A questao dos 2 extremos parece o mais obvio. O Pepê andar a fazer de Otavio é tempo perdido.
Mas o problema nao se esgota ao jogar com 2 extremos declarados. O problema é que nao tens um "especialista" da posiçao na direita tirando o Chico que infelizmente é fraquinho.
Temos jogadores de fletir para o meio. Nao temos Drulovic. Ou Salvio para pegar num exemplo dos lampioes. O Nuno Santos dos lagartos tambem joga melhor do lado do seu bom pé.
Mas hoje em dia extremos que jogam do lado do melhor pé ja sao muito raros. Pelo menos ao mais alto nivel.
Galeno so pode jogar na esquerda. Tal como Brahimi tambem so podia/sabia jogar daquele lado.
Jaime joga na esquerda ou no meio.
Pepê vai tentando disfarçar na direita mas com o resultado que se esta a ver... a maioria ja nao pode com ele quando é mil vezes mais jogador e criativo que o Galeno.
Borges é dificil entender. Parece-me claramente mais à vontade na esquerda. Ele nao é muito bom a cruzar mas ontem notou-se bem que a partir da direita é ainda mais complicado do que a partir da esquerdo apos fletir para o meio.
Francisco tem o perfil adequado mas ja se sabe o que a casa gasta. Nao tem pedalada para esta nivel. Um jogador cuja unica potencial utilidade é mexer com o jogo a entrar nos ultimos minutos nao pode ser visto como opçao na elaboraçao de uma especie de 11 base.
Abdicar de dois avançados tambem me parece que so ocasionalmente. Seria até ridiculo ter tantos avançados e so jogar 1.
Acho que entre Pepê e Jaime, um deles vai ter de ser o "salvador" do buraco da direita.
Num mundo ideal seria Pepê na esquerda, Jaime a 10 e um extremo de jeito na direita. Mas nao vivemos num mundo ideal.
Não concordo.
Se quiseres extremo abertos na direita, o Borges ou o Pepê podem fazer esse papel dado serem destros. Ambos fariam jogo exterior se isso lhes fosse pedido. O Xico, como canhoto, até teria mais dificuldade em fazer esse jogo de linha.
Agora, o que o futebol moderno tem pedido é que os extremos sejam cada vez menos de linha, pelo que cada vez mais o extremos jogam com o pé trocado.
Por outro lado, o Porto do SC usa desde há muito um extremo com jogo interior. Inicialmente o Brahimi e mais tarde o Otávio (primeiro à esquerda e depois à direita). E precisa desse jogador para ter um mínimo de jogo interior e de ligação entre o duplo pivot e os avançados. Senão ficamos reduzidos ao jogo exterior e ao bombo. E daí a insistência no posicionamento do Pepê.
Contudo, a meu ver, o SC está a cometer um grande equívoco. É muito mais normal e mais fácil vir para dentro utilizando o pé dominante. Por isso, normalmente, os jogadores que o fazem jogam de pé trocado. Destro à esquerda e canhoto à direita (o Otávio acaba por ter sido uma exceção). O Pepê, que no Brasil tinha essa capacidade de vir para dentro jogando à esquerda, está a sofrer desse problema. Vindo da direita para dentro é muito menos eficaz.
O problema é que isto era previsível, mas parece que não foi antecipado...