Sérgio Conceição faz parte da solução e não do problema. Por sua vez, Pinto da Costa e direcção fazem parte do problema e não da solução.
O nosso treinador tem feito um trabalho absolutamente fantástico com a matéria prima que lhe deram, num campeonato conspurcado como este e sob uma direcção, que, a meu ver, é inexistente.
Estamos a falar de uma época em que não se contratou ninguém no Verão, a não ser um guarda redes, que ninguém sabe o que veio para cá fazer. Deram-lhe reforços em Janeiro, mas, na minha opinião, nenhum deles se afigura como mais valias para uma equipa que quer ser campeã. Note-se bem nisto: Estamos a falar de uma equipa que foi feita à base dos remendos da época passada e com o regresso de emprestados (!!!!!).
Mesmo assim, vejamos os seguintes factos:
- Criou uma equipa unida.
- Pôs a equipa a jogar futebol na maioria dos jogos da época e com um ataque avassalador.
- Cumpriu os serviços mínimos na Liga dos Campeões.
- Colocou jogadores em que os adeptos não davam nada a figurarem como peças fulcrais da equipa (Marega, Herrera, Sérgio Oliveira, etc).
- Estamos nas meias finais da Taça de Portugal.
- Só dependemos de nós para ganhar o campeonato, campeonato esse, em que estivemos na liderança na maior parte das jornadas.
E tudo isto, repito com o pior plantel dos últimos anos, num campeonato minado e num clube que é dirigido por uma direcção caquética.
Esta equipa não tem a qualidade suficiente para conquistar o campeonato. E isso adensa-se mais quando somos invadidos por uma onda de lesões, como aquelas que temos tido nos últimos meses. Não há milagres.
Custa virar um jogo de forma categórica tal como fizemos contra o Estoril, ganhar ao Sporting, acreditando, por consequência, que o pior já passou e que a vantagem confortável de cinco pontos nos deixa à beira do campeonato para num espaço de três jogos deitar tudo a perder. Sim, custa. Mas, para mim, a culpa não é nem do treinador, em do jogador X, nem do jogador Y, a culpa é da mentalidade perdedora que se instalou neste clube. O Porto já não é o Porto. Já não é aquele clube que aguentava a pressão e não vacilava nos momentos decisivos. E a génese de tudo isto e uma direcção apática, incapaz de zelar pelos interesses dos clube, de lutar contra o lixo tóxico que é o futebol português, direcção essa, comandada por Pinto da Costa, que pese embora a gratidão que todos lhe tenhamos, a verdade é que é apenas uma figura de corpo presente e nada mais do que isso.
Se não vencermos este campeonato, então a seca de títulos em que vivemos irá prolongar-se por muitos e bons anos. O pouco que se aproveita deste plantel vai embora. Sérgio Conceição não vai querer queimar-se num clube sem rumo, com uma equipa cada vez mais desfalcada e num campeonato viciado. O resultado será o Porto a ficar igual ao Porto que era quando Pinto da Costa o encontrou.
Posto isto, eu acredito no campeonato. Em todos os outros campeonatos que perdemos, nos momentos em que estivemos atrás eu não acreditei. Não acreditei que Paulo Fonseca desse a volta, nem em Lopetegui, nem em Peseiro, nem com NES. Com Sérgio Conceição acredito, porque, para mim, é o melhor treinador que o Porto tem desde André Villas Boas. Este campeonato é nosso por direito, temos sido a melhor equipa, só não estamos isoladíssimos graças aos padres e, além disso, é uma vergonha histórica uma equipa que perdeu os seis jogos na Liga dos Campeões sagrar-se pentacampeã.
Agora, para isso, é preciso ser Porto. É preciso ter a consciência de este campeonato é importantíssimo para o futuro a longo prazo do clube. Somos o único clube que foi pentacampeão em Portugal e tem de continuar a ser assim.
É imperativo ganhar na Luz. Fazer as figuras de urso que fizemos no ano passado não vale a pena. Empatar é igual a perder. Não vale a pena estar à espera dos lagartos. Sim, porque este carnide sedento do penta vai engolir os lagartos em pleno WC.
Para terminar, aconteça o que acontecer, estou do lado de Sérgio Conceição. Ele é a minha única esperança na salvação do Porto.