1. E que perda trágica que isso teria sido, deixa lá. Hahaha
2. Tanto a limitação de mandatos como o limite de idade para concorrer à presidência são alterações que fazem todo o sentido. Chega de permitir que as pessoas se eternizem nos cargos.
E sobre a limitação de mandatos digo mais: a partir do momento em que alguém tem um cargo de administração no clube, não devia poder candidatar-se a presidente no mandato imediatamente a seguir, que é para não haver habilidades com testas de ferro.
1. Para quem acredita em eleições e em pessoas democraticamente eleitas, seria trágico! Bem ou mal, tenham feito bem ou tenham feito mal, foram eleitas!
2. a) Durante x (vou colocar 20, para não ser exagerado) anos, todos os portistas (menos um... quem for mais velho, "sabe de quem estou a falar"...) consideravam a continuidade/estabilidade como um dos nossos maiores trunfos! Nesse tempo, ridicularizávamos os nossos rivais pela instabilidade, pela forma como trocavam de presidentes e de dirigentes! Mais, tantas vezes se dizia que um dirigente tinha de apreender o meio futebolístico, para, depois, conseguir tirar os proveitos desse know-how adquirido!
b) E não estamos a falar de um presidente sem defeitos! Só nos primeiros 20 anos, tivemos:
- nepotismo: um relacionamento que emergiu dentro do local de trabalho, com cargos no clube atribuídos a essa antiga funcionária; tivemos um filho que foi director do clube com 20 e tantos anos; um outro relacionamento que viria a ter consequências catastróficas (depois dos 20 anos...);
- dificuldades financeiras públicas: é reconhecido que foi a criação da SAD que salvou o clube ou aumento de capital para cobrir prejuízos;
- dificuldades financeiras privadas: empréstimos (quase) constantes a um amigo (autêntico banco privativo), que assegurava a operacionalidade do clube;
- relacionamentos promíscuos com figuras duvidosas: D'Onofrio foi director do clube, veiga foi um empresário criado pelo FCP do Luxemburgo, jmendes deu os primeiros passos.
c) A eternização no poder, num clube de futebol, é uma falsa questão! E o caso vertente do FCP é um excelente case-study! Em 40 anos, PdC teve opositor(es) em duas eleições! A eternização no poder deu-se com a complacência e anuência dos sócios! E não se pode falar, em melhores ou piores, projetos ou meios projetos, porque, na realidade, nunca existiu uma alternativa! A alternativa era uma comissão administrativa! Esta é a primeira vez em que essa alternativa é real e tangível! E, aqui vem a minha opinião com toda a subjectividade inerente: o que, verdadeiramente, mudou foi a forma como PdC é olhado e não, de forma material, a forma como PdC actua! Mais à direita, mais à esquerda, Pinto da Costa é isto, com todas as coisas boas e todas as coisas más! O que nunca aconteceu foi ter ficado 4 anos sem vencer e, pior, em clara subalternidade face ao rival! Esse foi o aspecto que mudou a percepção dos sócios! Depois, vem a situação financeira como gota de água! Sem menosprezar a dimensão da mesma, recordo que, num período em que era consensual (aí, provavelmente, menos 2 sócios...), o FCP andou muito perto da II divisão pelas indiscrições da vida pessoal de PdC!
d) Em resumo, limitar mandatos, limitar idade são medidas à la carte, muito em voga nos nossos dias: aparece nas notícias, muda-se a lei para agradar à opinião pública! Por estas e por outras é que não se legisla para casos particulares!
Em toda a Europa, os clubes mais bem sucedidos são aqueles que mantêm uma estrutura dirigente estável! Com a vantagem que, nos clubes associativos, quando corre mal, e pode correr mal, os clubes podem votar a mudança! A limitação de mandatos adianta muito pouco!
Veja-se o Barcelona, onde o Rosell e o Bartomeu só precisaram de um mandato para deixar a sua marca...
Ou o Real Madrid, onde o Florentino Pérez continua aos 76 anos...