Portugal e Espanha encontram-se à meia-noite deste sábado - 20h no Chile - para decidirem o novo Campeão Mundial feminino.
É o título que vai escapando à galeria do Hóquei em Patins nacional. No feminino a competição é maior, mas o Mundial de Iquique vai ter uma final já com pergaminhos na modalidade, com um duelo ibérico.
A 13ª edição do Mundial no feminino começou de forma aziaga para Portugal, mas de onde poderão ser retiradas valiosas lições agora para a decisão. No arranque do grupo B, a selecção orientada por Carlos Pires foi derrotada pela Espanha, campeã europeia, por uns 0-4 que impuseram respeito. Mas, perdendo o jogo, as portuguesas não perderam o rumo. Venceram a África do Sul por 14-0 e, no fecho da fase de grupos, a França por 1-3, garantindo o lugar nos quartos-de-final, objectivo primeiro num grupo complicado.
A eliminar, Portugal passeou classe na primeira parte do jogo dos quartos-de-final. A vantagem de 0-4 ao intervalo sobre uma Alemanha, que é poderosa no feminino, deslumbrou a Selecção Nacional, que quase tinha um dissabor. As germânicas conseguiram chegar à igualdade a quatro e levaram o jogo para prolongamento. Depois de uma primeira parte sem golos, Marlene Sousa tirou um golaço de ouro da cartola e colocou Portugal nas "meias"
Esta sexta-feira, a selecção portuguesa voltou a encontrar a França. As francesas tinham eliminado o Chile, selecção anfitriã que apostava muito neste Mundial, e surgiam moralizadas. Mas o dominio português foi total. O desvantagem mínima ao intervalo era lisonjioso para as gaulesas, que praticamente só viram Portugal jogar. E na segunda parte, a abrir logo com o segundo tento luso por Renata Balonas, o dominio das pupilas de Carlos Pires foi ainda mais evidente, culminando no 0-5 final.
A ADVERSÁRIA
A Espanha venceu o grupo B, de Portugal, de forma clara, com três vitórias. 0-4 a Portugal, 2-7 com a França e 11-0 à África do Sul colocaram as campeãs de 1994, 1996, 2000 e 2008 em confronto com a Itália nos quartos. Nova vitória sem margens para dúvidas (0-4) lançaram a selecção de Alejandro Dominguez para uma muito aguardada meia-final com a Argentina.
As argentinas passearam no Mundial de 2014, em França, "atropelando" também a selecção espanhola pelo caminho. Mas desta vez a história foi diferente. Numa partida muito equilibrada, as argentinas adiantaram-se no marcador mas um golo de Anna Casarramona levou o jogo para prolongamento. Já na segunda parte do tempo extra, Natasha Lee concretizou o apuramento para a final, evitando a lotaria das grandes penalidades.
AS FINALISTAS
À meia-noite de Portugal, as selecções ibéricas perfilar-se-ão para o jogo que decide o título Mundial. Carlos Pires conta com as guarda-redes Cláudia Vicente e Maria Celeste Vieira e as jogadoras de pista Ana Catarina Ferreira, Beatriz Figueredo, Inês Vicente, Marlene Sousa, Renata Balonas, Marta Vieira, Sofia Silva e Rute Lopes. Desde o outro banco, Alejandro Dominguez terá às suas ordens as guarda-redes Laura Vicente e Teresa Bernadas e as jogadoras de pista Natasha Lee, Laura Puigdueta, Berta Tarrida, Anna Casarramona, Marta Gonzales, Maria Diez, Berta Busquets e Sara Gonzales.
Pelo resultado do embate na partida de estreia das duas selecções no arranque deste Mundial, pela história - Portugal nunca foi campeão do Mundo - e pelo currículo nas competições europeias de clubes, dominadas pelas espanholas, a selecção do país vizinho parte com algum favoritismo na reedição da final do último campeonato da Europa. Mas a selecção portuguesa vai à luta por um lugar na história, que se escreve todos os dias.
A grande final do Campeonato do Mundo pode ser acompanhada em directo, por streaming, na FIRS TV.