Começa a ser preocupante o país democrático em que vivemos. As instituições estão em descrédito, a reputação das autoridades está num nível execrável, a inércia das atitudes, das decisões começa a entranhar-se na sociedade, a caminho da indiferença e do passar ao lado do meu interesse individual, da minha crença ou dos meus valores.
Hoje assistimos à humilhação de um indivíduo em direto num canal de sinal aberto com audiências brutais. O indivíduo em questão cometeu uma ação reprovável, indecorosa e inaceitável perante a maior tragédia humana do secXX.
O indivíduo não cometeu crime algum. Agora a estação de TV e a produtora, na minha opinião, não é líquido que não tenha cometido um crime.
Estamos em Portugal, e a CS age impunemente a destruir a imagem das pessoas, a atribuir anátemas sobre um indivíduo, a potenciar o bullying e quiçá a lançar a primeira pedra. Se a TV e a produtora queria castigar o indivíduo, fazia-o em privado e não em primetime para todo Portugal. Não vale tudo existe uma constituição e uma lei vigente.
Não tenho qualquer formação em direito, mas é nestas pequenas coisas que se vê a pequenez de um país, estivéssemos numa outra democracia robusta e amanhã estaria um advogado qualquer a ajudar a indivíduo (que tem mais de ignorância que de maturidade ou sabedoria) a colocar nas barras do tribunal, tamanha difamação e destruição da imagem de um ser humano perante a sociedade.
Falamos tanto em desenvolvimento humano e social que por vezes para chamar atenção para atitudes reprováveis somos capazes de cometer crimes!
Os meios justificam os fins.... mas só para alguns.
A situação que me refiro é a expulsão de um reality show de um indivíduo por causa de uma atitude inaceitável, mas que para isso foi humilhado em direto, em horário nobre, lançando sobre ele um anátema social.
A TVI, a ERC, o Ministério Público deveria começar a analisar este poder da CS e enquadrar estas situações no quadro legal vigente.