Eu infelizmente já vivi esse problema bem por dentro; por isso essas notícias me deixam tristeMary Antas disse:@WaywardPines a escalada da violência pode parecer complicado de entender, especialmente para quem está de fora, mas lá "dentro" é diferente.
Imagina - Deus te livre - que a tua mulher começa essa escala contra ti. Tu gostas dela. A tua primeira reação vai ser a de perdoar. Porque ela não é como as outras, ela não é assim. Tu vais fazer um esforço para tentar levar as coisas pelo melhor, se for preciso até metes na cabeça que tens culpa, só para não teres de admitir o pior cenário. Quando se gosta de alguém há a tendência natural de fechar os olhos ou desvalorizar os defeitos.
E a cada pequena cedência/perdão/compreensão o monstro vai crescendo até ao ponto em que os berros já são bofetadas. Tentas reagir e aí as bofetadas transformam-se em sovas.
Queria também esclarecer que não faço da violência doméstica um flagelo que afeta exclusivamente as mulheres. Qualquer exemplo que dei no primeiro post pode ter o sexo trocado que eu concordo na mesma. Se as mulheres são ou não mais ciumentas e controladoras nas idades mais jovens é-me indiferente, não é isso que importa debater. Infelizmente já vi de tudo.
No caso concreto dos homens, acresce o problema da vergonha, que também existe nas mulheres, mas aqui num patamar diferente.
Vivemos numa sociedade em que "sensibilidade" e "homem" são conceitos que, juntos, ainda fazem confusão a muita gente. Há muit@s que são capazes de se rir de um homem que se diga vítima de violência doméstica, em vez de compreender e ajudar, provavelmente @s mesm@s que dizem que um homem não chora - 'tão mas és homem ou quê?
Fica logo com o rótulo de fraco e maricas.
Não consigo compreender o chegar ao extremo de matar...