamente ultrapassada hodiernamente, e a maioria dos estudos aponta no sentido de que o fator socioeconómico em si é irrelevante no que concerne à prática destes crimes. Existem mais pobres a violar mulheres porque...existem mais pobres do que ricos.

Será ainda interessante contemplar as esferas mencionadas nas suas diversas combinações e interdependências, pois nenhuma delas existe de forma isolada.
Todos os critérios que enunciei são interdependentes. O político está ligado ao jurídico, o jurídico ao institucional, o institucional ao cultural, e assim sucessivamente...o fator socioeconómico influencia indiretamente esses outros fatores, mas não constitui ele mesmo um fator explicativo do crime de violação. Não merece ser elencado entre as causas de verificação.

E que relação entre pobreza, tráfico e exploração sexual? Entre pobreza e, em muitos países, abuso sexual de crianças? Ou turismo sexual... Qual o papel da pobreza em situações de assédio sexual sobre mulheres? Pobreza é sinónimo de falta de poder.

Nem a propósito: To tackle violence against women, we need to alleviate poverty | World Economic Forum
Meu caro amigo...nós estamos a falar do lado ativo do crime, isto é, do agente, do delinquente, e das razões pela qual age e decide praticar o ilícito criminal. Por outro lado, o prezado partilha um artigo que não tem qualquer propósito para este efeito, porquanto incide sobre o lado passivo, sobre o lado da vítima, a razão pela qual esta é vitimizada e sofre o ilícito criminal. Ora, se o fator socioeconómico não releva para o lado do delinquente, no caso da vítima não se pode dizer o mesmo. O fator socioeconómico é um elemento determinante para a condição de vítima, e é isso mesmo que esse artigo expõe.
 
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  • Alfredo Quintana
@joaovilasboas Que maçada, colega, não me fatie o comentário, embora agradeça a resposta.

Atribuo enorme importância ao factor económico em relação a boa parte da realidade, da possibilidade da democracia à criminalidade. Quanto à última, será uma relação com a qual os criminologistas, os sociólogos, os economistas, o próprio colega ... concordam. E expando-a a muitos crimes de índole sexual, considerando a dimensão socioeconómica não apenas em relação ao próprio agressor, como à vítima e ao seu meio, do familiar ao laboral, da comunidade à nação. O crime entre pessoas não se faz somente do perpetrador, pelo que importa retirar as potenciais vítimas das suas situações de fragilidade e dar-lhes poder. O que significa, em grande medida, dar-lhes melhores condições de vida. O mesmo servindo para o potencial transgressor, mesmo que a condição socioeconómica, e outras por ela influenciadas, não tenha o mesmo poder explicativo para todos os tipos de crime. E isto é fundamental ao falarmos de imigração, sabendo nós que quem entra no país encontra-se em posição de fragilidade económica; algo a ter em conta quando se associa criminalidade e imigração.

Parte relevante da criminalidade tem que ver com abuso de poder, com a condição de superior poder do criminoso e de inferior poder da vítima. Tenha-se presente então as dimensões económica e financeira em muitas dessas relações. Não explicam tudo... pois, é natural que não.

Sim, prefiro falar em termos gerais, é certo. Haverá quem neste fórum instrumentalize os assuntos da imigração e segurança, tal como existe em muitos outros espaços online. Seria indelicado mencionar outros companheiros de espaço digital, embora baste estar atento ao que se partilha e escreve. Não finjamos que esta não é a realidade dos nossos dias: a guerrilha entre facções ideológicas, políticas, ... nos espaços de comunicação, através da propagação de um determinado tipo de conteúdo e de argumentos escorregadios, incorrectos, incompletos, desonestos... imigração, insegurança, género, questões culturais, etc. etc. etc. Não seria uma crítica ao colega, creio, apenas uma mera observação de que muito disto não é sério, que nem sequer se pretende verdadeiramente debater ou encontrar soluções. Que as intervenções são muitas vezes incongruentes. Não afirmava que a violação recentemente noticiada se explica por variáveis económicas, antes que os factores macro somente servem, ou deixam de servir, consoante o posicionamento político do observador. Pior, que apenas se puxa por uma ou outra realidade conforme o jeito que esta ou aquela imagem dá. Em grande medida, infelizmente. E dificilmente poderemos negar isto considerando o momento que as sociedades atravessam.
 

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4 Setembro 2016
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Alguém sabe, como foi possível no Reino Unido haver durante décadas, mais de 20 Mil meninas abusadas, por gangues, sem que nada se soubesse nem ninguém tenha feito nada ?
Porque os políticos e chefes de policia, deixaram que se criassem zonas francas para o crime. Havia zonas no go, para evitar acusações de racismo.
Foi dado um grande passo, pelos que marcharam pela avenida abaixo outro dia....pelos que assinaram e subscreveram o "não nos encostem á parede" e por muita gente que anda por aqui,,,, que vão ser os primeiros a esconderem-se quando a shit atingir a fan.... Conseguiram que durante anos o Martim Moniz vá ser, o que irá ser.
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" Por volta das 04:00, quando chegava a casa de uma noite com uma amiga, acabou por ser abordada por três indivíduos de origem indostânica, tendo sido violada e roubada à entrada de casa, "....quem diria..não consigo acreditar que estes cidadãos de bem que vieram para o nosso país de forma séria e honesta por um futuro melhor fossem capazes de fazer uma coisa destas...esperemos que não seja como foi no UK..