No Record
ªÀ semelhança do que tinha acontecido após a pesada derrota no Estádio da Luz, André Villas-Boas não esperou muito tempo para se dirigir ao plantel do FC Porto na sequência da eliminação da Taça de Portugal. Apesar de não o ter feito logo em Moreira de Cónegos, o presidente portista, sabe
Record, falou aos jogadores no Estádio do Dragão, minutos depois da conturbada entrada do autocarro no P1, onde os adeptos mostraram a sua indignação com cânticos ofensivos e, inclusive, o arremesso de engenhos pirotécnicos à viatura azul e branca.
Segundo foi possível apurar, a conversa fez subir a fasquia da responsabilização dos jogadores pela crise de resultados, com André Villas-Boas a exigir uma reação imediata, ou seja, no jogo de depois de amanhã em Bruxelas, contra o Anderlecht, a contar para a 5ª jornada da fase regular da Liga Europa.
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Uma mensagem dura para os jogadores, após a goleada da Luz sido qualificada como "uma vergonha" e "falta de respeito" pelos sócios. O líder do FC Porto, antigo treinador e observador, entende que a atitude em campo tem estado muito aquém do esperado. Vítor Bruno voltou a ser protegido pelo presidente no discurso, isto apesar de ser ele o principal foco das críticas por parte dos adeptos.
Fatores externos em causa
O ambiente que se viveu no Dragão na noite de domingo foi de cortar à faca. Tanto no exterior, fruto da presença de vários adeptos em fúria, como no interior, onde o presidente se mostrou bastante duro com os elementos do plantel. O sentimento de que o que se tem passado dentro de campo é culpa sobretudo dos jogadores foi reforçado depois de já ter sido essa a tónica do discurso após o desaire com o Benfica, havendo também a desconfiança nos corredores do Dragão de que poderá haver fatores externos, ligados ao passado do clube, a influenciar o rendimento de alguns jogadores.
Esta intervenção dura dirigida aos jogadores por Villas-Boas surge também porque o presidente entende que o grupo tem qualidade de sobra para lutar por todos os títulos nacionais e para fazer boa figura na Liga Europa. Desta vez não há margem para mais equívocos e foi exigida uma resposta forte contra o Anderlecht. Depois do grupo falhar a esse pedido feito depois do jogo com o Benfica, espalhando-se com o Moreirense, o encontro na Bélgica ganha ainda maior importância, sendo que a margem de erro é cada vez mais diminuta. E pode não ser apenas a cabeça do técnico a rolar.
Técnico castigado nas redes sociais
De certa forma ilibado da dura que André Villas-Boas deu ao grupo, Vítor Bruno tem sido o principal alvo das críticas dos adeptos portistas nas redes sociais. Aliás, em tempos onde reina a desunião no universo azul e branco na internet, os pedidos para a saída do treinador vão gerando consenso entre os defensores e os críticos da atual direção, ainda que também surjam alguns jogadores na mira dos adeptos, ressalvando-se a tal falta de atitude que AVB também apontou.
Alta tensão
A conversa com AVB e a tensão no exterior levou a que os jogadores deixassem o Dragão mais de uma hora depois de chegarem de Moreira de Cónegos.
Novos métodos sem respostaDepois de ter falado ao grupo, André Villas-Boas viu-se na obrigação de deixar o Dragão para dar explicações aos adeptos que por lá se encontravam, entre eles alguns da comissão de gestão da claque Super Dragões, que tem um protocolo em vigor com o FC Porto. De acordo com o que
Record apurou, inicialmente a intenção do presidente passava por receber no interior do estádio cinco elementos da claque, algo a que os visados optaram por não aceder.
Dessa forma, Villas-Boas, na companhia de Jorge Costa e João Borges, teve de dirigir-se ao exterior do P1 para uma curta conversa com os adeptos, onde explicou a mensagem que havia passado ao grupo, assumindo que resultados não estão à altura dos pergaminhos do clube e que ganhar próximo jogo é fundamental. Terá dito ainda aos presentes que Vítor Bruno mudou até recentemente alguns métodos de treino, confirmando a notícia
Record do passado dia 18 de novembro, mas que nem isso levou a uma resposta diferente da equipa, sendo notado que está a faltar um líder em campo.
Do lado dos adeptos, ouviu críticas e pedidos para que os jogadores mostrem mais raça em campo e suem a camisola."
O Presidente está mesmo a atravessar-se pelo treinadoir. Oxalá tenha razão