Não sei. Um acidente tem um número de camadas que não pode ser simplificado sem passar por isso. Há inúmeras pessoas que têm os entes queridos vitimas de acidentes de viação por negligência e umas conseguem superar isso, outras não. Eu provavelmente faria parte do segundo grupo.
Sei que, por exemplo, se um filho meu fosse vitima de um pedófilo eu próprio trataria de fazer justiça pelas minhas mãos.
Mas isso não implica que eu ache que o estado deveria condenar essa pessoa à morte ou que eu achasse bem que a polícia devesse matar essa pessoa. A função da polícia é apanhar criminosos e a função do estado é dar-lhe um julgamento justo e uma pena proporcional, de preferência que não volte a cometer crimes . Acho que ainda consigo separar as coisas.
Pela tua pergunta suponho que penses que a polícia deve disparar a matar qualquer pessoa que esteja numa situação em que possa colocar outras pessoas em perigo. Eu acho que não. Porque eu acho por exemplo que um motoca que vai para a autoestrada andar a 200 kms por hora está a meter em perigo outras pessoas. Logo, pela lógica da tua pergunta, deveria ser abatido pela polícia.
Isto para dizer o quê, que uma coisa é a forma como eu reagiria a uma situação hipotética dessas, outra é a forma como eu acho que a autoridade do estado deve reagir numa situação como esta.
Vítimas por negligência é uma coisa, vítima porque um criminoso estava em fuga da polícia é outra.
Pedófilo- Eu provavelmente só parava de o espancar quando não me restassem mais forças, e acho que seria a forma mais adequada de tratar animais desse género. Se daí resultasse a morte do meliante, tanto melhor.
Mas tu não concordas comigo, não esperavas que o estado de direito tratasse o "ser humano" pelas vias normais da justiça!?
Não, não acho que a polícia deva atirar a matar, mas se tiver de atirar para as pernas, que o faça. Se falhar e atingir mortalmente, paciência. Não acontece por estar no café a ler o jornal de certeza...
Já agora, esse exemplo da mota não é muito feliz: nao me parece que alguém vá ser atropelado. O mais provável de acontecer, em caso de acidente, é o próprio motorista matar-se, e aí o problema é (foi) dele.
Ps. Detesto motas.