Um gajo aqui só pode falar nas ideias, porque a implementação das mesmas depende de muitos factores dos quais não estamos habilitados para falar, seja por formação ou por simplesmente não estarmos por dentro do clube para perceber como está o ambiente, dinâmicas de grupo, etc.
O Guardiola é mau pela época que está a fazer? o JJ que já não serve para os Aladinos é fraco? o Amorim afinal é péssimo? Não.. simplesmente às vezes não chega ser bom treinador. Não digo que o Anselmi seja treinador de topo, só que há que dar o benefício da dúvida, não a ele mas a quem gere o clube e está lá no Olival todos os dias...
Mas como disse, é mais difícil fazer uma equipa jogar como o Anselmi idealiza do que como o treinador tuga geralmente organiza as equipas, que é jogar mais no erro do adversário, na expectativa. Mas o primeiro tem muito mais potencial, sobretudo para uma equipa grande que se quer dominante. Precisa é de executantes capazes de controlar uma bola..
É sempre curioso quando se tenta defender maus resultados com base na “dificuldade de implementação” da ideia. A questão aqui não é se a ideia é ambiciosa, complexa ou até bonita — é que ela simplesmente não resulta no campo, não funciona.
E se não se vê em jogo, se não está a ser assimilada, se não produz resultados, então não há desculpa teórica que tape isso.
Tu dizes bem que não estamos por dentro do clube. É verdade.
Não vemos os treinos, nem sabemos quem está com quem no balneário, nem as dinâmicas internas.
Mas o que vemos todas as semanas é uma equipa sem identidade, sem rotinas visíveis, sem qualquer consistência de jogo — e que repete os mesmos erros de forma crónica.
E isso, desculpa, não é culpa do contexto. É culpa de quem está a liderar.
O Guardiola pode estar a ter uma época menos forte, mas a identidade da sua equipa está lá.
Sabe-se o que querem fazer, como atacam, como pressionam, como se ajustam.
O Jorge Jesus, nos bons e maus momentos, sempre teve uma coisa: padrão, base, modelo, ideias. Sistema de jogo.
O que se vê com o Anselmi é o contrário.
É uma ideia, que parece mal executada e portanto mal treinada, e pior ainda — mal adaptada ao grupo que tem e a realidade competitiva.
Quando dizes que para jogar o que ele quer é preciso ter 11 jogadores de topo, a conclusão é clara: então a ideia não serve para este contexto. E se não serve, tem de ser ajustada.
Ou ele não consegue.
Ou ele não quer.
E nenhuma das duas serve para o FC Porto.
Depois há o argumento repetido do “jogar como se joga em Portugal é mais difícil”.
Difícil?
O que é difícil é meter uma equipa a competir a sério com jogadores limitados, pouco criativos, a jogar de 3 em 3 dias, e ainda assim apresentar uma organização clara e resultados. É que vamos ter de fazer isso para a próxima época. The bell is ringing. Reality check.
Em Itália, em Inglaterra, até em Portugal, há treinadores todos os anos que pegam em plantéis modestos e metem as equipas a competir.
Com modelos simples, eficazes, ajustados aos seus jogadores.
Portanto, não. Isto não é um ataque à ideia de Anselmi.
É uma constatação fria, objetiva: ao fim de meses, com semanas limpas para treinar, com um plantel superior à maioria da liga, não se vê uma evolução real. Nem uma.
Não há melhoria estrutural.
Não há padrão.
Não há consistência tática.
Olha nem a gestão emocional melhorou.
O benefício da dúvida é para quem está a crescer, infelizmente, o Anselmi está a regredir.