Política Nacional

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Não precisa? Precisa de quantos membros nos conselhos de administração? De quantas chefias intermédias na hierarquia da empresa? De quantos trabalhadores?

Luxos? Não creio. Não tenho por hábito olhar para o estado e pensar que tudo é gordura e tudo deve ser cortado. Se não houver recursos suficientes para a actual estrutura, há que reformulá-la ou aumentar os recursos de base. Mas condições actuais, previstas na lei, não foram determinadas por vereador x ou y, sendo elas universais para todos os agentes que ocupam cargos políticos. Redistribuir recursos camarários por vereadores com e sem pelouro? Não sei, não conheço a realidade específica. Sei que intervir nas múltiplas áreas de um município não é o mesmo que gerir uma empresa, que actua num segmento específico. Para questões de natureza jurídica, económica, social, de habitação, cultura, saúde, juventude, idosos, ... é necessário conhecimento, que não se concentra numa única pessoa. Tendo determinada quantia para gastar, o político deve aplicá-la conforme melhor lhe parecer, apresentando resultados.
Os conselhos de administração fazem o mesmo que um simples acessor ? Chefias são o mesmo que acessores ou assistentes ?... Para alguma razão existem vereadores para assistir as funções do presidente da CM. Nunca ouvi falar de um administrador com 9 secretárias em part time, talvez porque uma empresa com esta organização não dure muito tempo.

Será que não há recursos suficientes ou esses recursos não estão a ser devidamente alocados para se obter um maior rendimento desses serviços públicos?
 

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Esmoriz
Já que falamos em CEOs e empresas deixei-me que vos diga que já trabalhei numa empresa em que um político bem conhecido de todos com um cargo governativo na altura, cobrava 10 mil euros por mês por serviços de consultadoria, que no fundo não passavam de exercer a sua influência com potenciais clientes e respectivos contactos. Não digo o nome do gajo porque apesar do cargo ser público, a remuneração foi divulgada num leak interno.
 
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Os conselhos de administração fazem o mesmo que um simples acessor ? Chefias são o mesmo que acessores ou assistentes ?... Para alguma razão existem vereadores para assistir as funções do presidente da CM. Nunca ouvi falar de um administrador com 9 secretárias em part time, talvez porque uma empresa com esta organização não dure muito tempo.

Será que não há recursos suficientes ou esses recursos não estão a ser devidamente alocados para se obter um maior rendimento desses serviços públicos?
Percebo a tua preocupação mas no caso do Livre apenas uma daquelas 9 pessoas seria secretária. As outras 8 seriam o equivalentes a SMEs, subject matter experts (não small and medium-sized enterprises).
 

J | [Ka!s3r^].

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Os conselhos de administração fazem o mesmo que um simples acessor ? Chefias são o mesmo que acessores ou assistentes ?... Para alguma razão existem vereadores para assistir as funções do presidente da CM. Nunca ouvi falar de um administrador com 9 secretárias em part time, talvez porque uma empresa com esta organização não dure muito tempo.

Será que não há recursos suficientes ou esses recursos não estão a ser devidamente alocados para se obter um maior rendimento desses serviços públicos?
Nem o vereador sem pelouro dispõe de outros meios que não os seus assessores, que formam a sua equipa de trabalho. Tal como os CEO têm equipas e vastos grupos, por vezes com milhares de pessoas, com quem trabalham directa ou indirectamente e cujos papéis possibilitam a actuação do CEO e o sucesso da empresa (quer se trate de um trabalhador de base ou de um vice-presidente); também um vereador tem uma equipa. Parece-me irrelevante o cargo e a função, se são membros do conselho administrativo, meros trabalhadores, assessores... todos concorrem para o mesmo fim e integram a mesma organização. E diria que é também irrelevante se a equipa é formada por nove ou quatro elementos, dado que o custo previsto é o mesmo. Certamente não serei eu a determinar o modo como cada vereador deve despender o seu orçamento e formular a sua equipa. Porque é isso o que importa, que a formação da equipa de apoio seja feita dentro da lei municipal e do orçamento previsto. Se a lei prevê o desdobramento da equipa de apoio, porque havemos de forçar o vereador a uma determinada configuração? Não se trata de uma decisão que lhe cabe? O vereador dispõe de três cargos de assessor e um de administrativo, que podem podem ocupados por mais pessoas, desde que cumprindo a dotação orçamental. ... estamos a discutir o quê afinal? A despesa certamente não será, pois cumpre-se o orçamento previsto. Pretende-se impor um determinado modelo de organização ao agente político quanto à sua própria equipa?... Pessoalmente, creio que cada um de nós deve trabalhar com a maior autonomia possível.

Rui Tavares contratou oito assessores para o gabinete do Livre na Câmara de Lisboa? - Polígrafo (sapo.pt)
 
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Ginjeet

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um vereador sem pelouro tem direito a três assessores e a um funcionário administrativo, porque, ao contrário dos vereadores com pelouro não têm os serviços da CML ao seu dispor. É permitido o desdobramento de assessores desde que o valor total não ultrapasse os limites remuneratórios. No caso, desde que a soma dos 9 não ultrapasse os o valor atribuído aos 4 a tempo inteiro.
Não fazia a mínima ideia que vereadores sem pelouros tinham um orçamento próprio.
Sabes qual é o valor por vereador?
 

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Nem o vereador sem pelouro dispõe de outros meios que não os seus assessores, que formam a sua equipa de trabalho. Tal como os CEO têm equipas e vastos grupos, por vezes com milhares de pessoas, com quem trabalham directa ou indirectamente e cujos papéis possibilitam a actuação do CEO e o sucesso da empresa (quer se trate de um trabalhador de base ou de um vice-presidente); também um vereador tem uma equipa. Parece-me irrelevante o cargo e a função, se são membros do conselho administrativo, meros trabalhadores, assessores... todos concorrem para o mesmo fim e integram a mesma organização. E diria que é também irrelevante se a equipa é formada por nove ou quatro elementos, dado que o custo previsto é o mesmo. Certamente não serei eu a determinar o modo como cada vereador deve despender o seu orçamento e formular a sua equipa. Porque é isso o que importa, que a formação da equipa de apoio seja feita dentro da lei municipal e do orçamento previsto. Se a lei prevê o desdobramento da equipa de apoio, porque havemos de forçar o vereador a uma determinada configuração? Não se trata de uma decisão que lhe cabe? O vereador dispõe de três cargos de assessor e um de administrativo, que podem podem ocupados por mais pessoas, desde que cumprindo a dotação orçamental. ... estamos a discutir o quê afinal? A despesa certamente não será, pois cumpre-se o orçamento previsto. Pretende-se impor um determinado modelo de organização ao agente político quanto à sua própria equipa?... Pessoalmente, creio que cada um de nós deve trabalhar com a maior autonomia possível.

Rui Tavares contratou oito assessores para o gabinete do Livre na Câmara de Lisboa? - Polígrafo (sapo.pt)
A tua premissa cai logo por terra quando dás a mesma responsabilidade directiva de um vereador a um CEO. Eu trouxe o exemplo deles porque quem assiste às suas funções não são as suas chefias mas sim os assistentes directos do seu gabinete que, pasme-se, muito raramente são mais do que 1. É preciso ir às empresas da fortune500 para encontrar outra orgânica mais extensa neste aspecto, mas duvido que a maior câmara de Portugal se compare a qualquer uma dessas empresas.

E também porque um vereador tem um pelouro específico, não precisa da extensão de conhecimento que um director geral precisa, como por exemplo os Presidentes de CM, esses sim comparáveis a um CEO de empresa. Se por exemplo um vereador com pasta do ambiente precisa de opiniões/pareceres da área urbanística, pode consultar directamente o seu congénere, não precisa de alguém dedicado a isso no seu gabinete.

A mim ninguém me convence do contrário, é esta (des)organização da nossa função pública que nos impede dar um passo importante no controlo do gasto público e consequentemente nas contas do país. E reconheço que este é um problema transversal a todo o país, sejam municípios de PCP ou CDS. Não podemos normalizar este tipo de prática.
 

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Não fazia a mínima ideia que vereadores sem pelouros tinham um orçamento próprio.
Sabes qual é o valor por vereador?
depende da câmara. Em Lisboa um vereador sem pelouro tem direito a 3 acessores a tempo inteiro, mais um funcionário administrativo. O valor por assessor corresponde a cerca de 45 mil euros de remuneração base anual. Pode ter mais assessores em regime de part time, desde que o valor da soma de todos não ultrapasse o tecto do orçamentado com assessores a tempo inteiro.
 

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A tua premissa cai logo por terra quando dás a mesma responsabilidade directiva de um vereador a um CEO. Eu trouxe o exemplo deles porque quem assiste às suas funções não são as suas chefias mas sim os assistentes directos do seu gabinete que, pasme-se, muito raramente são mais do que 1. É preciso ir às empresas da fortune500 para encontrar outra orgânica mais extensa neste aspecto, mas duvido que a maior câmara de Portugal se compare a qualquer uma dessas empresas.

E também porque um vereador tem um pelouro específico, não precisa da extensão de conhecimento que um director geral precisa, como por exemplo os Presidentes de CM, esses sim comparáveis a um CEO de empresa. Se por exemplo um vereador com pasta do ambiente precisa de opiniões/pareceres da área urbanística, pode consultar directamente o seu congénere, não precisa de alguém dedicado a isso no seu gabinete.

A mim ninguém me convence do contrário, é esta (des)organização da nossa função pública que nos impede dar um passo importante no controlo do gasto público e consequentemente nas contas do país. E reconheço que este é um problema transversal a todo o país, sejam municípios de PCP ou CDS. Não podemos normalizar este tipo de prática.
e se for um vereador da oposição sem qualquer pasta? Imagina, o Rui Tavares tem uma dúvida sobre a legalidade de uma proposta do vereador do urbanismo, vai esclarecer essa duvida legal com quem? Ou, por exemplo, quer fazer uma proposta sobre a mobilidade na cidade de Lisboa e não têm competências técnicas para a fazer. Vai-se aconselhar com quem? Põe-lhe um orçamento de 800 páginas em cima, feito por vários assessores da CML e tem que analisar aquilo tudo sozinho, acumulando competências políticas, com conhecimentos jurídicos, financeiros e estratégicos nas diversas áreas?
 
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depende da câmara. Em Lisboa um vereador sem pelouro tem direito a 3 acessores a tempo inteiro, mais um funcionário administrativo. O valor por assessor corresponde a cerca de 45 mil euros de remuneração base anual. Pode ter mais assessores em regime de part time, desde que o valor da soma de todos não ultrapasse o tecto do orçamentado com assessores a tempo inteiro.
Portanto, cerca de 150 mil euros cada.
Lisboa tem 10 vereadores sem pelouros, portanto 1 milhão e meio de euros.

308 municípios. Dá-me uma dor de alma.
 

J | [Ka!s3r^].

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A tua premissa cai logo por terra quando dás a mesma responsabilidade directiva de um vereador a um CEO. Eu trouxe o exemplo deles porque quem assiste às suas funções não são as suas chefias mas sim os assistentes directos do seu gabinete que, pasme-se, muito raramente são mais do que 1. É preciso ir às empresas da fortune500 para encontrar outra orgânica mais extensa neste aspecto, mas duvido que a maior câmara de Portugal se compare a qualquer uma dessas empresas.

E também porque um vereador tem um pelouro específico, não precisa da extensão de conhecimento que um director geral precisa, como por exemplo os Presidentes de CM, esses sim comparáveis a um CEO de empresa. Se por exemplo um vereador com pasta do ambiente precisa de opiniões/pareceres da área urbanística, pode consultar directamente o seu congénere, não precisa de alguém dedicado a isso no seu gabinete.

A mim ninguém me convence do contrário, é esta (des)organização da nossa função pública que nos impede dar um passo importante no controlo do gasto público e consequentemente nas contas do país. E reconheço que este é um problema transversal a todo o país, sejam municípios de PCP ou CDS. Não podemos normalizar este tipo de prática.
A ilustração serve perfeitamente, incluindo a indiscriminação de títulos formais. Numa grande empresa, ou média, ou pequena, ou micro... há, essencialmente, uma equipa, um conjunto de pessoas que trabalha com um fim partilhado. O CEO conta com todos, independentemente do cargo, função, estatuto, ... das pessoas que compõem o todo. Nas suas diferentes áreas, todos se constituem como recursos à disposição do CEO e da empresa. O mesmo serve para uma vereação, que precisa de especialistas em diferentes áreas. Há um vereador que tem a possibilidade de ter três assessores e um funcionário administrativo para auxiliar a sua acção. É assim que as coisas devem ser vistas. Parece assim tanto? A lei assegura que estes três cargos de apoio possam ser repartidos por mais do que três pessoas, desde que o vereador não ultrapasse o orçamento que lhe foi atribuído. O vereador, conforme o seu melhor juízo, deve organizar a sua equipa como melhor lhe aprouver.

Rui Tavares não tem um pelouro específico, pode e deve (e espera-se... ) actuar em diversas áreas relevantes para os munícipes. A equipa que tem é, antes de mais, a equipa que a lei lhe permite ter. Quem diz Rui Tavares diz qualquer outro vereador que se encontre nas mesmas condições. Se é de mais ou de menos, se é possível organizar os recursos de outra forma, sem prejudicar o trabalho dos agentes políticos, sobretudo dos que actuam com menos meios... isso é outra questão.

Defender a diminuição dos apoios, destes apoios específicos, é perigoso, pois pode contribuir para a restrição da prática política à elite que detém recursos materiais, educativos ou partidários. Se um de nós se candidatar ao parlamento ou a uma autarquia, necessitaremos de apoio técnico, pois seguramente não possuímos conhecimento suficiente para actuar de forma relevante nas diversas áreas que o cargo toca. Nem capacidade para executar correctamente, sem apoio, um trabalho dessa complexidade. É algo que deve ser tratado com cuidado.

Mas regresso à questão inicial. Discutimos o quê? A notícia ou publicação afirma que Rui Tavares contratou 8 ou 9 elementos para o seu corpo de apoio, subentendendo um gasto irregular ou injustificado. Enganador. Há contratos com esse número de pessoas, sim, mas os gastos são os previstos no orçamento da vereação e a própria composição do grupo de apoio encontra-se prevista na lei. Ou será que devemos apontar o dedo a quem estabeleceu o orçamento? Aliás, conseguimos ao certo dizer que o trabalho de pessoas especializadas não vale aquelas quantias?...
 
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Almadedragao

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e se for um vereador da oposição sem qualquer pasta? Imagina, o Rui Tavares tem uma dúvida sobre a legalidade de uma proposta do vereador do urbanismo, vai esclarecer essa duvida legal com quem? Ou, por exemplo, quer fazer uma proposta sobre a mobilidade na cidade de Lisboa e não têm competências técnicas para a fazer. Vai-se aconselhar com quem? Põe-lhe um orçamento de 800 páginas em cima, feito por vários assessores da CML e tem que analisar aquilo tudo sozinho, acumulando competências políticas, com conhecimentos jurídicos, financeiros e estratégicos nas diversas áreas?
Vai-se aconselhar aos departamentos jurídicos dos respectivos municípios, não precisa de pagar uma anormalidade a um assistente em part time para lhe dizer aquilo que outras pessoas na organização lhe podem dizer. Nem percebo a relevância de ser da oposição ou não, assuntos legais ultrapassam a esfera política. Há outros vereadores com competências técnicas nas mais diversas áreas que também o podem esclarecer, assumindo que os cargos foram atribuídos com base na competência. E se não foram, a solução nunca pode passar por contratar mais gente.

E depois se o trabalho for muito ? Eles são bem pagos para o fazer, não para meter outros a trabalhar por eles. Além disso os prazos de execução política em Portugal são tão extensos que até dá tempo a uma pessoa com a 4ª classe de ler essas 800 páginas.
 
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AntonioMachado

Bancada central
11 Outubro 2019
2,070
3,131
Portanto, cerca de 150 mil euros cada.
Lisboa tem 10 vereadores sem pelouros, portanto 1 milhão e meio de euros.

308 municípios. Dá-me uma dor de alma.
Não é assim tanto.
Um ano de assessores nos 308 municípios equivale mais ou menos a 30 dias de fugas para offshores em paraísos fiscais.
 

Almadedragao

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A ilustração serve perfeitamente, incluindo a indiscriminação de títulos formais. Numa grande empresa, ou média, ou pequena, ou micro... há, essencialmente, uma equipa, um conjunto de pessoas que trabalha com um fim partilhado. O CEO conta com todos, independentemente do cargo, função, estatuto, ... das pessoas que compõem o todo. O mesmo serve para uma vereação, que precisa de especialistas em diferentes áreas. Há um vereador que tem a possibilidade de ter três assessores e um funcionário administrativo para auxiliar a sua acção. É assim que as coisas devem ser vistas. Parece assim tanto? A lei assegura que estes três cargos de apoio possam ser repartidos por mais do que três pessoas, desde que o vereador não ultrapasse o orçamento que lhe foi atribuído. O vereador, conforme o seu melhor juízo, deve organizar a sua equipa como melhor lhe aprouver.

Rui Tavares não tem um pelouro específico, pode e deve (e espera-se... ) actuar em diversas áreas relevantes para os munícipes. A equipa que tem é, antes de mais, a equipa que a lei lhe permite ter. Quem diz Rui Tavares diz qualquer outro vereador que se encontre nas mesmas condições. Se é de mais ou de menos, se é possível organizar os recursos de outra forma, sem prejudicar o trabalho dos agentes políticos, sobretudo dos que actuam com menos meios... isso é outra questão.

Defender a diminuição dos apoios, destes apoios específicos, é perigoso, pois pode contribuir para a restrição da prática política à elite que detém recursos materiais, educativos ou partidários. Se um de nós se candidatar ao parlamento ou a uma autarquia, necessitaremos de apoio técnico, pois seguramente não possuímos conhecimento suficiente para actuar de forma relevante nas diversas áreas que o cargo toca. Nem capacidade para executar correctamente, sem apoio, um trabalho dessa complexidade. É algo que deve ser tratado com cuidado.
Um vereador duma CM é por definição um cargo específico para cada área, daí haverem vários vereadores para o mesmo Presidente, não dá para continuar o debate se insistes na premissa errada. Pouco me importa se a lei permite este despesismo de erário público, significa que a lei está errada, que é o meu argumento inicial.

E nem sei o que responder ao "perigo de baixar a despesa" ... Fica-se com a impressão que somos um país com divida pública ou orçamentos controlados. Essa relação causa-efeito simplesmente não existe.
 

J | [Ka!s3r^].

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Um vereador duma CM é por definição um cargo específico para cada área, daí haverem vários vereadores para o mesmo Presidente, não dá para continuar o debate se insistes na premissa errada. Pouco me importa se a lei permite este despesismo de erário público, significa que a lei está errada, que é o meu argumento inicial.

E nem sei o que responder ao "perigo de baixar a despesa" ... Fica-se com a impressão que somos um país com divida pública ou orçamentos controlados. Essa relação causa-efeito simplesmente não existe.
Não há nenhuma premissa errada, há desconhecimento da realidade por parte do colega. Rui Tavares não tem pelouro.
 

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Não há nenhum premissa errada, há desconhecimento da realidade por parte do colega. Rui Tavares não tem pelouro.
Então ainda pior! Vereadores sem pelouro?O pináculo da inutilidade pública. Tem de saber sobre tudo sem se decidir sobre nada. Fantástico.

O colega para estar bem com esta situação desconhece por completo o bom funcionamento duma organização competente e eficaz.
 

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Então ainda pior! Vereadores sem pelouro?O pináculo da inutilidade pública. Tem de saber sobre tudo sem se decidir sobre nada. Fantástico.

O colega para estar bem com esta situação desconhece por completo o bom funcionamento duma organização competente e eficaz.

As câmaras municipais contam com vereadores sem pelouro e sem funções atribuídas pelo presidente. Vereadores que foram eleitos pelos munícipes e participam activamente nos órgãos próprios da câmara municipal. Não creio que o escrutínio à gestão municipal e a submissão e votação de propostas seja uma inutilidade, diria que é algo muito relevante para o bom funcionamento da democracia. A democracia não é uma empresa que vende pneus, por grande e digna que a empresa possa ser. Crê que Carlos Moedas governaria distribuindo pelouros por PS, Livre, CDU e BE?... E no entanto esses vereadores foram eleitos, aliás, estão em maioria. Ou seja, poderão aprovar propostas feitas pelos próprios.

Apresentação do executivo municipal e respetivos pelouros para o mandato 2021-2025 - MUNICÍPIO de LISBOA

Despacho_n.o_166_P_2021.pdf (lisboa.pt)

::: Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro (pgdlisboa.pt)

Já agora, tem algum interesse:

SKMSGDAOSMD22012609590 (lisboa.pt)
 
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As câmaras municipais contam com vereadores sem pelouro e sem funções atribuídas pelo presidente. Vereadores que foram eleitos pelos munícipes e participam activamente nos órgãos próprios da câmara municipal. Não creio que o escrutínio à gestão municipal e a submissão e votação de propostas seja uma inutilidade, diria que é algo muito relevante para o bom funcionamento da democracia. A democracia não é uma empresa que vende pneus, por grande e digna que a empresa possa ser. Crê que Carlos Moedas governaria distribuindo pelouros por PS, Livre, CDU e BE?... E no entanto esses vereadores foram eleitos, aliás, estão em maioria. Ou seja, poderão aprovar propostas feitas pelos próprios.

Apresentação do executivo municipal e respetivos pelouros para o mandato 2021-2025 - MUNICÍPIO de LISBOA

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::: Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro (pgdlisboa.pt)

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Eu não digo que não se distribua pastas pelos vários partidos, aliás, acho isso fundamental. Agora daí a dar-se uma pasta sem pelouro ... Desconhecia o conceito mas num país onde o último Executivo era comparável ao alemão em tamanho, não me admira haver tanta redundância em cargos públicos. Estava a assumir que o Rui Tavares estava numa pasta da cultura, preservação urbanística ou até jurídica, admito o erro.

Por fim, se há algo coloca em causa a democracia neste assunto é precisamente o despesismo que se promove com estas práticas. A democracia não está depende do número de intervenientes mas sim da sua sustentabilidade.
 

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Vai-se aconselhar aos departamentos jurídicos dos respectivos municípios, não precisa de pagar uma anormalidade a um assistente em part time para lhe dizer aquilo que outras pessoas na organização lhe podem dizer. Nem percebo a relevância de ser da oposição ou não, assuntos legais ultrapassam a esfera política. Há outros vereadores com competências técnicas nas mais diversas áreas que também o podem esclarecer, assumindo que os cargos foram atribuídos com base na competência. E se não foram, a solução nunca pode passar por contratar mais gente.

E depois se o trabalho for muito ? Eles são bem pagos para o fazer, não para meter outros a trabalhar por eles. Além disso os prazos de execução política em Portugal são tão extensos que até dá tempo a uma pessoa com a 4ª classe de ler essas 800 páginas.
Temos ideias muito diferentes daquilo que deve ser a ação política, então. Eu acho que um representante eleito pelo povo pode ter uma equipa que lhe permite tomar decisões fundamentadas com independência e apresentar propostas com rigor. Só assim o seu trabalho se distinguirá do trabalho dos outros partidos e da maioria.

Por curiosidade fui ver quantos assessores tinha o chega e a IL no parlamento na legislatura anterior, onde ambos os partidos só tinham um deputado cada. O chega tinha 6 assessores e a IL, 4. Suponho que aches uma enormidade e um gasto de recursos. Se a IL tivesse alguma dúvida jurídica podia sempre perguntar ao assessor jurídico do PS ou se o Chega quisesse fazer uma proposta fundamentada sobre segurança interna podia sempre consultar o Cabrita.
 
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Eu não digo que não se distribua pastas pelos vários partidos, aliás, acho isso fundamental. Agora daí a dar-se uma pasta sem pelouro ... Desconhecia o conceito mas num país onde o último Executivo era comparável ao alemão em tamanho, não me admira haver tanta redundância em cargos públicos. Estava a assumir que o Rui Tavares estava numa pasta da cultura, preservação urbanística ou até jurídica, admito o erro.

Por fim, se há algo coloca em causa a democracia neste assunto é precisamente o despesismo que se promove com estas práticas. A democracia não está depende do número de intervenientes mas sim da sua sustentabilidade.
Não se concedeu qualquer pasta a Rui Tavares nem aos restantes 9 vereadores sem pelouro, pura e simplesmente foram eleitos pelos lisboetas e fazem parte do colégio da câmara municipal. Eventualmente será possível distribuir pelouros pelos vereadores eleitos por listas que não a vencedora, suponho que sim, mas seria como António Costa nomear Cotrim Figueiredo para ministro da economia ou Rio fazer de Mariana Mortágua ministra das finanças. Felizmente, devido à abstenção dos vereadores eleitos pelo PS, foi possível aprovar o orçamento municipal e a coligação de Moedas terá oportunidade de exercer a sua gestão, tendo nos pelouros pessoas da confiança e conhecimento do presidente da câmara.

Faria sentido atribuir todos os lugares da assembleia da república ao PS? Será que os restantes deputados não desempenham funções relevantes e necessitam, também eles, de assessoria parlamentar (mesmo não pertencendo ao governo)? Não é muito diferente.

O despesismo será certamente um problema em muitas áreas da vida económica do país, estatais sim, e não-estatais. Quanto ao caso concreto, não estou seguro. Os valores apresentados não são exorbitâncias particularmente espantosas.