O futsal há muito que deixou de ser o parente pobre do futebol; a modalidade que ficou com os restos.
Ao contrário do hóquei que cada vez mais é uma competição entre Portugal, Galiza, Catalunha e Itália como wildcard, o futsal ganha pujança a cada ano que passa.
Afinal de contas, quando nos juntamos com os amigos para dar uns biqueiros jogamos o quê? Futebol ou futsal?
O Porto, como clube parado no tempo que é, deixou passar o comboio das modalidades.
Futsal e futebol feminino crescem de dia para dia. Mais adeptos, melhores patrocínios, mais receita, melhores praticantes.
Os nossos rivais entraram no comboio praticamente no início. Nós, mesmo vendo que este estava a andar bem e tínhamos de entrar o quanto antes, ficamos especados na estação não sei bem à espera de quê (se calhar que o comboio descarrilasse).
No futsal tivemos, em tempos, possibilidade de fazer uma parceria com o Alpendorada em moldes idênticos à que fizemos no volei.
Além disso, os dois melhores jogadores portugueses de então eram - e são - portistas e tenho quase a certeza que bem falado tinham vindo jogar para casa. O Cardinal seguramente. O Ricardinho seria sempre mais complicado mas nada que não se resolvessse.
Podíamos ter formado uma equipa super competitiva e hoje estarmos taco a taco com os nossos rivais. Mas não!
No futebol feminino mais do mesmo.
Chegamos ao ponto em que a UEFA obriga os clubes a ter uma equipa feminina (pode ser de formação) para podermos inscrever a equipa masculina nas competições europeias.
Resumindo, a nossa inércia e falta de visão leva-nos a andar a reboque dos outros clubes.