Tour de France 2024

Filipe Mendes

Lugar Anual
24 Janeiro 2024
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Efeito relativamente pequeno na subida de ontem. A bicicleta da esquerda até é mais leve e as vantagens aero das atuais começam a valer a partir dos 10%. Há dois anos andava o Tadej fazer subidas destas a 6.1 w/kg em bicicletas como as da direita, hoje anda a 6.7. Foram as melhorias tecnológicas no espaço de dois anos da Colnago. Vale tudo para normalizar o absurdo até um dia um destes rapazes levantar voo.
Andavam Froome, Nibali e Quintana a levar chuveiradas de perguntas incómodas e entrevistas indecentes a insinuar PED's sempre que batiam nos 6w/kg numa subida de 25min e agora andam os novos-sangue a 6.5-6.7 w/kg a +35min e toda a gente sorri e aplaude. Go figure.
Infelizmente, o passado deixou marcas profundas na lisura do ciclismo.
É impossível, por mais que tentemos, não deixarmos em aberto a possibilidade de ainda se continuar a beber 98 sem chumbo.
No entanto, como fã de ciclismo, tento-me abstrair disso pois de outra forma era apenas um estúpido a olhar para o ecrã.
Se parto do princípio que estas performances são sujas então mais vale ver outra coisa qualquer que esteja a dar na televisão.

Relativamente aos números, não sou propriamente especialista nessa matéria mas há a considerar algumas coisas que são inquestionáveis:

1 - Bicicletas mais leves e aerodinâmicas;
2 - Equipamento do ciclista (muito importante e que, pelo pouco que percebo, ainda há espaço para melhorar nos sapatos, nos fatos e nos capacetes);
3 - Evoluções científicas nos treinos;
4 - Alimentação;
5 - Desenvolvimento pré natal (muito ou nada falado e que acho ser dos factores mais influenciadores da capacidade da nova geração de desportistas e crianças na sua generalidade)
 

Filipe Mendes

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Infelizmente, o passado deixou marcas profundas na lisura do ciclismo.
É impossível, por mais que tentemos, não deixarmos em aberto a possibilidade de ainda se continuar a beber 98 sem chumbo.
No entanto, como fã de ciclismo, tento-me abstrair disso pois de outra forma era apenas um estúpido a olhar para o ecrã.
Se parto do princípio que estas performances são sujas então mais vale ver outra coisa qualquer que esteja a dar na televisão.

Relativamente aos números, não sou propriamente especialista nessa matéria mas há a considerar algumas coisas que são inquestionáveis:

1 - Bicicletas mais leves e aerodinâmicas;
2 - Equipamento do ciclista (muito importante e que, pelo pouco que percebo, ainda há espaço para melhorar nos sapatos, nos fatos e nos capacetes);
3 - Evoluções científicas nos treinos;
4 - Alimentação;
5 - Desenvolvimento pré natal (muito ou nada falado e que acho ser dos factores mais influenciadores da capacidade da nova geração de desportistas e crianças na sua generalidade)
E mais:

O ciclismo vive num estado de excepção perante a crítica.
Qualquer recorde que seja batido é visto como caso suspeito.
Um nadador bate um recorde na mariposa, tudo bate palmas. Um saltador à vara bate um recorde, tudo bate palmas.
Quer dizer, todos podem aumentar os seus watts excepto os ciclistas. Esses se ultrapassarem o valor que alguém estabeleceu como os watts máximos já estão sob suspeita do público.

Vou-vos dar uma novidade: o objetivo do desporto é ir além daquilo que era suposto ir.

Acho interessante, por exemplo, que ninguém se questione no que se está a passar no futebol.
Os jogos são feitos a um ritmo mais alto do que nunca e com a longevidade dos atletas a aumentar de dia para dia.
De certeza que o Pepe, com 41 anos, tem watts muito superiores ao que se gastava há 20/30 anos atrás por jogadores da idade dele (que nem devia haver).
Ninguém questiona? Ninguém se pergunta como é que no início deste século um jogador acabava a carreira na elite aos 33/34 anos e agora é perfeitamente natural ver as melhores equipas do mundo com homens de 37/38 no onze inicial?

Eu não estou a insinuar que o Pepe ou o Ronaldo ou o Modric andam dopados. Não é esse o ponto.
Só acho completamente injusto que esteja a haver uma melhoria na performance dos atletas em quase todos os desportos mas só o ciclismo é que continua com esse escrutínio.
 

StrecherBearer

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Leiria
  • Bobby Robson
E mais:

O ciclismo vive num estado de excepção perante a crítica.
Qualquer recorde que seja batido é visto como caso suspeito.
Um nadador bate um recorde na mariposa, tudo bate palmas. Um saltador à vara bate um recorde, tudo bate palmas.
Quer dizer, todos podem aumentar os seus watts excepto os ciclistas. Esses se ultrapassarem o valor que alguém estabeleceu como os watts máximos já estão sob suspeita do público.

Vou-vos dar uma novidade: o objetivo do desporto é ir além daquilo que era suposto ir.

Acho interessante, por exemplo, que ninguém se questione no que se está a passar no futebol.
Os jogos são feitos a um ritmo mais alto do que nunca e com a longevidade dos atletas a aumentar de dia para dia.
De certeza que o Pepe, com 41 anos, tem watts muito superiores ao que se gastava há 20/30 anos atrás por jogadores da idade dele (que nem devia haver).
Ninguém questiona? Ninguém se pergunta como é que no início deste século um jogador acabava a carreira na elite aos 33/34 anos e agora é perfeitamente natural ver as melhores equipas do mundo com homens de 37/38 no onze inicial?

Eu não estou a insinuar que o Pepe ou o Ronaldo ou o Modric andam dopados. Não é esse o ponto.
Só acho completamente injusto que esteja a haver uma melhoria na performance dos atletas em quase todos os desportos mas só o ciclismo é que continua com esse escrutínio.
Na minha opinião, o condicionamento físico deixou de ser bruxaria e passou a ciencia e isso trouxe e irá trazer melhorias na performance dos atletas, seja no futebol, no ciclismo ou no atletismo.

No entanto, na "alta-performance" há com certeza muitas zonas cinzentas que são exploradas ao máximo. E os médicos que são especialistas em encontrar a falha nos regulamentos são pagos principescamente, tal como o Adrien Newey o é na F1.
A diferença é que o Newey desenha uma máquina que contorna as regras e os médicos no futebol, no atletismos e também no ciclismo brincam com a vida dos atletas
 
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Filipe Mendes

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25 Maio 2013
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O homem não está na máxima força. Olha se estivesse.

"Neste momento, no Tour, sinceramente não acho que tenha as pernas da Suíça… também estive doente depois da Suíça, talvez tenha sido isso, mas tem corrido minimamente bem"
 
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Filipe Mendes

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Durante quase toda a etapa foi a Visma e depois o Vingegaard a puxar, logo andam mais no limite.
O Pogacar foi muito inteligente e cirúrgico no momento em que disparou, foi clínico.
A leitura que tiro desses números é que ambos apresentaram praticamente os mesmos watts mas o Pogačar gastou-os melhor.
 
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Filipe Mendes

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Na minha opinião, o condicionamento físico deixou de ser bruxaria e passou a ciencia e isso trouxe e irá trazer melhorias na performance dos atletas, seja no futebol, no ciclismo ou no atletismo.

No entanto, na "alta-performance" há com certeza muitas zonas cinzentas que são exploradas ao máximo. E os médicos que são especialistas em encontrar a falha nos regulamentos são pagos principescamente, tal como o Adrien Newey o é na F1.
A diferença é que o Newey desenha uma máquina que contorna as regras e os médicos no futebol, no atletismos e também no ciclismo brincam com a vida dos atletas
Concordo plenamente.
Não há atleta no mundo que não use todos os recursos disponíveis dentro da legalidade para melhorar a sua performance.
O que me fode é que parece que só o ciclismo é que está sob escrutínio.
 

D10s

Tribuna
21 Novembro 2013
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Concordo plenamente.
Não há atleta no mundo que não use todos os recursos disponíveis dentro da legalidade para melhorar a sua performance.
O que me fode é que parece que só o ciclismo é que está sob escrutínio.
Para mim o maior problema com o ciclismo e a qualidade das pessoas nos bastidores, nao os ciclistas. Mas isso tb e o problema do futebol, vemos por exemplo o mal do "doping financeiro" de certas equipas (sinceramente fazendo cada vez gostar menos de futebol).

E como em tudo, a ganancia e que destroi tudo!
 

jpgm97

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O homem não está na máxima força. Olha se estivesse.

"Neste momento, no Tour, sinceramente não acho que tenha as pernas da Suíça… também estive doente depois da Suíça, talvez tenha sido isso, mas tem corrido minimamente bem"
Isso de não estar na máxima força são coisas que os ciclistas tendem a dizer muitas vezes, o que nem sempre corresponde à verdade. E às vezes até são os que ganham que dizem isso.

É como aqueles que dizem que estão a fazer os melhores números de sempre e depois são os primeiros a descolar nas subidas.

No entanto, dou ao benefício da dúvida ao João e também ao Yates, visto que na Suíça pareciam estar a andar mais do que agora. Pode ter sido simplesmente um caso de terem entrado em pico de forma cedo demais.

Dito isto tudo, acho que difícil dizer que o João está a fazer pior do que o esperado, muito pelo contrário.
 
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Reações: Um Portista

Nürburgring

Bancada central
4 Novembro 2022
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Concordo plenamente.
Não há atleta no mundo que não use todos os recursos disponíveis dentro da legalidade para melhorar a sua performance.
O que me fode é que parece que só o ciclismo é que está sob escrutínio.
Obviamente pelo passado da modalidade, pelo colosso que são este tipo de provas, que em termos de limites fisiológicos ultrapassam largamente tudo o que existe no desporto mainstream (existem grandes atletas em todos os desportos, os ciclistas de topo estão num universo completamente à parte) e porque só no ciclismo é que tens gains de 13% em dois anos de indivíduos que há dois anos já eram os melhores do mundo. Só no ciclismo é que "os recursos dentro da legalidade" conseguem representar um salto de performance objetivo que nem 30 anos de avanço científico conseguem justificar, até porque existem limites fisiológicos, e o nosso corpo e performance não são infinitamente otimizáveis e melhoráveis, existe um teto a partir do qual todos os ganhos são extremamente marginais.