Violência doméstica e familiar

WaywardPines

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11 Julho 2016
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  • Reinaldo Teles
Mary Antas disse:
@WaywardPines a escalada da violência pode parecer complicado de entender, especialmente para quem está de fora, mas lá "dentro" é diferente.

Imagina - Deus te livre - que a tua mulher começa essa escala contra ti. Tu gostas dela. A tua primeira reação vai ser a de perdoar. Porque ela não é como as outras, ela não é assim. Tu vais fazer um esforço para tentar levar as coisas pelo melhor, se for preciso até metes na cabeça que tens culpa, só para não teres de admitir o pior cenário. Quando se gosta de alguém há a tendência natural de fechar os olhos ou desvalorizar os defeitos.

E a cada pequena cedência/perdão/compreensão o monstro vai crescendo até ao ponto em que os berros já são bofetadas. Tentas reagir e aí as bofetadas transformam-se em sovas.

Queria também esclarecer que não faço da violência doméstica um flagelo que afeta exclusivamente as mulheres. Qualquer exemplo que dei no primeiro post pode ter o sexo trocado que eu concordo na mesma. Se as mulheres são ou não mais ciumentas e controladoras nas idades mais jovens é-me indiferente, não é isso que importa debater. Infelizmente já vi de tudo.

No caso concreto dos homens, acresce o problema da vergonha, que também existe nas mulheres, mas aqui num patamar diferente.

Vivemos numa sociedade em que "sensibilidade" e "homem" são conceitos que, juntos, ainda fazem confusão a muita gente. Há muit@s que são capazes de se rir de um homem que se diga vítima de violência doméstica, em vez de compreender e ajudar, provavelmente @s mesm@s que dizem que um homem não chora - 'tão mas és homem ou quê?
Fica logo com o rótulo de fraco e maricas.
Eu infelizmente já vivi esse problema bem por dentro; por isso essas notícias me deixam triste

Não consigo compreender o chegar ao extremo de matar... 
 

Mary Antas

Tribuna
20 Abril 2018
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WaywardPines disse:
Eu infelizmente já vivi esse problema bem por dentro; por isso essas notícias me deixam triste

Não consigo compreender o chegar ao extremo de matar...
Eu também não consigo entender o que pode levar alguém a violentar uma pessoa, ainda para mais alguém de que supostamente gosta. Tantos e tantos e tantos... incrível mesmo.

Problemas como alcoolismo e outro tipo de vícios ajudam a explicar parte do problema, mas não chega.
Há assim tantos loucos no meio de nós? Ou será que, lá está, os indícios já lá estavam no tempo do namoro e tu não viste ou não quiseste ver?

Ainda há muitos jovens que aceitam como normais comportamentos inaceitáveis.
 
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Reações: WaywardPines

andre_silva

Tribuna Presidencial
14 Abril 2015
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Para evitar parte destas merdas é os tribunais começarem ou continuarem de forma mais veemente a considerar que tanto as mães como os pais são capazes de cuidar doa filhos... a violência é um absurdo e injustificável mas ainda tem muito homem chantageado com os filhos... vão aguentando e depois rebentam.. não é de todo justificativo de violência mas a sociedade portuguesa e os seus tribunais devem sempre considerar que tanto a mãe como o pai têm direito aos filhos.... se não houver filhos... penso ser mais fácil... de qualquer modo... violência é sempre desnecessária
 

slowboy

Tribuna Presidencial
18 Julho 2006
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  • José Maria Pedroto
Violência doméstica deve ser tratada com dureza.

Mas a violência doméstica e familiar não é exclusiva dos homens.

Existe muito homen divorciado que não consegue ver os filhos mesmo pagando a pensão todos os meses e as mulheres viram os filhos contra os pais. Também é uma forma de violência psicológica que não se fala. Tenho 2 casos desses na minha família e eles nunca bateram em ninguém, por muitos defeitos que podem ter.
 

Mr.Ribeiro 46

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26 Julho 2016
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Não acho que a violência doméstica esteja muito mais grave agora do que já esteve.
O véu está é mais levantado que é diferente. Pode é haver alguma influência do imenso destaque que a imprensa dá para o eventual aumento que tenha havido nos últimos anos.
Quanto a soluções, para mim é mais importante definir alguns conceitos antes de mudar o que quer que seja.
Quando começa a haver violência doméstica? É no abuso verbal? É quando há uma chapada? É quando há sova?
Que tipo de atenuantes pode haver para tal crime e quanto atenuarão?
Como prevenir abusos da lei para falsas acusações?

A partir do momento em que isto estivesse definido, a pena ficaria mais severa (pena suspensa para gente que o faz pela primeira vez é piada) e haveria um maior apoio à vitima (se necessário um agente destacado para vigiar a vítima).
 

Regod

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21 Março 2015
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  • Alfredo Quintana
  • Reinaldo Teles
jaco250 disse:
Pois... Um amigo meu foi levado ao extremo... Andou anos a sofrer, a ser corneado, e no final a gaja para safar a pele teve a lata de dizer que ele é que andava a trai-lá. E não é um caso de adolescentes, tou a falar de um casal adulto com uma filha e com a restantes obrigações.

Ela cagava tanto nele que ela saia todos os fins de semana e proibia-o de sair ou de procurá-la e ele ficava em casa com a filha, ela já não tinha problemas em entrar no quarto depois da noitada e a discutir com o amante ao telemóvel.

Estou a falar de uma mulher de 40 anos...

Não é fácil.
A quantos nao acontece isto.... Mas não se fala, é taboo. As mulheres podem tudo, o homem só serve para ser acusado e para pagar a pensão.
 

PDuarte

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16 Maio 2017
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Noventa e Nove disse:
Não diria resolver. Foi viver para outro país por questões profissionais. Não estamos a falar de um "coitadinho", mas alguém com bom emprego, poder económico, por fora uma pessoa culta, boa conversadora, cativante. "Ninguém" imagina o que ele realmente é.

Já há cerca de dois anos e meio que não dá qualquer sinal, mas sei que a minha namorada continua com aquele receio, lá no fundo, que um dia pode voltar. Uma das ameaças que ele fez foi prometer-lhe que um dia, por detrás de algum arbusto, ia voar ácido à cara dela, para que mais ninguém a quisesse. E ainda teve a... não sei como adjetivar... de dizer que contrataria alguém para o fazer pois ainda a amava e não tinha coragem de o fazer pelas próprias mãos.

A sério ainda me dá náuseas só de falar disto.
Fdx... Infelizmente conheço um casal em que a mulher passou por algo parecido nas ameaças.

Que esses indivíduos encontrem aquilo que o karma lhe deveria reservar.
 

André Farinha

Tribuna Presidencial
28 Abril 2018
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>>>>> https://sicnoticias.pt/pais/2019-03-29-Cabeca-encontrada-na-praia-de-Leca-da-Palmeira-pertence-a-mulher-estrangeira?fbclid=IwAR15aueAPJiM7UQUIIwriIScphC5TWJlMAAkQKtahYVAhBjt2we6Z_0R-BQ
 

dragao da ervilha

Arquibancada
18 Janeiro 2019
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Mr.Ribeiro 46 disse:
Não acho que a violência doméstica esteja muito mais grave agora do que já esteve.
O véu está é mais levantado que é diferente. Pode é haver alguma influência do imenso destaque que a imprensa dá para o eventual aumento que tenha havido nos últimos anos.
Quanto a soluções, para mim é mais importante definir alguns conceitos antes de mudar o que quer que seja.
Quando começa a haver violência doméstica? É no abuso verbal? É quando há uma chapada? É quando há sova?
Que tipo de atenuantes pode haver para tal crime e quanto atenuarão?
Como prevenir abusos da lei para falsas acusações?

A partir do momento em que isto estivesse definido, a pena ficaria mais severa (pena suspensa para gente que o faz pela primeira vez é piada) e haveria um maior apoio à vitima (se necessário um agente destacado para vigiar a vítima).
essa afirmação é errada.

esta bem definido co CP o que é considerado violência doméstica:

"Artigo 152.º
Violência doméstica
1 - Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais:
a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge;
b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação de namoro ou uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação;
c) A progenitor de descendente comum em 1.º grau; ou
d) A pessoa particularmente indefesa, nomeadamente em razão da idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite;
é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal. "

Portanto em última análise, o que se retira daqui é que, uma simples repreensão/palmada no rabo de um pai a um filho poderia enquadrar-se neste caso, se devidamente fundamentada.

O quero com isto dizer é que não é por falta de leis que há violência doméstica (embora concorde que as molduras penais sejam talvez baixas, mas são proporcionais ás outra, nao poderiemoa equipara, por exemplo ao homicidio)

O que é preciso trabalhar são duas coisas:
1 - a questao sociológica, junto das pessoas, porque este é um problem crónico na nossa sociedade.

2- Mecanismos de defesa da justiça. De que adianta deter o agressor, para depois o soltar e ele ainda fazer pior? Ha que reforçar os meios de vigilância á distância e de protecção das vítimas URGENTEMENTE

Quanto á questão do Neto de Moura,meus amigos, todo esse circo foi feito para o afastar, única e exclusivamente . Não teve nada que ver com as decisões que tomou. O que o juiz em questão fez, não foi desculpabilizar os agressores, foi, isso sim, "apreciar a culpa", que é umadas regras a que obdece uma sentença!

os exemplos que ele usa depois, podem parecer estupidos, mas processualmente são válidos.

E acrescento ainda que as decisões dele vieram na senda das que são seguidas pela jurisprudência, uma delas foi inclusive assinada por uma mulher (que votou a favor)

Com tudo isto quero dizer que este assunto não é tao linear como possa parecer!

 

Philipp

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25 Janeiro 2015
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  • José Mourinho
Atacar este tema da violência domestica desculpando os homens dizendo que as mulheres também praticam violência domestica não é muito diferente daqueles que desculpam o racismo dizendo que os negros também o praticam contra os brancos.

A violência domestica é um dos maiores flagelos da sociedade portuguesa e isto apenas vai parar, ou atenuar, quando existirem penas condizentes com os crimes. Um homem que pratica violência contra uma mulher tem automaticamente que ficar em prisão preventiva porque a probabilidade de a assassinar se ela o rejeitar é enorme. E depois de preso é necessário que as autoridades tomem medidas duras e intransigentes para que ele esteja proibido de contactar a mulher que atacou, ou seja, eles deviam ser obrigados a usar pulseira eletrónica até ao fim da vida.

De qualquer das maneiras toda a gente sabe a quem interessa que estes assuntos continuem como tabu.