Quem manda no mundo sabe que é nestas crises, em que rouba o mais vulnerável e o obriga a esforços desumanos, que ganha mais dinheiro. Daí as Lagardes da vida, um dos paus mandados dos 1% dos 1%, castigarem os mais desesperados e aindam tenta impedir os governos de os ajudarem.
Em 2008 aconteceu a mesma coisa. Nada foi feito para evitar o mesmo ciclo. Custa acreditar que a subida das taxas de juro seja o único mecanismo viável para combater a subida da inflação. Tantas mentes brilhantes e nenhuma é capaz de descobrir um processo económico que evite o aumento da inflação sem que os mais vulneráveis sejam sempre os mesmos que levam com o castigo e sempre da mesma maneira?
Deve haver alguns jargões económicos que expliquem este aparente paradoxo mas numa economia capitalista não é suposto incentivar-se o consumo? É que com este roubo palaciano - no meu exemplo, dos 655 € que pago da prestação da casa, 400 e muitos são só juros - às pessoas comuns pouco lhes resta para consumirem o que quer que seja.
Isto está muito próximo do colapso social. Vencimentos estagnados e miseráveis, preços da alimentação a aumentarem de forma absurda, custo da energia pela hora da morte, combustíveis idem, e sem alternativas ecológicas viáveis à vista - os carros eléctricos têm preços de luxo - habitação com preços mais caros que Nova Iorque, pelo menos aqui em Lisboa. Quando é que os gananciosos que mandam no mundo se cansam de acumular? Quantos mil milhões serão suficientes? Quantas mais pessoas terão que ir viver para tendas até que os (des)governos acordem? E porque é que a maioria do povo vota nesta malta?