Não sei se já foi partilhado aqui no fórum e, se este será o tópico adequado, mas gostava de transcrever para aqui uma coluna de opinião que saiu ontem (19 de Maio de 2015), no jornal record. Para memória futura.
A coluna de opinião chama-se "A luz intensa", escrito por Pedro Adão e Silva, professor universitário, com o título "Desorientados":
«Recuemos ao ínicio da temporada. O Benfica era uma equipa em desagregação: o plantel que havia vencido o triplete com nota artística parecia ferido de morte e as alternativas tardavam a aparecer. Já não havia Oblak, Rodrigo, Garay, e Siqueira e ainda não havia nem Júlio César, nem Samaris, para não falar de Jonas. Enquanto se anunciava a saída iminente de Enzo Pérez, os jogos de preparação, disputados por uma mão-cheia de novas contratações entre o sofrível e o medíocre, tornavam o bicampeonato uma mirangem distante.
No Dragão, a história era outra. Depois de uma temporada para esquecer, apostava-se forte e não vencer era uma impossibilidade. Um treinador novo, com um voto de confiança inusitado por aquelas bandas (três anos de vínculo), contratações em catadupa, empréstimos a peso de ouro e qualidade em todos os sectores - a contrastar com o leque de jogadores que Paulo Fonseca tinha tido ao seu dispor.
O Benfica iniciou o temporada derrotado e o Porto tinha tudo para vencer o campeonato. Mas não foi assim.
Jesus compensou fraquezas com a força da organização colectiva e fez do "Manel" um jogador ao serviço de uma ideia de jogo consolidada. Depois, claro está, Júlio César ofereceu a segurança defensiva que a equipa não havia tido nos últimos anos e Jonas foi o autêntico "joker" - importante pelos golos que marcou, fundamental pela forma como participou no jogo atacante.
O Porto, pelo contrário, viu a temporada pautada pela desorientação. A abrir, Lopetegui entregou-se ao experimentalismo, mudando a equipa jogo sim, jogo sim, até à 16ª jornada. As coisas começam a correr mal e não surge o campo inclinado a que os portistas se habituaram. Resultado: a "estrutura" não compreende as razões do falhanço e coloca o treinador a dar o corpo ás balas.
Tudo somado, a grande novidade desta temporada foi a desorientação revelada pelo Porto."
Alguém conhece este índividuo?