Para mim o FC Porto é...

psychopiu

Bancada lateral
30 Julho 2018
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Com um clima chuvoso e com manhãs batizadas por um nevoeiro denso, digno da velha Albion, a cidade do Porto viu nascer algumas das grandes personagens nossa história e também alguns dos maiores nomes da contemporaneidade. Eu, no entanto, não sou nenhum desses. Mas tenho na cidade do Porto a minha pedra angular, pois tenho características que, por entrelaçamento quântico e apesar da distância espácio-temporal, partilho com a história da cidade e com as suas gentes.

Nas palavras de Agustina Bessa-Luís, “o Porto é um sentimento” e não vejo melhor definição para a relação que tenho com esta cidade (e com o clube).
Tal como o Porto, eu projecto um ar pesado e pesaroso como as suas rochas graníticas, “grave e sério” como canta Rui Veloso, por vezes cinzento como as manhãs de nevoeiro. Generoso como as suas gentes e de um caracter imbuído do lema “antes quebrar que torcer”, tal como a cidade que resistiu – com grande sacrifício – aos variados cercos que sofreu na sua história.

A cidade Invicta tem no FC Porto o seu maior baluarte. Os seus sócios, adeptos, são as gentes do Porto, mesmo que sejam e/ ou vivam fisicamente noutra cidade.
Eu vivo na capital do império, mas tenho no Porto o meu berço e o meu Porto Seguro. Sou do FC Porto por via do meu pai, que tem mais de 70 anos de sócio. Assistiu à inauguração das Antas, Ao calabote, ao jogo do Nevoeiro, à queda do Pavão no relvado sagrado das Antas, aos Bis que nunca se tornavam Tris. Cresci com essas histórias do cerco que nos faziam, da nossa revolta e luta contra as injustiças, da nossa crença, dos nossos valores e das nossas vitórias. Vivendo em lx, não tinha grande hipótese de ver muitos do Porto, por isso íamos a alvalade ver os júniores (a primeira vez que chorei por causa do futebol, foi numa derrota de 4-1, em alvalade, onde despontava um miúdo verde e branco chamado Paulo Futre). Vi a vitória do Porto na Superior Norte de Alvalade, quando a policia de intervenção varreu a bancada à cacetetada. Vi o POrto no antigo salão de festas, quando fomos mais de 30K na luz. Festejei 3 golos no Bomfim, a 13 de Abril de 1986, quando ganhámos ao vitória de Setúbal com 1 golo do Paulo Futre. Aprendi que se também se podia chorar de alegria a 27 de Maio de 1987, quando festejei em lx a nossa maior conquista. O FC Porto faz parte de mim, é indissociável da minha história. Sou eu, é o meu pai em mim, são as gentes nobres e sofredoras do Porto, as que têm no clube um único farol de esperança e de alegria. Algo que nos consola ao fim de semana das agruras que passamos durante a semana.

Sou Porto, cidade, Sempre!! Lutarei sempre contra a descriminação de que é alvo dos burgueses da capital do império. Defenderei sempre as suas gentes, nas quais me incluo, das ofensas que os idiotas elitistas de lx professam. Sou Portista para sempre, verdadeiramente a ganhar ou a perder. Quero que ganhemos sempre, mas não me interessa se ganhamos ou perdemos, pois serei Portista sempre, até se jogássemos nos distritais.

Desde que nunca deixemos de ser o que sempre fomos. Um clube de valores tripeiros, de gente nobre de caracter, que não se verga a nada NEM A NINGUÉM!! Que como dizia Almada Negreiros, que continuemos sem trocar "a honra pela infâmia e a liberdade pela servidão".

O PORTO é um Amor que não se explica, é uma história de familia, é um valor que não se pode perder e temos que transmitir às gerações vindouras.

(edit: acho que ficou um pouco off-topic, saiu ligeiramente ao lado, como um remate do Galeno. A minha mulher bem diz que quando o assunto mete o Porto/ FC Porto perco a noção do que faço. Sábias palavras, como sempre ;) )
 
Última edição:

FC Porto 79

Bancada central
16 Abril 2012
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  • André Villas-Boas
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  • Bobby Robson
É algo transcendente e indiscritível que só se sente quem nasce assim !!! É uma imensa família onde quase todas as caras se desconhecem mutuamente mas se unem no amor imenso e intrínseco ao clube.

Ainda este domingo do nada e ladeado por um "familair" portista que me era desconhecido até então, dei por mim em amena cavaqueira falando do universo portista em saudável conversa sobre este nosso amor comum.

Digo isto pois não se trata de uma vez mas sim de vezes em que me deparo com isto e o quanto estamos envolvidos com o clube e o "que é ser porto".

*É certo que muitos não o foram de nascença e não deixam de ser dignos de o ser ... é uma forma de expressão !!!

Que linda é a nossa "família" estejamos onde estivermos.

Portooooo !!! :logo 💙
 
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Tribuna Presidencial
13 Março 2012
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131 anos de um livro de honra de vitórias sem igual

Futebol Clube do Porto foi fundado a 28 de setembro de 1893

A 28 de setembro de 1893, quando o Diário Ilustrado noticiou a fundação de um clube chamado Foot-Ball Club do Porto, a instituição em causa pouco passava de um grupo de amigos reunidos para jogar futebol. 131 anos depois, o FC Porto é um gigante desportivo mundial, detentor de sete troféus internacionais na modalidade mais popular do planeta.

“Fundou-se no Porto um club denominado Foot-Ball Club do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no norte do paiz de uma associação para os jogadores d’aquella especialidade”, podia ler-se na terceira página daquele jornal. A iniciativa partira de António Nicolau d’Almeida, jovem comerciante de vinho do Porto - símbolo maior da cidade desde o século XVII -, e envolvera a fina flor da burguesia estrangeira e estrangeirada portuense.

Nos primeiros meses de vida da instituição realizaram-se vários treinos e jogos entre os sócios e, a 2 de março de 1894, os futuros Dragões disputaram frente ao Club Lisbonense a Taça D. Carlos I, perante o próprio monarca e a rainha D. Amélia. Apesar do aparente vigor do FC Porto desde a origem - de que são testemunhos o primeiro regulamento, de 1893, e a realização de pelo menos uma Assembleia Geral -, a verdade é que cedo o clube entrou numa fase de letargia que duraria 12 anos.

Em 1906, José Monteiro da Costa e o Grupo do Destino relançaram-no e este cresceu de forma rápida e sustentada durante as décadas que se seguiram. Em poucos anos, o FC Porto foi dotado de estatutos, instalações e símbolos, revelando capacidade para suscitar o interesse de um número significativo de associados. E deixou de ser apenas um clube de futebol: nesta segunda vida, o FC Porto promoveu a prática do ténis, do atletismo e da natação, entre outros desportos.

Enquanto o futebol português dava os primeiros passos no sentido da institucionalização e da organização de competições oficiais, o FC Porto afirmou-se como o principal emblema da cidade e um dos maiores do país. O Campeonato Regional do Porto, disputado a partir de 1913, foi conquistado pelos azuis e brancos 30 vezes (em 34 possíveis). Viriam ainda a vencer as primeiras edições do Campeonato de Portugal, em 1922, e da Liga Portuguesa, em 1935. Se tomarmos em consideração estas duas provas, são sete os títulos nacionais conquistados entre 1922 e 1940.

A todo o gás a partir da década de 1940, cedo se percebeu que o acanhado Campo da Constituição, em funcionamento desde 1913, era pequeno demais para corresponder à afluência de tantos portistas. Por isso, em 1952, foi inaugurado o Estádio das Antas, construído graças à mobilização e ao apoio altruísta de milhares de associados e adeptos.

Ao nível desportivo, contudo, estes foram anos difíceis, pontualmente abrilhantados por conquistas heroicas inesquecíveis. Foi assim em 1956, quando o brasileiro Dorival Yustrich conduziu a equipa de futebol à primeira dobradinha, e em 1959, quando Béla Guttman conseguiu vencer o campeonato manchado pela arbitragem de Inocêncio Calabote. Mas não há como fugir: este é um tempo marcado por dois longos jejuns de títulos nacionais (1940-1956 e 1959-1978), que não podem ser dissociados de uma conjuntura política bem mais favorável aos clubes de Lisboa.

Tudo mudou a partir de 1978, quando a conquista do campeonato nacional, após 19 de anos de seca, correspondeu ao 25 de abril do futebol português. Na verdade, a grande transformação começou dois anos antes, em 1976, quando Jorge Nuno Pinto da Costa se tornou chefe do departamento de futebol e fez regressar José Maria Pedroto. A partir daí, o clube modernizou-se, posicionou-se na vanguarda do futebol e tornou-se uma referência internacional.

Os títulos são o melhor indicador desta história de sucesso, que só no futebol ficou marcada pela conquista de duas Taças/Ligas dos Campeões Europeus, duas Taças Intercontinentais, duas Taças UEFA/Liga Europa e uma Supertaça Europeia. Mas o FC Porto também venceu no andebol, no basquetebol, no bilhar, no boxe, no hóquei em patins, na natação, no voleibol, no desporto adaptado e em modalidades que atualmente não estão em atividade, como o atletismo, o ciclismo e a ginástica. Entretanto, foram inaugurados o Estádio do Dragão, o Dragão Arena e o Museu.

Em 2024 virou-se a página do livro de honra de vitórias sem igual. Na eleição mais participada da história do FC Porto, 26.876 sócios elegeram André Villas-Boas como 32.º presidente. Durante 11 horas ininterruptas, 70% dos associados com capacidade eleitoral ativa acorreram às urnas sob a máxima “um sócio, um voto” sem qualquer incidente ou reclamação.

A nova Direção do clube tomou posse a 7 de maio e festejou a vitória da prova rainha meros 19 dias depois. No Jamor, o FC Porto levou de vencido o Sporting (2-1) e os presidentes André Villas-Boas e Jorge Nuno Pinto da Costa ergueram a 20.ª Taça de Portugal do palmarés portista.

Dois meses e meio volvidos, em Aveiro, uma reviravolta épica diante do mesmo adversário valeu a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira e reforçou o estatuto do emblema mais titulado do país. Os marcos históricos não ficaram por aí. No primeiro dia de setembro, a recém-criada equipa de futebol feminino apresentou-se ao Mar Azul e trouxe 31.093 adeptos ao Estádio do Dragão, batendo o recorde de assistência nacional.

Nem com um palmarés recheado pelas conquistas de 30 campeonatos, 24 Supertaças, 20 Taças de Portugal, quatro Campeonatos de Portugal, duas Taças Intercontinentais, duas Ligas dos Campeões, duas Ligas Europa, uma Supertaça Europeia e uma Taça da Liga a ambição esmorece. E essa ambição obriga qualquer Dragão a lutar em todos os momentos para honrar um legado com 47.848 dias.

 
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Tribuna Presidencial
13 Março 2012
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“O amor ao FC Porto vai comigo para a cova”

Luís Bacelar, sócio número 4 do clube, visitou o Museu pela primeira vez

91 anos de idade, 84 de sócio. Luís Bacelar, sócio número 4 do FC Porto, é um portista desde o berço, até porque “lá em casa não havia direito a ser outra coisa que não azul e branco”. Em setembro, foi um dos primeiros presentados por André Villas-Boas, que “gostava de rever”, com o novo cartão de sócio na cerimónia de apresentação do documento de identificação.

Filiou-se ao clube em 1940 e, na primeira visita ao Museu, um espaço “espetacular, lindíssimo e muito bem organizado” que é “digno de ser visitado, mesmo por quem não seja ligado ao desporto”, recordou com frescura o primeiro jogo a que assistiu: “O estádio na altura era o Campo da Constituição, o único que o clube tinha, pelado. Pela primeira vez, as duas equipas, FC Porto e Sporting, entraram em campo em fila indiana. Esse jogo terminou com um empate a dois golos. Lembro-me que, quando entrei, quis mostrar o cartão e os porteiros não ligaram nenhuma”.

“As melhores memórias são sempre aquelas em que o FC Porto ganhou e foi campeão”, começou por contar o associado que estava curioso por ver a Taça Arsenal “por causa da dificuldade que houve em reunir o dinheiro todo para a construir e pelo que ela representa: foi um feito do FC Porto perante uma equipa que, na altura, era das melhores que havia no mundo”. Neste seguimento, foi natural e rápido o surgimento na conversa da final de Viena, que lhe “proporcionou uma alegria” que durou “uns dias”, e a final da Taça Intercontinental, ou “o jogo da neve” a que assistiu “de madrugada”: “Foi uma alegria e depois voltei a dormir porque a diferença horária era enorme”.

Ao cabo de mais de oito décadas “intimamente ligado” a este emblema, o Roseta de Diamante não tem dúvidas de que “ser portista é um sentimento único que só sente quem realmente se liga ao FC Porto”: “É uma família, uma instituição sem a qual não viveria feliz”.

Uma galeria de troféus sem igual
“Estou a achar o Museu espetacular, lindíssimo e muito bem organizado. É um Museu digno de ser visitado, mesmo por quem não seja ligado ao desporto. É realmente uma visita que vale a pena ser feita. Nunca esperei que o Museu fosse assim. Excedeu todas as minhas expectativas em relação à qualidade e à organização. Lindíssimo! Representa o culminar de uma existência enquanto portista.”

A curiosidade de longa data
“[Estava curioso para ver a Taça Arsenal] por causa da dificuldade que houve em reunir o dinheiro todo para construir a taça e pelo que ela represente. Foi um feito do FC Porto perante uma equipa que, na altura, era das melhores que havia no mundo.”

As maiores alegrias de azul e branco
“[Os momentos que vivi mais intensamente foram] a final de Viena, que me proporcionou uma alegria que viveu comigo durante uns dias, e o jogo na neve, a final da Taça Intercontinental, que assisti de madrugada. Foi uma alegria e depois voltei a dormir porque a diferença horária era enorme. As melhores memórias são sempre aquelas em que o FC Porto ganhou e foi campeão. Não há dúvidas de que as boas memórias são dos títulos internacionais, dos campeonatos ganhos com tremenda dificuldade, mesmo com a qualidade que a equipa apresentava em determinados jogos. Era um espetáculo ver o FC Porto jogar naquela altura.”

O presidente
“Gostei muito, simpatizei muito com ele e gostava até de ter falado mais. Gostava de o rever e falar com ele. Foi muito significativo ter recebido o cartão de sócio na sua apresentação e ter sido logo feita uma referência à minha pessoa no arranque da cerimónia.”

Um amor eterno
“Ser portista é um sentimento único que só sente quem realmente se liga ao FC Porto. O FC Porto é uma família, uma instituição sem a qual não viveria feliz se não estivesse a ela intimamente ligado. O amor ao FC Porto vai comigo para a cova.”

A primeira memória
“Entrei como sócio no ano de 1940 e ainda me recordo do primeiro jogo que vi na condição de associado. O estádio na altura era o Campo da Constituição, o único que o clube tinha, pelado. Pela primeira vez, as duas equipas entraram em campo em fila indiana. Esse jogo terminou com um empate a dois golos. Lembro-me que, quando entrei, quis mostrar o cartão e os porteiros não ligaram nenhuma. Lá em casa não havia direito a ser outra coisa que não azul e branco. O meu pai era um fanático do FC Porto e eu também sou.”