Não há tantas oportunidades para qualquer um poder tentar fazer os próprios negócios porque vivemos numa economia estrangulada por impostos que baixa o poder de compra dos portugueses com um IRS que considera qualquer português com um salário acima dos 1000 um milionário e uma carga fiscal sobre as empresas que retira possibilidade de contratar mais e investir em mais projectos. Se fossemos uma dinamarca onde os impostos fossem bem aplicados, mas somos um povo que nada tem a ver com os escandinavos ou países do norte da europa e nunca seremos, são culturas diferentes. Uma economia com menos impostos cria mais circulação de dinheiro e mais atractividade para empresas de fora virem para cá investir e criar mais emprego, logo, mais oportunidades.Kinski disse:A malta liberal gosta muito de bradar aos céus que o socialismo, que qualquer medida governamental que seja, estrangula os empresários, esses que são pessoas humildes, honestas e fantásticas apenas preocupadas com o bem do país. Para eles, qualquer pessoa que ganhe bem é porque assim merece ganhar. Quem não ganha é porque é preguiçoso - há tantas oportunidades na sociedade.
E achas que os ricos já não contribuem para a sociedade com empregos? E qualquer rico que ache que paga muito em impostos pode pegar na fortuna e ir para outro país, fecham empresas e vai mais gente para o desemprego, logo menos dinheiro para o Estado, logo mais impostos para se poder suportar o Estado "gordo". Vês como é um ciclo vicioso ter um Estado pesado?Kinski disse:Isto para mim é perverso e demonstra um total desconhecimento da nossa sociedade. Aqueles que ganham mais devem contribuir mais para a sociedade e apoiar aqueles que não têm o mesmo acesso - pois as diferenças não se resumem a preguiçoso ou trabalhador.
Conheço pessoas que eram pobres, foram trabalhadores-estudantes para pagar os estudos e estão bem na vida, alguns melhores do que os estudantes que tinham os pais a pagar-lhes os estudos porque não valorizavam tanto os estudos.Kinski disse:Eu tenho a sorte de estar a fazer o meu doutoramento porque tive pais que me apoiaram e que punham comida na mesa. Tive um vizinho igualmente capaz que vivia numa família problemática, muitas vezes vinha comer connosco pois os pais não lhe davam de comer: como é que um tipo assim consegue ganhar motivação e objectivo de vida? Isto faz-se através de taxas e através de um governo que apoie a população e invista na educação.
Ser pobre não é desmotivação, há muito empresário que veio de famílias menos abastadas porque aprenderam desde pequeno a terem de lutar por uma vida melhor do que ter tudo dado de bandeja. O que desmotiva é não terem objectivos de vida, como os filhos de pais ricos que andam a passar o tempo na faculdade em festas ou os estudantes de artes ou ciencias sociais que andam em cursos com cerca de 90% de desemprego
- As universidades devem saber viver sem apoios do Estado, as privadas sabem fazer isso.Kinski disse:Outro ponto sobre relaxar taxas: Como é que apoiamos ciência, infraestrutura (estradas e ruas), universidades, hospitais, cultura e a arte? Estas não se pagam sozinhas. Como é que se pagam estes serviços sem taxas? Vão uns ricalhaços alcatroar a rua nos bairros pobres? Isto é que eles dizem.. mas do dizer ao fazer vai muito.
- Estradas? Não temos estradas suficientes com o dinheiro que foi esbanjado em estradas com os fundos europeus»
- Apoiar a cultura? Apoiar peças de teatro que não têm público porque não têm interesse? Não quero os meus impostos a ser usados por pseudo-artistas que fazem trabalhos que não criam interesse a ninguém. Um bom artista consegue viver a vender a sua arte, o Estado não tem qualquer obrigação de lhe dar subsídios. Um artista merece subsídios? Porque é que um médico ou engenheiro também não merece? São menos importantes? Tal como o engenheiro ou médico, o artista deve viver do que produz, se ninguém lhe compra é porque a arte que vende não interessa a mais ninguém