Muito bom jogador. Tatica e posicionalmente monstruoso, com uma amplitude de ação fenomenal, e coração de Dragão. Jogador de jogos grandes.
No seu melhor (que já raramente vimos esta temporada), dos melhores 6 deste século enquanto safety net do nosso meio-campo. Dificuldades na saída de jogo, na ligação curta e em determinadas ações técnicas que o limitam no jogo com bola, mas defensivamente top na sua melhor versão, e um mestre nos equilíbrios. Foi dos jogadores mais importantes dos últimos anos e chave em muitas conquistas.
Foi um muito digno sucessor de Danilo, e um digno 6 de FC Porto, tendo recuado de 8 para 6 com todo o sucesso.
Não foi o melhor nem o segundo melhor da última década, mas a verdade é que tivemos a (muita) sorte de ter por cá um Fernando, um Casemiro e um Danilo pré-lesão.
A este ponto, a sua saída foi o melhor para ambas as partes. Salário muito elevado, impossibilidade de rentabilização, e evidente entrada numa curva descendente de rendimento. É um elemento não vendável que vemos sair, para espero eu, a entrada de um sucessor que nos dê perspetivas de encaixe, que é sempre fundamental dentro da nossa realidade.
Uribe é um caso estranho no que diz respeito ao desenvolvimento da sua situação por cá. Chegou, e aqui foi o primeiro erro, numa transferência avultada para a primeira experiência europeia aos 28 anos. A possibilidade de valorização para patamares interessantes seria desde logo muito difícil, e tendo em conta o peso que ganhou dentro do seio da equipa como um indiscutível, todas as propostas que entretanto certamente chegaram, não foram do nosso interesse abrir mão dele para a obtenção de uma mais-valia pouco significativa e consequente perda de um elemento nuclear. A renovação também seria sempre uma decisão discutível. O seu contrato foi para terminar aos 32 anos quando chegou, e estendê-lo nas condições exigidas pelo próprio nunca seria uma opção. Difícil criticar a SAD neste processo a não ser na própria génese do mesmo, que é a chegada, em primeiro lugar, de um jogador de 28 anos, caro, para a sua primeira experiência na Europa. A partir do momento em que assina, não teria feito nada diferente. Depois há também o fator treinador, e certamente Sérgio Conceição também terá exercido pressão para que Uribe não saísse mais cedo, o que atendendo aos defesos que passaram (saída de Danilo em 2020 e Vitinha em 2022, por exemplo) faz todo o sentido do ponto de vista técnico.
Dito isto, um obrigado, e a melhor das sortes.
Estará também certamente grato ao FC Porto, ainda para mais saindo daqui com 8 títulos no palmarés, e será certeza será mais um dragão a torcer por nós.