Pelo menos temos um grande predicador. O rapaz até parecia ajuizado. Está lá no fundo do poço, deram-lhe uma pá e continua a escavar. Mais isso nem é o pior.
O pior são os cantos, os livres, todas as malditas bolas paradas e corridas, defensivas e ofensivas, sem qualquer nexo profissional. O pior é julgar que o armador de jogo é o guarda-redes, numa aberração do futebol moderno, idealizado por ideólogos e idiotas, os novos metedólogos que não assistem a um único treino mas que monitorizam tudo pela App ou por um e-coiso qualquer. Ensinar o Galeno a dominar uma bola, a cruzar uma bolinha com o pé esquerdo é que não interessa para nada, desde que o rapaz corra como um desalmado.
Precisamente, foi a aposta nestes corredores incansáveis, os Maregas e os Zé Luíses, tão apreciados pela anterior equipa técnica - da qual, relembre-se, fazia parte VB -, foi esta tendência do correbol que foi aniquilando o nível exigido ao NGC. Vieram tantos tipos encorpados (nomeiem-nos vocês) e nem deram conta dos Potes que andam para aí à mão de semear, muito franzinos, como eram o Fábio e o Vieirinha até o SC, muito contrariado, se ter rendido às evidências.
Meus amigos. Que se fodam os mapas de calor e o registo dos sprints. Nós queremos é futebol. Rapazes vitaminados, com certeza, mas que saibam como a bola pincha, que façam coxinhas e reviengas sem medo, que cruzem e rematem sem pavor, que façam macetes no baralho e que tenham um pingo de astúcia, que se atirem para o chão e saiam de maca, com o polegar no ar. Que saudades, Paulinho!
É desta liderança que precisamos. É desta gente que o NGC precisa. Não de profissionais mecanizados e padronizados pelos métodos e pelos discursos decalcados de duvidosos compêndios de coaching, ou lá como isso se chama.
Resumindo: joguem futebol, feio, se tiver de ser, mas joguem a puta da bola, sem contemplações bovinas. Sem complexos, crl!