MiguelDeco disse:
não fazem isso é certo, mas alguns não reconhecem os crimes da coreia do norte por exemplo nem a sua ditadura, outros quando chegaram ao poder esqueceram o populismo, cedendo à realidade e não cumpriram nada daquilo que prometeram por exemplo. E a coerência na política não é a prova da não demagogia ou do não populismo. No caso do comunismo, e reconhecendo eu a importância que este tipo de partidos têm, uma coisa é certa, numa certa medida são igualmente populista no sentido que prometem coisas que sabem que se chegassem ao governo seriam impossíveis de cumprir. Porque de uma maneira ou outra a realidade acaba sempre por apanhar todas as formas de populismo.
Mas esse não é o caso do Jerónimo de Sousa e da Catarina Martins nem da Partido Comunista Português ou do Bloco de Esquerda.
Os Partidos Comunistas de cada Pais, embora tenham uma base que os reconhecem como tendo ideologias comunistas também têm as suas diferenças. E essas diferenças tornam-se mais abrangentes quando falamos de sociedades e cronologias Históricas dispares.
Os problemas que se colocam em Portugal ao PCP são diferentes dos problemas colocados aos bolcheviques na Rússia em 1917 ou aos chineses. Porque razão o PCP tem automaticamente de querer uma ditadura do proletariado num Pais como Portugal em 2017? Talvez isso fosse verdadeiro em 1974 com Álvaro Cunhal. Agora os tempos são outros.
O caso da China é paradigmático. Hoje em dia já não são o mesmo Pais que eram sob a liderança de Mao Tse Tsung. E isto porque os problemas que o tempo lhes foi colocando fizeram com que as mudanças fossem necessárias e irreversíveis.
O PCP é a favor da saída de Portugal da UE. É uma pretensão que eles têm (tal como o BE) e que sempre justificaram com argumentos económicos, por exemplo. E sou a favor da UE e da permanência de Portugal nessa instituição apesar de saber que nos últimos anos tem sido maltratada pelos seus próprios países membros.
De qualquer das maneiras o PCP não pertence à extrema esquerda nem tem um discurso extremista ou radical. Isto porque o PCP não pretende, como disse mais acima, criar uma ditadura do proletariado ou abolir as liberdades do Pais. Aliás, lutou por elas durante quase cinquenta anos.
Aliás, se existe partido que nunca na vida iria abolir a republica que temos é o PCP. É o partido mais institucional em Portugal e aquele que mais apoia a constituição vigente porque sempre a teve como uma vitoria de Abril. Basta ver quando o governo de Passos Coelho quis alterar a constituição, a oposição feroz e determinante que teve do PCP.
PS: Já tive oportunidade de abordar o assunto anteriormente e disse que a Coreia do Norte não é um Pais Comunista. Embora seja conhecido por essa designação a Coreia do Norte é de facto uma monarquia hereditária. Aliás, eles próprios se auto-designam por Estado Juche, ou seja, um Estado autossuficiente. Não estou a querer dizer que eles não são comunistas pelo motivo de serem uma ditadura totalitária. Não tenho problemas nenhum em reconhecer uma ditadura totalitária de teor comunista até porque já o fiz muitas vezes com o caso óbvio da URSS de Estaline. A questão aqui é que o comunismo pode ser interpretado e aplicado de diversas formas. O próprio Karl Marx não reconheceria a Rússia comunista como tendo origem nas suas obras.