Natação

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Tribuna Presidencial
13 Março 2012
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“GOSTO MAIS DAS CONDIÇÕES ADVERSAS”

Angélica André concedeu uma entrevista ao Público antes dos Jogos Olímpicos

Angélica André já conquistou uma medalha de bronze nos mundiais e outra de prata na Taça da Europa, mas no Jogos Olímpicos promete apenas “dar o melhor”. À conversa com o jornal Público, a nadadora do FC Porto admite gostar de “mais ondas e mais frio”, porque às condições de piscina “todas se conseguem adaptar”, contudo não deverá encontrá-las em Paris.

A incerteza em torno da prova dos 10 quilómetros águas abertas é cada vez maior. No fim de semana, os organizadores das Olimpíadas proibiram os triatletas de treinarem nas águas do Sena, devido à poluição do rio, e nesta altura ninguém descarta a hipótese de a maratona da natação decorrer no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, palco das provas de canoagem e remo.

Na mesma entrevista, José Manuel Borges explicou que “a grande característica de um nadador de águas abertas é a sua capacidade de se adaptar a tudo” e a detentora de 24 recordes nacionais individuais é o exemplo perfeito disso mesmo. “Na prática ela já tem essa experiência toda e não vai encontrar situações que não conhece”, explicou o treinador portista.

A preparação de Angélica engloba 15 treinos semanais, dez deles na água, arranca todos os dias antes das seis da manhã, envolve sessões de fisioterapia e, pelo meio, ainda lhe sobra tempo para as aulas do Mestrado em Condição Física. A primeira internacionalização da matosinhense surgiu em 2012, num Europeu de juniores disputado na Turquia, e a mais feliz terá sido em fevereiro deste ano, quando cruzou a meta do Campeonato do Mundo no terceiro lugar, a menos de dois segundos da campeã planetária.

Tal feito permitiu-lhe carimbar o passaporte rumo à capital francesa, onde “conseguir um lugar acima do 17.º” alcançado em Tóquio 2020 é o único objetivo. “Em condições mais adversas nem todas as nadadoras se conseguem adaptar. São as condições de que eu gosto mais”, confidencia a adepta de “mais ondas e mais frio” que nada entre 90 e 115 quilómetros todas as semanas.

José Manuel Borges crê que a nadadora azul e branca pode lutar pelo pódio, mas prefere não definir metas concretas porque “ganhará aquela que se adaptar mais rápido às condições”. “Se ela sair da água com um sorriso, para mim atingiu o objetivo”, declara o treinador com 40 anos de experiência que orienta a atleta de 29 há três.

Seja onde for, Angélica André vai mergulhar às 06h30 do dia 8 de agosto para continuar a elevar as bandeiras de Portugal e do FC Porto nos maiores palcos do desporto mundial.
 

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Tribuna Presidencial
13 Março 2012
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“A expetativa é fazer melhor do que fiz em Tóquio”

Angélica André partiu neste domingo para Paris, onde vai disputar os Jogos Olímpicos

Depois de um estágio de preparação que realizou entre os dias 13 de julho e 3 de agosto na Serra Nevada, em Espanha, Angélica André viajou neste domingo para Paris, onde vai disputar a prova dos 10 quilómetros águas abertas nos Jogos Olímpicos. Em declarações à comunicação social à partida para a capital francesa, a nadadora do FC Porto revelou que “a preparação correu muito bem” e confessou que “o coração está ansioso”, mas o importante é “desfrutar do momento para poder fazer o melhor possível”. E o melhor possível, afirmou Angélica André, é superar o 17.º lugar alcançado em 2020 nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Preparada para competir e desfrutar
“A preparação correu muito bem, foi o melhor estágio até ao momento. O coração está ansioso, mas é normal. Quero, acima de tudo, desfrutar do momento para poder fazer o melhor possível.”

O objetivo é terminar acima do 17.º lugar
“A expetativa é fazer melhor do que fiz em Tóquio. Foi para isso que trabalhei e já obtive várias conquistas durante este processo de três anos, em competições internacionais de grande relevo. O que mais quero neste momento é fazer melhor do que Tóquio (17.º lugar).”

Adversárias de respeito
“Tive duas adversárias que nadaram os 1.500 metros, uma foi à final e outra não, mas ambas fizeram bons tempos. Houve outra nadadora que também já competiu e que vai competir contra mim. Espero chegar a estes Jogos Olímpicos na minha melhor forma de sempre. Qualquer uma pode fazer um grande resultado, mas acho que chego a estes Jogos com mais experiência, o que se calhar aumenta a responsabilidade.”

A poluição no rio Sena
“É sempre uma preocupação, obviamente, pois estamos sujeitos a ficar doentes. Espero que não aconteça nada e creio que está tudo sob o controlo da organização, havendo sempre um plano B, C e D. Se não acontecer no Sena, será noutro lugar.”

A aldeia olímpica e o contato com o público
“Vai ser diferente, sem dúvida, pois em Tóquio aquilo estava completamente deserto. Ter essa experiência de estar na aldeia olímpica e de estar com o público é muito especial e quero desfrutar disso.”
 

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13 Março 2012
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Angélica André em 12.º lugar nos Jogos Olímpicos

Portista cumpriu os 10 quilómetros em águas abertas em 2h06m17s

Angélica André terminou os 10 quilómetros em águas abertas dos Jogos Olímpicos de Paris na 12.ª posição após 2 horas, 6 minutos e 17 segundos a nadar no rio Sena. A nadadora ficou a apenas 2 minutos e 42 segundos da vencedora da prova, a neerlandesa Sharon Van Rouwendaal, e a seis segundos de conseguir um diploma.

No dia em que se tornou a primeira atleta portuguesa a estar na prova de águas abertas em duas Olimpíadas, a portista cumpriu o objetivo de melhorar o 17.º lugar arrecadado em Tóquio.

O percurso de seis voltas de aproximadamente 1,67 quilómetros entre a Ponte Alexandre III e a Ponte de l’Alma provocou dificuldades às atletas devido às fortes correntes sentidas. Ainda assim, a medalhada de bronze dos Mundiais do Catar e de prata na Taça da Europa em Barcelona ultrapassou várias concorrentes nas últimas voltas para fixar a melhor marca na competição.
 

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13 Março 2012
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“Estou bastante contente com o meu resultado”

Angélica André ficou a apenas seis segundos de conseguir um Diploma Olímpico

Após mais de duas horas a “lutar de igual para igual com as outras nadadoras” no rio Sena, Angélica André apresentou-se à comunicação social portuguesa “bastante contente” por ter cumprido “o objetivo principal”, que passava por “fazer o melhor resultado de sempre”.

Sem ressentimentos por ter ficado a apenas seis segundos do Diploma Olímpico e com o desejo expresso de “tentar fazer sempre melhor, depois conseguir um diploma e depois ainda uma medalha”, a portista explicou o afastamento do grupo da frente durante o percurso: “Foi no abastecimento. Tentei tirar a garrafa e ficou presa, como a corrente estava a favor perdem-se muitos lugares. Depois, com a corrente contra, consegui recuperar alguns”.

A nadadora frisou que “a corrente estava forte, mas estava igual para todas” e revelou “algum receio” devido à poluição das águas francesas: “Foram 10 quilómetros e engoli bastante água. Não sei o que me vai acontecer a seguir, mas tomei todas as precauções para que a seguir a esta prova possa estar bem e tranquila”.

Feliz pela melhor marca em Jogos Olímpicos
“Estou bastante contente. Era o meu principal objetivo consegui chegar aqui e lutar de igual para igual com as nadadoras. Perdi um bocadinho o grupo da frente, mas o objetivo principal está feito: fazer o melhor resultado de sempre”.

O distanciamento para o grupo da frente
“Foi no abastecimento. Tentei tirar a garrafa e ficou presa. Como a corrente estava a favor, perdem-se muitos lugares. Quando chegamos lá a baixo, como está contra, consegui recuperar alguns. Tentei obter o melhor resultado possível e alcançar melhores lugares no final.”

O orgulho pelo resultado conseguido
“Não [há frustração por ter ficado a seis segundos do diploma]. O desejo é sempre primeiro tentar fazer melhor do que já fizemos, depois um diploma e depois uma medalha. Claro que seis segundos é pouco em 10 quilómetros, mas estou bastante contente com o resultado que obtive.”

A análise ao arranque da prova
“O que planeamos nem sempre é o que acontece, mas temos de estar preparadas para tudo. Adivinhava que a australiana iria para a frente porque é uma caraterística dela, tenta ir para a frente nas outras provas e hoje correu-lhe bem. Tentei estar com o grupo e fazer o melhor resultado possível.”

As fortes correntes do Sena
“Ainda ontem viemos fazer a volta ao percurso e vi a Sharon, que ganhou, a testar exatamente como fez hoje. A corrente estava forte, mas estava igual para todas.”

Os riscos provocados pela poluição do rio
“Claro que há sempre algum receio porque foram 10 quilómetros e engoli bastante água. Não sei o que me vai acontecer a seguir, mas tomei todas as precauções para que a seguir a esta prova possa estar bem e tranquila. Sobretudo cheguei ao dia de hoje com a mente tranquila e desfrutar do momento. O Comité Olímpico está em cima do assunto, preocupado connosco que nadamos aqui no Sena, e vão estar naturalmente mais atentos.”