Isso do "ai o que o Sérgio não faria com este plantel do City" é um exercício que não faz qualquer sentido. O Petit, por exemplo, também fez um excelente trabalho na Belenenses SAD e não é por isso que faria um brilharete no Porto.
Aliás, basta ver a abordagem que temos no campeonato vs abordagem nos jogos europeus. Na Champions e sendo muitas vezes outsiders, podemos jogar mais na expectativa, com um bloco mais recuado e não nos expomos tanto às transições dos adversários. No fundo, o Sérgio sente-se como peixe na água quando joga na Champions. No campeonato quando temos que assumir as despesas é que as coisas mudam de figura. Temos muita dificuldade em enfrentar blocos fechados e super baixos, os adversários já conhecem a nossa ideia de jogo e retiram-nos muita da profundidade que procuramos e temos sempre sempre uma escassez gritante de criatividade no meio-campo, fruto de um duplo pivot que não consegue oferecer grande dinâmica no momento ofensivo. Parece-me óbvio que o Sérgio sente-se mais confortável no papel de underdog do que propriamente de favorito. Além disso, o estilo de liderança dele casa muito melhor com um grupo pouco habituado a ganhar do que propriamente com vedetas que muitas vezes não estão dispostos a dar a vida em campo, em prol da equipa.
Tudo isto para dizer que não faz qualquer sentido achar que o Sérgio chegaria a um City desta vida e ganhava facilmente 3/4 Champions seguidas.
Já no Porto o cenário é idêntico - continuando para a próxima época, estou convencido que faremos novamente uma boa campanha na Champions mas a nível interno continuaremos com as mesmas dificuldades. Ou o Sérgio tira as devidas ilações dos erros cometidos durante este ano (o que duvido imenso porque ele já deu provas de ser demasiado teimoso, agarrado às suas ideias e não estar disposto a mudar) ou vamos passar muito mal no campeonato e Taças.