Tinhas escrito isto "O melhor exemplo é o caso do Samuel Portugal ou da necessidade de um terceiro guarda-redes.", portanto, pensei que estivesses a questionar a necessidade de um terceiro GR, se não o fizeste tudo bem, foi erro de interpretação da minha parte.
Se olhares para a lista, o 3º GR é normalmente fraco, isso é óbvio e natural, mas se olhares para o conjunto dos GR, já tivemos um conjunto de 3 GR bastante mais caros que os atuais, por diversas vezes, inclusive se voltarmos ainda mais atrás no tempo.
O treinador é envolvido, porque o SC tem um poder bem visível em toda a política desportiva! E demonstra-a, publicamente, muito bem... demonstra-a quando refere os valores de vendas de jogadores, demonstra-a quando defende que os jogadores devem ficar até ao final do contrato e demonstra-a quando se refere a contratações e saídas, sejam vendas ou dispensas... óbvio, que se o tem, é porque, quem manda, permite que tenha (e exerça...) esse poder...
Aliás, na minha opinião, esta "dispersão" só prejudica o SC! O SC é um excelente treinador (como tem provado ao longo dos anos, com equipas, sempre, competitivas), que não tinha qualquer necessidade de "puxar os galões" de forma recorrente! Esses excessos no marketing pessoal, acabam por fazer transparecer, muitas vezes, esse poder que ele tem e exerce, efectivamente!
Continuo é sem perceber o porquê do envolvimento do treinador nesta questão, até porque nos últimos dias já tivemos vários artigos escritos em vários meios de comunicação dando conta de que o Samuel Portugal não foi nunca opção de Sérgio Conceição.
A questão "Porquê Samuel Portugal?" e a questão "Porquê tão caro Samuel Portugal?" são questões que devem ser colocadas a Pinto da Costa e não ao treinador.
É precisamente pelo facto do Samuel Portugal ter 0 minutos que não vejo porque é que o treinador se teria importado se a opção de contratar um GR tivesse sido significativamente mais barata.
A não ser que consideremos, quando confrontado entre ter Samuel Portugal ou não ter 3º GR, uma opção do Sérgio Conceição, e aí levaria para a questão do envolvimento do Sérgio Conceição para a má fé.
Eu nunca estive presente nas reuniões entre o SC e PdC! Não faço ideia o que um quer e o que outro inventa! Ambos têm uma interpretação muito lata da verdade e um marketing pessoal algo exacerbado! Ainda bem que, supostamente, se dão bem; na realidade, se assim não fosse, a corda já tinha partido há muito... dito isto, eu não posso saber com 100% de certeza se este foi contratado pelo treinador e aquele foi contratado pela SAD! Mas, posso interpretar... quando, o FCP contrata um rapaz chamado Waris, eu presumo que tenha sido uma indicação do SC que foi aceite... quando o FCP contrata um rapaz chamado Carraça, eu presumo que tenha sido uma decisão da SAD, que foi aceite pelo SC...
Voltando ao tema, a questão do jogador, em si, é irrelevante! Bem como a sua proveniência, pelo menos, para a análise que pretendi colocar em cima da mesa!
A questão passa pela necessidade de ir ao mercado (e pagar por uma transferência) por um jogador que, previsivelmente (o que até veio a confirmar-se), faria menos de 200 minutos pelo FCP!
Ou seja, o treinador queria um 3º guarda-redes com um padrão mínimo de qualidade (lá está, para ter o Meixedo, certamente, ficaria quieto)! Poderia ter sido mais barato ou poderia ter sido mais caro e "empurrado" o Cláudio Ramos para 3º guarda-redes! O problema continuava o mesmo: investir para 100 ou 200 minutos! Um jogador que custa dinheiro para fazer 100 ou 200 minutos (muitas vezes, irrelevantes...) na sua carreira no FCP é caríssimo! Sobretudo, numa equipa que tem/tinha debilidades evidentes em posições chave da equipa! Resumindo, o SC não faz contas, nem tem de as fazer; o SC tem de perceber que se gasto x no terceiro/segundo guarda-redes, naturalmente, para preencher a posição Y, eu vou ter menos x... cabe-lhe perceber, e aí deveria ter a ajuda do clube (gestão interdisciplinar...), se esse x seria materialmente relevante para aumentar a capacidade financeira do clube no preenchimento da posição Y...