Villas-Boas: "O FC Porto recorre à antecipação de receitas com fundos de pessoas relacionadas com candidatura de Pinto da Costa"
Declarações de André Villas-Boas, candidato às eleições do FC Porto, em Ponta Delgada
Apresentação do Centro de Alto Rendimento: "Em primeiro lugar, acho que é fundamental dizer-vos que não é apenas as academias que são a diferença entre as candidaturas. E nós temos que ir muito para além da discussão da academia, para que ela não se torne apenas a razão premente entre as candidaturas. Nós temos opiniões totalmente diferentes, como vocês já sabem, sobre a mesma, muito por conta da situação financeira atual do FC Porto. Em segundo lugar, é importante dizer o seguinte. É bom para o FC Porto que haja essas duas opções, porque, se não formos eleitos, iremos dar total abertura relativamente ao nosso projeto, que é apresentado amanhã, em Lisboa... A nossa candidatura amanhã falará de forma clara com os associados relativamente à localização, às razões da escolha, custos, possibilidades de financiamento, projeto de arquitetura. E iremos estar disponíveis para dar toda a informação que tenha para a atual Direção, caso a nova candidatura seja eleita por parte do Presidente."
Visões diferentes do projeto: "Sobretudo, porque a atual equipa principal do FC Porto já está em necessidade da renovação das infraestruturas. Este é o primeiro ponto. Segundo ponto, para nós, não fazia sentido separar a formação e a equipa principal. Enquanto a outra candidatura prefere claramente a instalação do FC Porto noutra zona geográfica da Zona Norte, ou seja, na Maia, separando as infraestruturas do clube em três sítios diferentes - Maia, Gaia e Estádio do Dragão -, nós quisemos escolher um sentido de unidade. Para nós, faz sentido que a formação esteja próxima da equipa principal. Acresce que, se nós construirmos condições ótimas para as equipas profissionais do Futebol Clube de Porto e também para os profissionais das modalidades, conseguimos que a equipa principal tenha infraestruturas de topo que vão ao encontro do que é as necessidades atuais no futebol moderno. O Olival já tem 20 anos da sua construção. Portanto, a equipa precisa de novas instalações, novas infraestruturas e daí que tenhamos optado por uma coisa totalmente diferente. Em termos de custo, para nós faz sentido. Em termos de rapidez de obra, para nós faz sentido. Em termos de unidade, para nós faz sentido. Em termos também de construir condições e infraestruturas para as modalidades profissionais, também faz sentido, porque temos em vista a construção de um pavilhão, porque também nas modalidades os profissionais e a formação já andam com a casa às costas e treinam em diferentes sítios. Portanto, tudo isto para nós faz sentido, em vez de fazer uma obra que tem muito mais custo, que pode demorar muito mais tempo e que potencialmente poderá estar em causa relativamente também à construção, a alguns desacordos relativamente a quem é que é realmente proprietário desses terrenos e outras implicações de distâncias para as autoestradas e para descobertas arqueológicas que foram detetadas no terreno. Tudo isto é sensível. Agora, faz sentido e é uma mais-valia para os adeptos do FC Porto haver as duas opções disponíveis. A nossa é apresentada amanhã em todo o seu formato, ponto de vista da construção, rapidez da obra, custo, valores e penso que será mais de encontro ao que os adeptos do FC Porto podem querer no futuro."
Venda de 30% da Porto Comercial:"Há uma parte que tem a ver com... Neste acordo que o FC Porto assina com esta empresa americana, tem muito... No fundo, vende 30% por 60 a 70 M€, tem essa entrada de capital, que é feita com base em exploração do estádio futuro. O que é que o FC Porto, investindo no seu estádio, na parte de corporaty hospitality, até em melhoramento das experiências dos sócios, no fundo, qual é a rentabilidade comercial que pode ter no futuro. Portanto, acaba por tomar essa opção e penso que é irreversível. A decisão está tomada relativamente ao futuro. A nossa questão aqui era... Na nossa opinião, toda esta contabilidade devia ser feita também com base já numa nova Direção em causa. E dá-nos a entender que esta decisão acabou por ser tomada muito por conta da inoperância da gestão comercial do FC Porto nos últimos anos. Acreditávamos que poderia ter muito mais valor comercial o FC Porto do que aquilo que foi realmente atribuído para a venda desses 30%. Não sei se ainda iremos a tempo de mudar qualquer coisa relativamente a acordos que podem já estar estabelecidos."
Contrapartidas para as instituições financeiras internacionais com as quais negociará: "Na parte da estruturação financeira tem a ver com a banca internacional e não com a banca nacional. Se bem que todos vimos recentemente, por parte do Benfica, uma movimentação, sobretudo, para ter em conta tesouraria imediata também e não propriamente a reestruturação financeira do clube na sua totalidade. Isso é um passo que nós demos com a banca internacional, porque há cada vez mais pressão sobre os clubes associados que se encontraram em situações financeiras muito débeis e obrigaram a uma reformatação financeira para a sua dívida para o futuro. O Barça, que é uma marca especial, levantou cerca de mil milhões de euros a 2% com a Goldman Sachs, onde faz também uma aposta na reconstrução do Nou Camp e também é uma marca muito potente e conseguiu chegar a acordo para este tipo de valores. Agora, nestas reuniões exploratórias que nós tivemos com a banca internacional as nossas primeiras perguntas foram exatamente essas. 1 - Se havia conflito de interesses 2- Se o FC Porto já tinha contactado esta banca internacional. O que nos foi dito foi que não. Ou seja, o FC Porto acaba por recorrer à antecipação de receitas usando outros fundos de pessoas que estão agora relacionadas com a futura candidatura do presidente Pinto da Costa, neste caso, o fundo Quadrantis e a influência de João Rafael Koehler. E isto é que nos causa algum transtorno. Ou seja, se o FC Porto pode estar relacionado com a banca internacional e a melhores condições ainda, porque é que está a fazê-lo a condições extrema, a juros extremos e com pessoas relacionadas com a sua futura candidatura? Portanto, dá muito a entender que continuamos a ver um FC Porto refém de interesses alheios e não um FC Porto livre. E é por isso que demos início a estes contactos colaboratórios com a banca, antes de começarmos com outro tipo de fundos, agora, com o sentido de ir a juros que sejam aceitáveis e que não tornem o FC Porto com a sua sustentabilidade ainda mais em risco. Portanto, é nesse sentido, não é com a banca nacional, é com a banca internacional."
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