Isto vai ser longo
Comecemos pela primeira época. Esse título devia ter escrito Francisco J. Marques e Rui Pinto no troféu. Uns dias depois da época terminar começaram-me a chegar relatos que o ambiente entre jogadores e treinador era "de cortar à faca". Contudo estávamos numa luta contra o polvo e essa luta, personificada no Gonçalo Paciência a bater no polvo na festa do título mostra, ajudou a manter a equipa unida, apesar de tudo o resto.
A segunda época começa a ser mal preparada no mercado de inverno da primeira, quando comprometemos vários milhões de euros em cláusulas de opção obrigatórias (Paulinho e Waris à cabeça) e o resto das contratações foi de tal forma ridículo que o Sérgio teve que vir a público ter uma posição de força para conseguir ter um plantel para apresentar. Nas vendas as coisas não foram melhores, com a venda dos dois defesas direitos do plantel (Maxi já não contava verdadeiramente) sendo que uma resulta de incompetência e a outra é quase criminosa dado o valor pelo qual ele saiu e ainda por cima parte do passe foi oferecido a um empresário por serviços prestados ao clube. Sobre o caso Dalot, de destacar ainda que ainda antes do jogo com as toupeiras da época anterior já eu sabia da sua saída no final da época. Se eu sabia, a direcção também o sabia de certeza, pelo que a venda do Ricardo se torna ainda mais incompreensível. A época até começa bem e chegamos a Janeiro com o campeonato praticamente ganho e conseguimos queimar toda uma vantagem com erros infantis e casos atrás de casos (Danilo, Sérgio Oliveira, Oliver). Quando chegamos ao jogo do título com as toupeiras era claro que só uma equipa queria ganhar. E aí dá-se um momento triste no nosso clube, perder um título, não porque fossemos piores, não por falta de sorte, mas porque as toupeiras quiseram mais do que nós. É verdade que com arbitragens isentas teríamos sido campeões há mesma dado que as toupeiras têm 15 pontos nas últimas 5 deslocações graças a roubos de Igreja. Ainda assim, deveria ter havido uma reflexão interna para perceber o que estava a acontecer dado que também houve culpas próprias no que tinha acabado de acontecer.
Esta época o Sérgio recebe mais poderes do que qualquer outro treinador não chamado Pedroto teve. Jogadores foram despachados, comentadores e programas no Porto Canal alterados e ao invés de contratar jovens jogadores para crescer e valorizar, contratamos jogadores feitos para chegar e pegar de estaca. É verdade que alguns chegaram mais tarde devido a situações caricatas nas suas contratações como ter mais do que um agente a negociar a contratação do mesmo jogador, mas isso não justifica que a época tenha começado logo com um caso Danilo que foi lidado com a mesma subtileza que com que um bêbado tenta convencer a mulher que não chegou a casa bêbado. Foi no mínimo deprimente ver o FJM a tentar convencer as pessoas que não existiu caso Danilo nenhum para 24 horas depois ter que vir dizer que afinal existiu mas não era assim tão grave. Foi de tal forma grave que fomos eliminados da Champions pelo Krasnodar, custando ao clube 80M de euros, e nunca mais o Danilo fez um bom jogo pelo Porto. Conseguimos igualmente a proeza de perder o primeiro jogo do campeonato contra uma equipa que teve que contratar um plantel inteiro e não fazia um jogo profissional à duas épocas. Uma vitória contra as toupeiras permitiu mascarar as coisas, mas as constantes más exibições e as derrotas na Liga Europa não transmitiam confiança a ninguém. Eis que surge o Cindygate e se as coisas já não eram famosas até aí, a verdade é que nunca mais os jogadores envolvidos no caso tiveram o mesmo rendimento e representam um elevado esforço de investimento. E se aqui não culpo o Sérgio, a partir do momento em que Alex Telles e Corona recusam ir devido aos compromissos profissionais ele não tem outra opção que não seja encostar os jogadores, a SAD parece não ter ficado isenta de culpas nesta situação. As coisas têm piorado desde então com cada vez piores exibições e cada vez mais descontentamento.
Queixa-se o Sérgio que não há união dentro do clube. Verdade, mas ele é muito responsável pela desunião que existe. A meu ver já não devia ter começado esta época. Contudo, qualquer treinador que o substitua terá não só que defrontar os adversários, como também os interesses pessoais que estão a minar o clube e que irão continuar enquanto a presente direcção continua!