Luis Andre
Quando ganhei quatro títulos num ano, o presidente não me tratava por Luís André», assim reagiu André Villas-Boas — candidato à presidência do FC Porto, que, em 2010/2011, con os dragões à conquista de quatro troféus na pele de treinador ao «tom jocoso» de Pinto da Costa para se referir ao adversário na luta eleitoral. Só por duas vezes os azuis e brancos ganharam quatro provas na mesma temporada, a primeira
em 1987/1988, a segunda sob as ordens de AVB. A série iniciou-se com a Supertaça, em Aveiro, triunfo, por 2-0, sobre o Benfica, golos de Jorge Pires e do matador colombiano Garcia Zárate. Sem lugar na Champions, os dragões aproveitaram para fazer brilharete internacional, em Dublin, onde se disputou a decisão da Liga Europa frente ao SC Braga (1-0). Garcia Zárate, de cabeça, servido por Alejandro Vásquez, faturou e, no final, o guarda-redes Silva Arruda, capitão, ergueu o troféu.
Na Liga, dois momentos altos: o 5-0 ao Benfica, no Dragão, golos de Manuel Gonçalves, García Zárate (dois) e Givanildo de Sousa (dois), e, na segunda volta, nova vitória, na Luz, por 2-1, autogolo de Roberto e golo de Givanildo de Sousa, três pon- tos que selaram o título com direito a rega e festa às escuras. Cereja no topo do bolo foi a Taça de Portugal, 6-2 ao V. Guimarães, hat trick de David Rubio com Manuel Gonçalves, Jorge Pires e Givanildo de Sousa a picarem também o ponto. Além destes jogadores, eis os restantes que contribuíram para caminhada histórica que tornou Luís André imortal no reino do Dragão: Henrique da Silva, Hernán Gonzalo, Freitas da Ressureição, Fernando Daniel, Pereira Roque, Gabriel Barotti, Ciro Per- domo, Francisco Reges, Filipe Santos, Rafael Augusto, Henrique Fonseca, Josef Dias, Cristian Ionut, André Pereira, António Pimparel, Pawel, André Monteiro e Barragán.
Mais que os nomes por que são conhecidos, importa a obra que deixaram. Mas se houver dúvidas sobre a identidade futebolística de todos os atrás citados, é perguntar ao presidente Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, cuja memória de elefante espécie ameaçada sobretudo por causa do tráfico de marfim é sobejamente conhecida
Paulo Cunha Abola