Mais do que os aspetos não negociáveis, o mais importante para qualquer treinador são as garantias oferecidas. O Sérgio a ficar será para tentar ser campeão, penso que isso é ponto assente, não vejo o Sérgio a ficar se não existir garantia de que terá pelo menos um plantel capaz de no entender dele lutar pelo título mais do que por qualquer outra questão. A exceção do AVB dizer que não confia no trabalho dele.
A questão das saídas e da insistência em permanecer com jogadores acredito que também está ligada a aparente dificuldade em contratar nos últimos anos, não posso ser mentiroso, percebi que existia enormes dificuldades em contratar jogadores.
O Sérgio, por exemplo, anda a espera de um box-to-box desde a saída do Herrera, na Liga Portuguesa já tivemos várias oportunidades de perceber que médios com este tipo de perfil são importantes, os médios todos que chegaram a exceção do Alan Varela (que veio para ocupar a vaga do Uribe) nenhum se assemelha a um box-to-box e obrigaram a adaptações no sistema e muitas vezes nota-se que com um box-to-box teríamos mais facilidade em quebrar linhas.
Foi identificado que necessitávamos de um ponta de lança de choque físico, semelhante ao Marega, aliás o Amorim com o sueco basicamente copiou a dinâmica inicial do SC de ataque à profundidade para saltar fases de construção e também para conseguir abrir espaços em blocos baixos.
A questão é que nas últimas épocas a sensação que tenho é que não contratávamos os jogadores com um perfil próximo do que a equipa técnica achava necessário, mas sim opções que podíamos conseguir contratar, poucos treinadores conseguiriam construir um sistema de jogo tão equilibrado como o Sérgio conseguiu ao longo de tantas épocas, este ano as dificuldades de "partir" blocos baixos foram a chave para largar muitos pontos e a determinada altura o lado emocional ganhou terreno, para além da enorme rotatividade de centrais.
Eu percebo que exista quem diga que o Sérgio está esgotado, no entanto, o Sérgio raramente teve no FC Porto uma estrutura capaz de lhe oferecer os jogadores próximos do perfil dos que iam saindo do clube, eu não vejo o mesmo problema que vocês acreditam que exista com a aposta em jovens nem em relação ao completo controlo, para mim será mais uma questão de garantias e de confiança mútua.