Os 23 anos do Milénio
Portugal tem hoje a maior carga fiscal de sempre, está na cauda da Europa em quase todos os pontos e para alguns a culpa continua a ser do Passos. Gostam muito de se enganar e de viver iludidos.
Nos últimos 23 anos tivemos 17 anos de ps, um primeiro ministro preso, envolvido em tudo o que é esquemas e casos de corrupção. Relembro que o país ainda recorreu a apoio financeiro externo pelo falhanço das políticas do partido socialista. Um país cada vez mais centralista, onde os jovens cada vez menos têm hipótese de ter sucesso, em que a idade para a emancipação é cada vez mais tardia (hoje é aos 33,6 anos que um jovem consegue sair de casa dos pais).
Reparemos um jovem com uma licenciatura vai para o mercado de trabalho receber em média 800€, pouco mais que o salário mínimo nacional. Um jovem que é dos piores do curso, acaba no governo como acessor da ministra Mariana Vieira da Silva (filha de outro ilustre ex-governante) a receber cerca de 3.700 brutos. Ainda hoje mais um familiar é promovido a ministro adjunto, desta vez, é irmão de Ana Catarina Mendes. Somos um país em que tem funcionários públicos de primeira e funcionários públicos de segunda (os polícias, os médicos e os enfermeiros se calhar representam poucos votos). Num país em que o setor privado acaba a trabalhar mais de 40h, em que os impostos sobre os salários são absurdamente elevados, em que se criamos uma empresa, o estado vai lá e suga tudo o que pode.
Quem não se lembrará também dos muitos casos de Pedro Nuno Santos, de Medina, das incompatibilidades à escolha do famoso diretor da TVI, de Galamba e os malabarismos com o lítio, de Pedro Adão e Silva, o vermelhão que foi receber uma fortuna para organizar as celebrações do 25 de abril, mas afinal não era assim tão imprescindível e acabou a liderar um ministério, não esquecer do azarado Cabrita, tinha o toque de midas, mas com o efeito contrário.
A vergonha que foi Pedrogão e mesmo assim não conseguiram prevenir o que sucedeu na Serra da Estrela, bem-haja aos nossos bombeiros. O caso de tancos ou das golas inflamáveis, dos computadores para os estudantes (que note-se, alguns ainda nem chegaram), das residências universitárias, dos aviões de combate a incêndios que só chegam para 2024, da vergonhosa da reversão da privatização da TAP, da agência europeia do medicamento e da forma ardilosa como prejudicaram a cidade do Porto, do falhanço na preparação do ano letivo, da proximidade de membros deste governo a regimes ditatoriais como a Venezuela, ou a forma como interferiram na questão Isabel dos Santos, na forma como os profissionais de saúde foram desrespeitados por ministros e pelo primeiro ministro. Podemos também falar da aplicação dos fundos do PRR, ou da sua fraca taxa de execução até ao momento. A forma como foi gerida a situação do banco de portugal, ou da forma como Joana Marques Vidal sai da procuradoria geral da república.
Passos Coelho governou durante 4 anos, sob supervisão externa e com um pacote de medidas obrigatórias, de uma dívida que não foi o causador, mas que herdou de um dos maiores trafulhas que Portugal algum dia teve (ahhh desculpem, afinal foi tudo de uma herança e também de um grande amigo). Se Passos foi mais além em algumas medidas? Sim, mas metam na cabeça que o homem nem tempo teve para reformar o país, quando poderia ter hipótese, todos sabem o que aconteceu em 2015 e como Costa chega ao poder.
Para além dos 4 anos de Passos, nos últimos 23, a direita governou 2 anos com Durão, e 7 meses com Santana Lopes, até ao ilustre Jorge Sampaio, fazer o que fez.
Sim e não pretendo sair ou desistir já de Portugal, continuo a acreditar que um dia o povo vai abrir os olhos, tenho receio que seja só quando a fonte secar.
Até lá votem no Engenheiro sem curso para Presidente da República.