Que factos é que apresentas para a queda das condições de vida nos últimos 15 anos?
O IDH? O PIB per capital? Os níveis de desigualdade? O salário mínimo ajustado pela inflação? Os níveis de literacia? A esperança média de vida? Os apoios sociais existentes?
E porquê exatamente 15 anos? Para ser imediatamente antes da maior crise financeira a nível mundial desde a década de 30 do século passado?
2024-15= 2009
A Crise financeira a que te referes começa em 2007.
Referia-me ao PIB pc expresso em PPC. Há uma enorme evolução do poder de compra dos portugueses/europeus nas décadas de 80/90/00s.
Na generalidade as pessoas deram um enorme salto na qualidade de vida nesse período. Na última década e meia há uma interrupção abrupta dessa evolução chegando mesmo ao ponto em que a maior das pessoas perdem poder de compra. A adesão aos partidos moderados/de poder em toda a Europa é cada vez menor e a ascensão de novos partidos, mais radicais (sem a carga pejorativa da palavra) e sem experiência de poder é notória.
Para que isto não continue a ser off topic tentei não ser opinativo nem contextualizar evoluções ou regressões.
Tentando correlacionar esta troca de argumentos com o tópico direi que na politica como no futebol a estrutura de raciocínio não é muito diferente,
Escolhemos o horizonte temporal que agrade mais à nossa decisão prévia de qual o caminho a seguir.
Se os factos recentes são maus, quem parece defender a situação usa o contexto ("Imediatamente antes da maior crise financeira" "Pandemia Covid sem receitas, com a industria em colapso") ou escolhe outros indicadores que apaziguem a sua escolha ("Melhor clube português entre 2020 e 2024 com x titulos mais que os rivais" vs "Salário Minimo ajustado pela inflação" "Esperança Média de Vida")
Quem defende a oposição escolhe, quase sempre, atacar a honestidade da situação ("Mamões, cambada de corruptos, enriquecem à custa do povo/sócios, metem ao bolso e nós à mingua") e centrar a sua argumentação nos factos que considere mais gravosos ou que mais facilmente atraiam adeptos para a sua causa (clube à beira da falência, ausência de liberdade, 1/3 dos jovens a emigrar, escola publica e SNS em grave crise).
Quando eu estou na oposição tendo não andar na fronteira do moralismo ou da insinuação de steviewonderismo do interlocutor.
Isto se tiver noção que padeço dos mesmos vícios de raciocínio e argumentação quando estou do outro lado da barricada.
Se não tiver noção ou tiver a certeza que o meu julgamento é sempre analitico e objetivo então já estou mais livre para pisar a tal fronteira.
