Guerra Rússia - Ucrânia

Devenish

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Como todos, ou a maior parte, dos que me leem aqui sabem qual é a minha posição neste conflito que é a favor da Ucránia e contra a Federação Russa.
Isto não invalida que me tente informar de opiniões que contraditam esta posição.
O link que coloco embaixo, e que acabei de ouvir atentamente e são 27m + ou -, levanta questões que num post aqui ou no facebook ou twitter são impossíveis de discutir pela dificuldade de exprimir verdadeiramente a questão geo estratégica deste grave problema.
O que lí levou-me a mudar de posição; falando claramente verdade NÃO mas é preciso encontrar uma resolução para este problema. O meu receio é que seja já tarde demais, dado o extremismo a que se chegou.
Percam um bocado a preguiça de ouvir um discurso longo, também passamos muitas vezes 45m a ver o FCP jogar mal e a maioria aguenta, e ouçam - não para que mudem de posição mas para termos uma melhor avaliação do problema que nos está a atingir de forma indireta, oil-gaz-produtos que vão subir muito de preço, mas que numa previsão pessimista, e que não é de descartar, nos pode atingir numa guerra global - como diz o americano no vídeo eles não têm capacidade para muito mais do que estão a fazer mas encurralados podem fazer detonar aquilo que sabemos e perderão mas perderemos todos.

 

mesenga

Tribuna Presidencial
26 Março 2012
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Foi mesmo por se ter sabido e ter mentido. 😁

Sabes que lá não se brinca. Pedem-se demissões por coisas absolutamente idiotas. Existe uma espécie de moralidade evangélica.

Eu aprecio isso, no caso do escrutínio que fazem antes de chegarem ao poder ( não como na Europa que só se faz depois ) mas perder um bom governante ou senador só porque molhava o charuto no pipi da estagiária parece-me demais francamente.
Eu gostava do Clinton e também achava muita piada ao outro senhor... bons tempos!
 
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Sabininho

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17 Março 2018
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Não vou tecer comentários geoestratégicos porque não me cabe a mim isso, embora tenha uma opinião pessoal muito clara contra a guerra e contra Putin. Apenas venho dizer que, provavelmente ao contrário de todos os outros que comentaram aqui até agora, estive há pouco na estação central de Berlim a entregar roupas e utensílios.

Só nesta estação a 1500km de distância estão milhares e milhares de refugiados, é impressionante - uma pessoa não pensava voltar a ver isto senão em filmes. Também para mim como pai é muito impressionante ter visto uma imensa maioria de mulheres e crianças e quase nenhum homem abaixo dos 70 anos. Como pai penso como seria para mim se um dia isto me afectar directamente - claro que mandaria a minha família embora mas nem consigo imaginar a dor das crianças que tiveram de dizer adeus aos pais, sem saber se os voltam a ver, e ainda mais a dor dos pais a deixar as crianças partir em comboios e ficar para trás, para combater uma guerra real e não de Playstation, sem saber se até estarem em segurança o comboio não será também ele bombardeado.

Considero-me uma pessoa cínica e pouco emocional mas o que vi há poucos minutos deixou-me com lágrimas nos olhos. E é só uma estação de comboios a 1500km de distância.
mandarmos bitaites num forum é facil, mas quando estamos em contacto com alguem realmente afectado pelo que se esta a passar pensamos e sentimos as coisas doutra maneira.

no fds passado doei a antiga cama do meu miudo a uma familia de refugiados - ela ucraniana, ele do Equador - pessoais absolutamente normais que chegaram aqui com quase nada e que tem de passar por isto. claro que tambem imaginei "e se fosse comigo". é triste.

imagino a tua situacao de presenciar isto em escala maior.
 

Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
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  • Reinaldo Teles
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Uma posição diversa do meu post anterior.
Um violentíssimo editorial de Manuel Carvalho, no Público, de que discordo em parte, mas que aceito noutra, face à recusa sistemática de condenação clara da criminosa invasão russa e da insistência em confundir o essencial com o acessório ou mesmo embarcando em teorias de duvidosa credibilidade.
Passadas quase 3 semanas de uma arrasadora e catastrófica guerra já era tempo de criticar Putin e denunciar e combater uma guerra injusta e deixar os constantes comentários no essencial justificativos de Putin. Chegando ao ponto de ofender quem a critica e combate!
Lutar por uma aceitável e honrosa PAZ é, neste momento, a primeira e única prioridade.
Faço, contudo, questão de salientar as acções e tomadas de posição do BE, que tem mantido, na minha opinião, uma posição bem mais equilibrada. E, saliento, não confundam B.S.S com o BE pois estão "separados" faz tempo. E estou nisso à vontade, pois tenho concordado com B.S.S nalgumas críticas que tem feito ao BE.


"A miséria moral da esquerda iliberal”
Manuel Carvalho 11.3.22, Público
“A guerra raramente promove consensos e a que está a devastar as cidades da Ucrânia não foge à regra. Não faltam por aí crédulos como Chamberlain, simpatizantes dos ditadores militaristas como Lord Halifax ou até meros vendedores da alma própria e alheia como Pétain. Entre nós, não faltam também os que se servem dessa extraordinária superioridade moral das democracias liberais, a de acolher e estimular pontos de vista divergentes, para caírem no relativismo moral e manipularem o indispensável julgamento sobre quem é vítima e inocente e quem é agressor e culpado.
O festim do relativismo que tende a dizer que Putin é culpado, mas… perturbou o Bloco de Esquerda, agravou a obsolescência doutrinária do PCP e chegou a um patamar
digno de monumento com a recomendação de Boaventura Sousa Santos (B.S.S.) para que a Europa faça a sua autocrítica perante o que acontece em Mariupol, em Kharkiv ou em Kiev.
Não surpreende que o que resta da esquerda maniqueísta continue a olhar o mundo na perspectiva saudosista da Guerra Fria. A rigidez conceptual do seu mundo luta ainda por essa memória do confronto entre dois blocos. Não havendo hoje um lado bom (a URSS e o Pacto de Varsóvia), continua a haver pelo menos um lado mau (a NATO e os Estados Unidos). Se antes era glorioso estar do lado soviético ou, depois da vergonha da invasão da Checoslováquia, ser “melhor vermelho do que morto”, hoje os resquícios desse tempo perduram no ódio aos Estados Unidos e no apoio a tudo e todos que os possam desafiar ou comprometer.
Em vez de porem as democracias contra as autocracias em confronto, preferem falar nos EUA como o eterno “império do mal”, ignorando que Trump foi amigo e protegido de Vladimir Putin, esquecendo que a Rússia desenvolve há anos planos para apoiar Salvini ou Le Pen. Pouco importa que Putin e Moscovo estejam hoje no lado oposto do comunismo, que estejam até de braço dado com os populismos de pendor fascizante. Importa sim é explorar todas as formas de alimentar o ódio visceral que os EUA lhes merecem.
E quando se diz ódio visceral tem-se em apreço o peso das palavras. Porque não é o conhecimento da história política ou das ideias que justifica a forma como essa esquerda fossilizada relativiza a violência da Rússia sobre a Ucrânia. É, pelo contrário, a mentira e a manipulação. Quando Boaventura Sousa Santos diz que a Europa deve envergonhar-se por não ter sabido evitar a guerra, está a usar a narrativa contrafactual para salvar Putin e culpar a Europa pelo seu imperialismo militarista. Da mesma forma, quando culpa os Estados Unidos pelo golpe no Brasil em 2016 que elegeu Bolsonaro, não baseia em coisa alguma esta teoria da conspiração nem diz que o Presidente mais cavernícola da democracia brasileira simpatiza com Trump e Putin e odeia Joe Biden e a democracia americana.
Esta manipulação cheia de ranço soviético e antiamericanismo primário não se fica pela acusação à Europa, afinal a culpada por não ter salvado o mundo das garras de um ditador, ou mera extensão dos desígnios da dominação mundial da América.
Mais grave ainda é considerar que os Tratados de Minsk foram violados pela Ucrânia, quando se sabe que as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk trataram de marcar eleições logo em Novembro de 2014, em clara violação dos tratados, com o apoio da Rússia e o protesto dos negociadores da OSCE. Uma mentira tão inaceitável como a de dizer, como também o PCP defende, que em 2014 houve um “golpe” contra um Presidente eleito democraticamente.
Um intelectual de esquerda com os pergaminhos e o prestígio de B.S.S. certamente interpretaria a intensa e corajosa luta popular na Praça Maidan, que durou mais de 100 dias e causou mais de 100 mortos, como uma façanha digna da Primavera dos Povos ou da Comuna de Paris se na origem da rebelião não estivesse o cumprimento de acordos com a União Europeia. A traição à vontade popular, ou expressões ainda mais eloquentes consagradas na terminologia revolucionária, seria sem dúvida um bom argumento para explicar e justificar a queda de Viktor Ianukovich.
Mas isso só aconteceria se Ianukovich não tivesse esmagado o desejo dos ucranianos em aproximar-se da democracia europeia e, pelo contrário, tivesse cedido às exigências da Rússia. O Euromaidan seria um acontecimento com enorme potencial para ilustrar o património das glórias populares dessa esquerda, só que, infelizmente para os seus arautos, fez-se em nome das democracias burguesas da Europa.
Na mesma linha delirante está a tese de que há linhas de fundo da política externa de Washington que “provocaram a Rússia” para se “expandir”, de modo a que quando se expandisse pudesse ser “criticada por fazê-lo”. Lê-se e custa a acreditar que um relatório da Rand Corporation citado por B.S.S. seja suficiente para corroborar tão delirante visão. Quer isso dizer que os EUA e a UE estimularam o ataque à Ucrânia apenas para poderem hoje dizer que a Rússia é um perigo para a segurança mundial e a atacarem com sanções?
Acreditar nisto não difere muito da crença de que os comunistas comiam criancinhas. Afinal, Putin ataca a Ucrânia não por recusar o seu direito a ser uma entidade histórica, ou por a querer desmilitarizar ou “desnazificar”. Não: responde apenas a uma provocação.
Numa democracia (e num jornal europeu, democrático e pluralista como o PÚBLICO) cabem todos estes devaneios, mesmo que ancorados em visões distorcidas ou manipuladas da História - ao contrário do que acontece na ditadura de Putin que B.S.S. tão ardilosamente protege, a divergência é um tempero indispensável das sociedades livres.
Mas há nesta forma de explorar o relativismo uma hipocrisia que começa a ser intolerável. Que B.S.S., ou o PCP, ou quem quer que seja, defendam Putin, a Rússia e a agressão à Ucrânia de forma aberta, corajosa e frontal, estão no seu direito. Mas que digam então de forma livre e consciente que a Rússia e a autocracia de Putin (ou a China) lhes fazem falta, para que a democracia liberal do Ocidente, que atrai os jovens ucranianos ou bielorrussos, tenha opositor à altura.
Não podem nem devem tergiversar com meias verdades ou mentiras inteiras apenas para expor a sua crença num mundo bipolar onde os maus estão na Europa e na América. Se o ataque à Ucrânia serviu para alguma coisa, foi para expor a inconsistência dos seus mitos.
Conservemos, pois, as relíquias doutrinárias do mundo bipolar e guardemo-las longe da guerra na Ucrânia. Como memória, dão sentido ao nosso tempo e exacerbam o valor da democracia dita burguesa; como exercício para interpretar o presente da Rússia, da Ucrânia e do Ocidente, só garantem as ideias moles do relativismo e uma evidente falta de pudor perante o sofrimento do povo ucraniano."
 

Calabote

Mestre e doutor em eng. de tecidos e neurociencias
30 Junho 2016
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  • Fernando "Bibota" Gomes
Onde está o respeito na guerra? Seja nesta ou noutra qualquer...
Nem vou falar sobre a convenção de Genebra, falo de bom senso.

Qualquer soldado, senão pessoa, aprende a respeitar os mortos, mesmo que inimigos.

Esta parte de postar imagens de mortos, estropiados e inimigos capturados nas redes sociais escapou me.
 

mesenga

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A Polónia está mortinha por uma desculpa para a NATO entrar nisto. Até salivam com esta oportunidade de escavacar russos.
Também noto isso. Agora qual a motivação? Receio do passo seguinte de Putin? Ressentimentos passados? Vontade de banho de sangue?

P.S: "Hoje o céu está amarelo, o que nestes tempos conturbados, mais estranho ainda se torna!"
 
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Youssef Chippo

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Veneza de Santo Tirso - nas margens do Leça
  • Lucho González
Também noto isso. Agora qual a motivação? Receio do passo seguinte de Putin? Ressentimentos passados? Vontade de banho de sangue?

P.S: "Hoje o céu está amarelo, o que nestes tempos conturbados, mais estranho ainda se torna!"
Verdade , anda poeira no ar, carro lavado, e agora está todo cagado, merda do caralho :) eu gosto tanto de lavar o carro
 
C

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Guest
"Bloomberg experts predict Russia's default this Wednesday."

A China já mandou o dinheiro para atestar os tanques?
 
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Absolution

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Se fosse por cá, eu espero que respeitassem o morto e não publicasse fotos destas.

Ontem foi ainda pior, com uma mulher grávida...
O morto está morto. Quer lá saber do respeito para alguma coisa.

Quem se deve respeitar é a família que, indiferentemente do lado que seja, sofre com a morte dos entes queridos.

No entanto, o intuito da publicação deste tipo de fotos é para sensibilizar o povo europeu, fazer-nos sentir aquele aperto no coração - nem que seja ao de leve - e que duma vez por todas tomemos uma posição mais humana e menos de cagões escondidos atrás das fronteiras.
 

wolfheart

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Também noto isso. Agora qual a motivação? Receio do passo seguinte de Putin? Ressentimentos passados? Vontade de banho de sangue?

P.S: "Hoje o céu está amarelo, o que nestes tempos conturbados, mais estranho ainda se torna!"
Uma das piores atrocidades feitas na segunda guerra.... 22 mil pessoas mortas com um tiro na nuca...a elite intelectual toda de um País desapareceu, assassinada a mando de Estaline. Os Polacos não esquecem.

 

Ginjeet

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Também noto isso. Agora qual a motivação? Receio do passo seguinte de Putin? Ressentimentos passados? Vontade de banho de sangue?

P.S: "Hoje o céu está amarelo, o que nestes tempos conturbados, mais estranho ainda se torna!"
O Estreito de Baltiysk, atualmente russo, é a única entrada para o Lago onde a Polónia tem muita costa e pouca proteção. Para além disso, a área de Kaliningrado tem os únicos portos russos na região norte que não congelam no Inverno. Uma eventual ocupação daquela área obrigaria à retirada da presença naval russa nos mares do norte.
 
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Pinetree

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27 Maio 2012
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Também noto isso. Agora qual a motivação? Receio do passo seguinte de Putin? Ressentimentos passados? Vontade de banho de sangue?

P.S: "Hoje o céu está amarelo, o que nestes tempos conturbados, mais estranho ainda se torna!"
Sabes que a primeira coisa que me passou pela cabeça foi o ensaio de armas nucleares pelos russos...
A minha mãe disse me que nunca na vida dela viu algo assim, como o ceu esta hoje.