estava a pensar mais na questão da limpeza étnica. que é o que efectivamente está a acontecer na europa. quando londres nos anos 60 era 97% inglesa e agora só é 30% inglesa estamos perante uma limpeza étnica.
eu podia responder-te de um modo digamos de "esquerda" mas a esquerda não tem compreendido a mudança nas últimas décadas e reage como se o mundo fosse como era há décadas atrás, eu sou de esquerda no sentido de justiça social e até título de exemplo posso citar aquela frase de Marx "para trabalho igual salário igual" cuja interpretação dá pano para mangas - imagina para não falar da indústria/operariado dos serviços - um empregado de escritório faz numa hora aquilo que outro demora a fazer em 3 horas e ganha o mesmo, aqui deveria entrar a diferença salarial entre um e outro mas na maior parte dos casos não entra.
Como não sou anarquista defendo o Estado mas este serve para regular a atividade económica e social na economia - premiar os empresários que criam riqueza e distribuem parte dela pelos trabalhadores e reprimir ou impedir o funcionamento de empresas que visam o lucro, aplicam esse lucro não nas empresas mas em proveito próprio (excetuando o seu salário como donos que com esse podem fazer o que quiserem), quando a empresa não se torna viável fecham-na os trabalhadores são despedidos e deslocam muitas vezes as empresas para outros locais ou pior criam novas empresas com as mais valias que criaram com a anterior. É difícil combater isso principalmente com a globalização mas há meios de mitigar o problema com regras que existem no papel mas na prática não existem. O chamado neo capitalismo hoje gera que cada vez mais a concentração de riqueza esteja concentrada num número cada vez mais pequeno de pessoas sendo eles verdadeiramente os donos dos Países. A esquerda, ou dita porque não compreendeu o problema ou se compreendeu não encontrou soluções, não tem encontrada resposta. Chamar esquerda à China, Venezuela, China, Coreia Norte e ex. URSS é uma falácia porque fizeram dos seus Países uma capitalismo de Estado ainda pior que os do chamado ocidente. Este é o drama civilizacional que enfrentamos.
Sobre a emigração que é o tema; desde sempre existiram migrações -a nossa lingua e a extrema maioria das europeias vieram da India, dezenas de milhares de anos atrás fugiram à fome no País de origem entraram pelos Urais e Caucaso e estabeleceram-se no nosso Continente.
Atualmente as mudanças climáticas mas também a falência económica de Países africanos, asiáticos e centro americanos levam centenas de milhares de pessoas a tentarem entrar na Europa e nos Estados Unidos e Canadá. Essa situação está a criar turbulência natural entre os residentes desses Países mas os principais beneficiários são empresas capitalistaa privadas que encontram nessa gente mão obra barata e mal paga.
Como contornar isso e criar um certo equilíbrio não digo total mas relativo? Não sei, ninguém sabe pelo que se vê e não podemos antever o futuro sem políticas concretas. Mas que vivemos um período instável e perigoso isso é verdade e daí o crescimento da chamada extrema direita por todo o mundo que fala daquilo que toda a gente vê, ganha votos com isso mas não tem soluções para o resolver - a extrema direita vocifera, reclama mas nunca apresenta soluções.
O exemplo que deste de Londres é real, o de Bruxelas e Paris é pior (há ruas nessas cidades aonde os nativos não entram) mas a culpa é dos Paises que os acolhem criarem os chamados guetos aonde os metem e só eles moram lá (Lisboa tem exemplos disso) e não ajuda a integração nem se habituarem aos nossos padrões de vida. Dou o exemplo positivo da minha zona, que tem gente rica e pobre (zona ocidental do Porto) que dantes não tinha estrangeiros e agora tem mas dispersos desde brasileiros, europeus, africanos e asiáticos. E dispersos como? Uns num prédio, outros noutro, outros mais afastados ou perto mas são obrigados a conviver com os naturais e acabam por se integrar, aprender a língua e até perderem hábitos dos países de origem sem perderem a sua cultura - convenci o marido de uma muçulmana que a mulher e a filha deixassem de usar o véu na rua para se sentirem iguais aos outros, ele demorou a perceber mas um dia disse-me; você tem razão. Nem todos serão assim, alguns vêm para criar confusão e radicalismo mas para isso existem as forças policiais e de informação (que são escassas cá é preciso investir nessa área e alterar o sistema de justiça a todos os níveis acabando com o corporativismo) para deportar quem não se comporta bem. Eu sei que a palavra deportar soa a reacionário mas não confundamos democracias com "democracia que tudo permite porque parece mal".
Eu não tenho soluções, não é a minha área esta de conhecimento real, mas tem que se fazer alguma coisa para as coisas não descambarem até um ponto incontrolável.