Grande Mundial, muito acima das expectativas.
Após os anos em andávamos no Grupo C, junto com alguns países, como por exemplo a França, altura em que os Países de Leste não davam hipóteses a ninguém e os únicos que aspiravam a contrariar este domínio eram os escandinavos.
A federação nacional da altura começou um programa de base logo a partir do desporto escolar.
Mais ou menos ao mesmo tempo, aterra em Portugal Aleksander Donner.
Paralelamente, ocorrem duas (r)evoluções.
Nos seniores, primeiro e no ABC, Aleksander Donner provoca uma (r)evolução no campeonato nacional de seniores.
A evolução da formação ao nível das selecções nacionais continua, paralelamente, a sua (r)evolução.
Estas linhas paralelas cruzaram-se e geraram a Página de Ouro do andebol nacional.
Campeões Europeus Jovens em 1994, ABC a alguns pormenores de ganhar a Liga dos Campeões nesse mesmo ano, etc.
Afinal, era uma bolha que terminou com a organização do Campeonato do Mundo Sénior no nosso País em 2003.
Muito bom trabalho a partir de certo ponto, as estruturas de base provaram ser fracas.
Lógico que a bolha não rebentou de um dia para outro e ainda beneficiamos desse trabalho por mais uns anos até se extinguir.
Grandes resultados nas selecções jovens, jogadores que evoluíram muito, mas pouquíssimos atingiram patamares internacionais ao nível de clubes.
Eis que surge o Campeonato Europeu de sub-20 de 2010.
Nova Geração de Ouro (Gilberto Duarte, João Ferraz e Rui Silva apenas com 17 anos à cabeça, mas ainda composta com Pedro Portela, António Areia, Hugo Rosário, Ricardo Pesqueira , nosso à altura, agora o grande bronco que é, Pedro Seabra Marques e Belone Moreira.
Resultado: Vice-campeões da Europa frente a uma Dinamarca com uma grande geração também (entre eles o Homem-Golo Magnus Bramming).
Ganharam o direito ao Campeonato do Mundo sub-21, onde tiveram uma prestação bem abaixo do que se esperava após a prestação no Europeu.
Muito longe da nossa Medalha de Bronze de 1995.
Só agora estivemos perto de ultrapassar este feito, temos ainda a hipótese de o igualar hoje ao início da tarde.
Quanto à geração de 1990, quase todos evoluíram muito bem, são regulares da actual selecção nacional sénior, alguns titulares indiscutíveis, alguns a jogar no estrangeiro, também em gigantes europeus, quase todos a jogar a alto nível europeu ao nível de clubes.
Esta geração parece não ter um número tão elevado do mesmo potencial, mas os que têm podem até vir a superar os de 1990, desde que a evolução seguinte seja a mais correcta.
Quanto ao jogo, perdemos um pouco por isso mesmo.
A Croácia tem um número maior de valores individuais de top.
Os nossos melhores jogadores acabaram o jogo arrasados após este longo trajecto do Mundial após uma longa e competitiva época.
Hoje, por exemplo, Luís Frade jogou os 60 minutos todos, Jenilson Monteiro 58:40, Leonel Fernandes 57:43, Diogo Silva 54:38, André Gomes, a ser defendido muitas vezes por 3 no ataque, a defender os panzers, durante 47:28.
O GR Diogo Valério jogou 57:10, mas a posição é específica.
Só para se ter a noção da pouca profundidade do banco, a Croácia só teve 2 jogadores a jogar mais de 50 minutos (o GR Ivan Ere e o PD Fran Mileta, só não jogaram 2 jogadores, dos nosso 4 não tiram o fato de treino).
O terceiro mais utilizado no jogo e MVP do jogo (Ivan Martinovi?), só jogou 46:34, o quarto só jogou 38:03.
Nossos melhores jogadores hoje:
1) Diogo Silva, 9 golos em 11 remates (um dos falhados foi nos minutos finais, em fase de desespero para rematar depressa para evitar a derrota).
Muitas assistências a libertar Jenilson Monteiro, situações 1x0, em que o PD não mereceu, muitas vezes, a qualidade da assistência.
5 golos dos nossos 9 na primeira parte.
Foi quem impediu que o jogo ficasse logo decidido na primeira parte e deu alguma esperança para a segunda parte (resultado ao intervalo 9-12).
Menos decisivo na segunda parte, ainda marcou mais 4 golos.
Claramente o nosso MVP.
Este desempenho tão bom nas selecções jovens parece ainda não ter paralelo ao nível das competições nacionais.
Daí, se calhar, este empréstimo para o RK Celje.
Se souber evoluir, temos um bombardeiro LE para uns bons anos até que um tubarão o saque.
2) Leonel Fernandes.
Primeira parte, um remate, não marcou.
Aos 39 minutos, com 15-17, decide abrir o livro.
Marca 3 golos seguidos, o resultado vira para 18-17, com um timeout croata pelo meio.
Mais 3 golos até ao final, não permite mais nenhuma defesa ao grande GR Ivan Ere, tanto que o treinador croata acabou por o substituir perto do fim.
Total: 6 golos em sete remates, todos diferentes (os dos golos), com um muito mauzinho com uma rosca pelo meio das pernas do GR.
Trouxe a selecção para a discussão do jogo uma vez, impediu por mais uma vez que o jogo terminasse logo ali.
A jogar assim (surpreendeu-me pela positiva, teve grande evolução com o Magnus, mas nunca o vi a jogar a este nível tão top), Branquinho, põe-te atento.
3) Diogo Valério
Nem de perto, nem de longe, tão decisivo como no jogo contra a campeã europeia Eslovénia.
A defesa também não ajudou, sobretudo a jogar 3-3, pois foi muito permeável ao jogo individual dos croatas.
Mesmo assim, meia dúzia de grandes defesas.
4) Luís Frade, ao seu nível habitual, grande, enorme pivô (de péssimas escolhas profissionais, mas
).
Não foi melhor porque faltou um substituto, para descansar e porque foi fácil para a defesa croata fixar-se em o defender fosse a que custo fosse.
5) André Gomes, muito igual ao que já disse sobre o Luís Frade, menor desempenho pela posição que ocupa e pelo peso menor que tem.
Massacrado pela defesa, inclusivamente no ar, tanto que ocasionou um vermelho para um croata, que, afinal foi convertido em azul, mas que era vermelho, era.
Na defesa, no nosso lado esquerdo, era o único para se opor aos panzers (Leonel tinha a missão de defender um PD de eleição - Fran Mileta -, faltou-lhe ali um Miguel Martins e, no centro, um Aléxis a ajudar o Frade).
Desilusão:
Jenilson Monteiro:
2 golos em 5 situações 1x0.
Grandes assistências do Diogo Silva, a maior parte delas desperdiçadas por teimar em querer fazer bonitos.
Marcou das 2 vezes em que rematou de uma forma simples.
Grandes desilusões:
Gonçalo Vieira:
Grande potencial.
Enorme época pelo Águas Santas, jogo gigantesco contra nós na final da Taça de Portugal.
Péssima escolha para mudança de clube esta época (ainda podia ser pior, mas
).
Jogo muito fraco em que só atacou.
Como se já não bastasse, entrou em jogo fora da zona permitida, no final do jogo.
Já poucas esperanças havia, mas com a exclusão provocada por este erro, acabou com todas.
Rúben Ribeiro:
Nunca foi muito forte fisicamente, mas só jogou à defesa (por troca com Gonçalo Vieira).
Demasiado permeável como primeiro defesa na táctica da defesa avançada.
Se não disparar em mais este empréstimo ao Avanca, está na hora de cortar os laços.
Quanto aos restantes, pouco há a falar, pois pouco jogaram e o que jogaram foi completamente irrelevante.