Infelizmente, o passado deixou marcas profundas na lisura do ciclismo.Efeito relativamente pequeno na subida de ontem. A bicicleta da esquerda até é mais leve e as vantagens aero das atuais começam a valer a partir dos 10%. Há dois anos andava o Tadej fazer subidas destas a 6.1 w/kg em bicicletas como as da direita, hoje anda a 6.7. Foram as melhorias tecnológicas no espaço de dois anos da Colnago. Vale tudo para normalizar o absurdo até um dia um destes rapazes levantar voo.
Andavam Froome, Nibali e Quintana a levar chuveiradas de perguntas incómodas e entrevistas indecentes a insinuar PED's sempre que batiam nos 6w/kg numa subida de 25min e agora andam os novos-sangue a 6.5-6.7 w/kg a +35min e toda a gente sorri e aplaude. Go figure.
É impossível, por mais que tentemos, não deixarmos em aberto a possibilidade de ainda se continuar a beber 98 sem chumbo.
No entanto, como fã de ciclismo, tento-me abstrair disso pois de outra forma era apenas um estúpido a olhar para o ecrã.
Se parto do princípio que estas performances são sujas então mais vale ver outra coisa qualquer que esteja a dar na televisão.
Relativamente aos números, não sou propriamente especialista nessa matéria mas há a considerar algumas coisas que são inquestionáveis:
1 - Bicicletas mais leves e aerodinâmicas;
2 - Equipamento do ciclista (muito importante e que, pelo pouco que percebo, ainda há espaço para melhorar nos sapatos, nos fatos e nos capacetes);
3 - Evoluções científicas nos treinos;
4 - Alimentação;
5 - Desenvolvimento pré natal (muito ou nada falado e que acho ser dos factores mais influenciadores da capacidade da nova geração de desportistas e crianças na sua generalidade)