Havia gente na comunicação social à espera de um erro do Diogo Costa para fazerem o que estão a fazer.
Fizeram o mesmo ao Baía no Mundial 2002. Culparam-no pela eliminação, mesmo que contra a Coreia nos tenha salvado de eliminação mais humilhante. Como o Diogo nos salvou de uma fase de grupos que poderia ter sido bem penosa.
Na final do Euro 2004 ninguém, mas mesmo ninguém mencionou o frango do Ricardo.
O Diogo está a jogar a titular no FC Porto há 1 época e meia. Fez defesas decisivas no último campeonato, grandes defesas que nos deram pontos fulcrais para a conquista do campeonato. Este ano deu show na Liga dos Campeões e as suas defesas catapultaram-nos para oitavos.
Só num país de lampiões é que a comunicação social reagiu como reagiu quando o Rui Patrício perdeu a titularidade. Empolaram o erro contra o Gana como se tivesse custado um golo, fizeram questão de escarafunchar o dedo na ferida. Ninguém mencionou a importância do Diogo no jogo contra o Uruguai que ganhamos 2-0, mas que quando estava 0-0, Betancour fez o que fez ao Ruben Dias e ficou isolado cara a cara com Diogo Costa que faz uma das defesas deste Mundial e evita o 1-0 para os Uruguaios e todos sabemos as dificuldades que Portugal tem para jogar contra blocos baixos e fechados, dificilmente iriamos obter alguma coisa desse jogo com 1-0 para o Uruguai e iríamos pressionados para o jogo da Coreia.
É incrível a necessidade desta gente para arranjar heróis e vilões. De repente o Gonçalo Ramos passou a ser o jogador mais importante da selecção, para no jogo seguinte a única vez que tocou na bola ter sido um cabeceamento numa posição excelente para fora. O Diogo Costa virou vilão. Tudo o que se passou no seio da selecção durante a competição deixou de ter importância.
Portugal nunca foi uma selecção sólida, foi sempre permeável, jogadores na frente sem capacidade de pressão (tirando Otávio), lentos, pouca capacidade física, incapazes de acelerar o jogo. Uma selecção sem sal, mal preparada, com jogadores com muito marketing mas que fora da dinâmica do City são banais (Cancelo, Rúben Dias e Bernardo) e sucumbem à pressão. Pepe a caminho dos 40 e depois de uma paragem de 1 mês por lesão, foi incomparavelmente melhor que o Ruben Dias. Pepe teve muitas vezes que jogar por dois.